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Colégios. Costa acusa Passos de enganar pessoas

13 mai, 2016 - 11:23

O primeiro-ministro disse que o PSD "enganou" as pessoas sobre os contratos de associação que assinou. Os sociais-democratas reagiram com ruidosos protestos.

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Colégios. Costa acusa Passos de enganar pessoas, direita ameaça mobília do Parlamento
Colégios. Costa acusa Passos de enganar pessoas, direita ameaça mobília do Parlamento

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O primeiro-ministro acusou esta sexta-feira o PSD de enganar as pessoas sobre os contratos de associação com colégios privados que assinou, sublinhando que em nenhum está garantida a abertura de novas turmas ou a transição de um ciclo para os outros.

"Não diabolizamos nada, não fazemos é confusões, nem fazemos demagogia à custa daquilo que é a confiança e a tranquilidade que as crianças e as famílias têm de ter relativamente àquilo que o senhor contratou e que, pelos vistos, enganou as pessoas sobre aquilo que contratou", afirmou o primeiro-ministro, António Costa, em resposta a uma pergunta colocada pelo líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal no Parlamento, dominado pela polémica em torno dos contratos de associação com colégios privados.

Reiterando que o Governo está a aplicar a lei e cumprirá "escrupulosamente" os contratos assinados pelo anterior executivo de maioria PSD/CDS-PP, António Costa considerou que estes podem "ter iludido algumas pessoas", pois o que está lá disposto "é assegurar numa base plurianual que sejam cumpridos e financiados com contrato de associação os meninos até completarem o ciclo onde se matricularam".

Ou seja, acrescentou, não está garantida a "transição de um ciclo para ou outro, nem a abertura de novas turmas nos primeiros anos dos ciclos anteriores".

A acusação do primeiro-ministro de que o PSD "enganou" as pessoas sobre os contratos de associação que assinou motivou ruidosos protestos dos sociais-democratas, com alguns deputados a baterem com as mãos na bancada.

O gesto levou à intervenção do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que lembrou que "há formas regimentais de proteger a honra que passam por não estragar a mobília".

Passos pede calma

Antes da resposta do primeiro-ministro, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, tinha deixado um "desafio construtivo" ao Governo, pedindo para que este ano não se precipite nenhuma decisão e que se espere que o Conselho Nacional de Educação apresente "contas fidedignas", nas quais se perceba os impactos da decisão que o executivo quer tomar, para decidir no próximo ano, "com estabilidade e previsibilidade para as famílias e comunidade educativa, o que é melhor".

Passos Coelho rebateu ainda que subjacente à revisão dos contratos de associação com escolas privadas esteja a necessidade de fazer poupanças, recordando que o anterior executivo reduziu a despesa do Estado com este tipo de contratos.

Agradecendo a questão, o primeiro-ministro disse ser esta a oportunidade para "resolver algo que é um equívoco manifesto" no discurso do PSD, sublinhando que os contratos de associação têm natureza muito definida. "Não são um instrumento de liberdade de escolha, são um instrumento subsidiário para suprir através do ensino privado ou cooperativo carências da rede pública", disse, defendendo que onde há carências na rede podem haver contratos de associação.

Reiterando que o Governo está a aplicar a lei, António Costa assegurou que nenhuma criança que esteja abrangida por um contrato deixará de completar o ciclo em regime de associação.

Sobre a abertura de novas turmas, referiu, o Governo está a avaliar as carências da rede pública e onde existirem serão criadas novas turmas. "Estamos simplesmente a aplicar lei", sublinhou, insistindo que, "ao contrário do que diz não há decisão" e que é fundamental perceber que os contratos de associação são "contratos de substituição da rede publica".

"Não tenho a visão sobre os colégios privados e cooperativos idêntica à que tem sobre os sindicatos em Portugal - por isso eu não diabolizo os colégios privados e cooperativos", acrescentou, frisando que o Governo não exclui continuar a trabalhar com esses colégios.

