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Bloco: "Defender a escola pública é também acabar com as rendas do Estado a privados redundantes"

12 mai, 2016 - 12:53

Em Coimbra, o Estado gasta 10 milhões com colégios privados, afirma o Bloco de Esquerda.

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A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse esta quinta-feira que, em Coimbra, nove colégios privados recebem anualmente mais de 10 milhões de euros de financiamento do Estado para terem estabelecimentos de ensino ao lado de escolas públicas.

Catarina Martins, que falava aos jornalistas à margem de uma visita que efectuou esta manhã à Escola 2,3 de Taveiro, na margem esquerda do rio Mondego, salientou que "uma boa parte deles é mesmo no centro da cidade e são colégios da elite social e económica de Coimbra".

"Em Coimbra está um bom exemplo daquilo que temos dito: defender a escola pública é também acabar com as rendas do Estado a colégios privados que são redundantes, não servem a rede pública, mas apenas para fazer negócio para uns poucos à conta do dinheiro que é de todos", acusou a dirigente bloquista.

Para a porta-voz do BE, "alterar os contratos de associação para que o dinheiro público seja bem gasto não é nenhum ataque, é sim defender a escola pública, que é de todos".

Segundo Catarina Martins, o ensino particular e confessional tem o seu lugar, mas "as pessoas devem pagá-lo quando optam por ele". "Não tem sentido nenhum que seja todo o país a pagar essa opção privada quando há oferta pública", frisou.

O que o Estado deve pagar

A propósito da polémica sobre a alteração das regras dos contratos de associação do Estado com estabelecimentos de ensino privado e cooperativo, a deputada bloquista referiu que nenhum aluno ficará impedido de frequentar a escola por não haver oferta na rede pública de estabelecimentos.

"O que se pergunta é o que o Estado deve pagar. E o Estado deve pagar a escola pública", sublinhou, dando o exemplo da Escola 2,3 de Taveiro, que considerou estar subaproveitada, por ter um colégio privado a cerca de três quilómetros, que recebe financiamento público.

O estabelecimento de ensino é frequentado actualmente por 203 alunos, distribuídos por dez turmas, mas no ano lectivo 1998/99 tinha 432, mais do dobro.

Catarina Martins recordou que "foi construído um colégio privado no mesmo ano em que esta escola pública foi construída para reforçar a rede", embora já existisse "oferta pública aqui".

"Quem construiu o colégio tinha responsabilidades na Direcção Regional de Educação do Centro e sabia que estava a ser construída uma escola pública, mas mesmo assim construiu um colégio ao lado para disputar os alunos e todos os anos lectivos recebe mais um milhão de euros, ao mesmo tempo que a escola pública está com metade da sua capacidade", frisou.

Comentários
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  • Ribeiro
    12 mai, 2016 Norte 23:07
    A ser assim, o que VAI ACABAR qualquer dia é a TETA DOS PRIVADOS PARA O ESTADO, quando todos tomarem consciência da CHULICE que este lhes está a fazer. E depois quero ver onde é que o ESTADO VAI MAMAR! Se o Estado não quer contribuir para os privados, todos nós, trabalhadores do privado, também não deveríamos contribuir para o Estado nem para o pagamento dos salários do setor público. Ou MAMAM TODOS OU NÃO MAMA NINGUÉM! IGUALDADE DE DIREITOS JÁ! LIBERDADE, onde vais???
  • Carlos Gonçalves
    12 mai, 2016 Almada 21:24
    Não concordo com os ideais dela, partido. Mas neste caso, concordo acima de tudo. Querem educação para seus filhos, PAGUEM DE SEU BOLSO. A Teta do Estado secou , acabou a MAMA !!
  • Jorge Andrade
    12 mai, 2016 Braga 19:00
    Fui aluno e agora sou pai de aluno de uma destas escolas particulares e cooperativas e, como milhares de pais, sinto-me muito preocupado com tudo isto. Nunca paguei nada à escola e não estou a ver onde o ESTADO vai poupar. Se os valores pagos às escolas são altos então que se calcule com pormenor o valor e se fiscalize...as crianças e os pais não deveriam ser os maus da fita disto tudo.
  • Jorge Andrade
    12 mai, 2016 Elvas 18:31
    Como é que faço para ser funcionário público ? è que preciso de umas férias a trabalhar, algumas coisas à borla e já agora trabalhar menos horas...
  • Eborense
    12 mai, 2016 Évora 18:28
    Totalmente de acordo com a Catarina! Todos os pais têm o direito de escolher as escolas para os seus filhos e se houver oferta pública continuam a ter o direito de escolher uma privada, mas quem tem direitos também tem deveres e neste caso tem o dever de pagar.
  • antonio
    12 mai, 2016 Portugal 18:12
    Se a preocupação for a qualidade, usar o critério da duplicação é um erro tremendo. Como é possível um político, como esta senhora, não se preocupar com a qualidade. Só para retirar a possibilidade de escolha, que é uma forma de liberdade?
  • Sou contribuinte
    12 mai, 2016 Portugal 17:15
    Já agora, porque não retirar todas as regalias que os funcionários públicos usufruem a mais do que qualquer trabalhador contribuinte do privado, que são o motor deste país? Ou então equiparar todos ao público, não seria mais justo?
  • Sou contribuinte
    12 mai, 2016 Portugal 16:53
    Sou cidadão e trabalhador contribuinte deste país, como tal contribuo com os meus impostos para o seu desenvolvimento. Tenho uma filha na escola pública mas sou da opinião que todos temos o direito de escolher onde os nossos filhos podem estudar, no público ou no privado. Se o privado usa dinheiro público só é benefício para os nossos filhos possibilitando-os de poderem estudar em instituições dignas de muito crédito, que muito têm contribuído para a educação dos nossos filhos, com regras e mais respeito. Veja-se o que se passa em inúmeras escolas públicas, onde ninguém manda em ninguém e o desrespeito é a regra. Por isso existe esta debandada para o privado. Se eu tivesse essa possibilidade e existisse uma escola privada onde resido, com certeza daria essa benesse à minha filha, e tinha todo o direito que o Estado contribuísse para isso pois sou contribuinte, pago muitos impostos. Se o Estado está aflito com a debandada que ponha a mão na consciência e veja o que está mal na escola pública, veja e siga o exemplo dos privados. Tenham vergonha de degradar cada vez mais a educação das nossas crianças!
  • Antonio
    12 mai, 2016 Lisboa 16:19
    Sou apartidário, por não confiar e deviam ser assim 99% dos portugueses. Mas estes tipos da direita abusam e servem-se do Estado para pagar interesses privados.
  • AAS
    12 mai, 2016 Coimbra 15:46
    Se só vão para o ensino privado os burros, como é que se explica serem os alunos do ensino privado que tiram as melhores notas nos exames nacionais. Pois é.

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