08 mai, 2016 - 18:24
O Governo exigiu, este domingo, que o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, a fundamente “rapidamente” as “acusações graves” que dirigiu no sábado ao ministro da Educação.
No jantar dos 42 anos do partido, no sábado à noite, na Alfandega do Porto, o ex-primeiro-ministro voltou a comentar a polémica à volta do fim dos contratos de associação, classificando a atitude do Governo de “retrógrada”.
Passos Coelho acusou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, de estar a tomar decisões influenciado pelos partidos de esquerda que sustentam o Governo no parlamento e disse que começa “a ter dúvidas” de que o governante “seja mesmo ministro da Educação".
Este domingo, o Governo convocou os jornalistas para exigir explicações ao líder do PSD.
“Uma coisa é um líder da oposição de forma inteiramente legítima fazer críticas ou estar em desacordo com a política educativa do Governo, outra coisa completamente diferente é o que Pedro Passos Coelho fez, lançando acusações graves sobre a idoneidade de um membro do Governo”, afirmou Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
Para o governante, este tipo de afirmações “não é compatível com o cargo que Passos Coelho ocupa”, exigindo que, “a bem da qualidade e da seriedade do debate politico em Portugal”, o líder do PSD “rapidamente [venha] concretizar e fundamentar as acusações que fez sobre o ministro da Educação”.
Pedro Nuno Santos reiterou que “aquilo que o Governo está a fazer é apenas garantir o cumprimento da lei” e que “os contratos de associação existem para suprir a carência da oferta pública”.
“Qualquer cidadão compreende que, havendo oferta pública, não faz sentido estarmos a financiar a abertura de novas turmas em colégios particulares. É apenas isso de que se trata”, defendeu ainda.
Questionado sobre se Tiago Brandão Rodrigues sai fragilizado com estas acusações de Passos Coelho, que surgem depois de o secretário de Estado da Juventude e do Desporto se ter demitido em desacordo com as ideias do ministro com a pasta da Educação, o governante negou e saiu em defesa do ministro.
“O ministro da educação está a fazer bem o seu trabalho e a fazer reformas importantes na educação”, concluiu Pedro Nuno Santos.