[Título actualizado às 16h35]

Comentários
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  • jose carlos barros c
    22 mai, 2016 Seixal 11:22
    O Governo tem muita razão em cortar nos Colégios Privados,pois se existe Escolas Públicas,não existe razão nenhuma de o Estado estar a pagar aos Privados.Se os Pais desses Meninos querem ir para o Privado que paguem a Educação dos seus Educandos na totalidade,a mama já devia ter acabado há muito.
  • Eborense
    14 mai, 2016 Évora 14:14
    O Sr. Coelho engana e enganou os portugueses e com isso estou de acordo! E você não? Pergunte aos portugueses para saber o que eles dizem sobre a devolução de parte do salário este mês. A grande maioria deles recebeu menos salário líquido que nos mês anterior. Pergunte aos portugueses o que eles pensam do aumento dos impostos dos combustíveis, quando na campanha eleitoral jurou a pés juntos que não aumentaria impostos. Já agora pergunte ao Dr. Tozé Seguro, o que ele pensa de si.
  • Virgulino
    13 mai, 2016 Alcanhões 18:59
    Ao Aldrábias de Massa Má só faltou acabar de privatizar o ensino e a água, todos os outros anéis já foram! Só peço aos deuses que nunca mais permitam que este pandeiro rico volte ao poder!
  • elacoisas
    13 mai, 2016 Lx 16:45
    Como é possivel este editorial ser tão esquerdista e denegrir a imagem de Passos Coelho? Cambada de jornaleiros.
  • Zé pagante
    13 mai, 2016 Lisboa 16:42
    Se já temos muito boa oferta de ensino público, onde antes não existia e se justificava estes contratos, acabe-se com eles, ou então todos os colégios devem ter também um contrato de associação porque só assim haverá igualdade na escolha e será lógico, todos quererão colocar os filhos em colégios pagos pelo Estado.
  • A pateada
    13 mai, 2016 lis 16:40
    na AR feita hoje, pelos rapazolas do PSD, mostra como aquele partido está a ser dirigido! A social democracia foi enviada para as malvas e substituida por ideologias radicais de direita que se apoderaram do partido, mas não têm a coerencia necessaria para lhe mudar o nome! Pudera! Assim vão continuando a tentar enganar muitos incautos que ainda pensam que o PSD é um partido "social democrata" Que grandes figurões...Foi vergonhoso, para um partido que se julgava ser responsavel, adoptar praticas comportamentais destas! Por pouco parecia que estávamos, na ultima reunião do congressistas brasileiros...
  • José
    13 mai, 2016 Braga 16:18
    Haja paciência, cá estamos nós outra vez, volta e vira voltamos ao mesmo... ....( Continuação)... Até porque, há quem argumente, que a verba que lhes é atribuída é insignificante, face ao total das despesas que têm com pessoal docente, administrativo, auxiliar, despesas de manutenção, energia, água, etc. Hora bolas, gerir com a carteira dos outros, como diz a sabedoria popular, também eu.... Não estamos a falar de gestão de dinheiros públicos....Ou estarei enganado... Já dizia a minha avó, da longa sabedoria dos seus cabelos brancos, ninguém com dois dedos de testa, encomenda um fato a terceiros, quando tem um alfaiate em casa...Pois corre o risco de lhe ficar apertado, ou até mesmo, o dinheiro não lhe chegar... E se por ventura, tiver que ficar a dever o fato novo, a sorte sai há casa... Tenho dito...
  • José
    13 mai, 2016 Braga 16:02
    Haja paciência, cá estamos nós outra vez, volta e vira voltamos ao mesmo... ...(Continuação).... O problema reside nestes restantes 79, que correspondem apenas a 3% do total de colégios privados; que não aceitam o mesmo destino dos outros, que ao longo dos anos viram os seus contratos extintos. Mais uma vez refiro que o financiamento só se justifica, quando o estado não tem capacidade de resposta… E se existe oferta pública, não se justifica esbanjamento de dinheiros públicos. E então as outras escolas particulares...Também não prestam um serviço de qualidade…E não estão a reivindicar ajudas... Concordo que os alunos, deveriam de poder escolher boas Escolas. Mas então, temos de mudar o tema desta polémica, temos que nos manifestar para que o Estado, financie todas as escolas privadas de qualidade e não só algumas. Pelos visto o financiamento é só para alguns… É injusto para com os outros pais, que também têm os filhos nos colégios privados e pagam avultadas mensalidades, pois não nos podemos esquecer, que nem todos os colégios são financiados pelo estado. E nem sequer podem deduzir em sede de IRS, o total do montante da mensalidade anual...E então a igualdade de oportunidades para todos... Quem por ventura, não acredita que a escola pública, pode prestar um serviço de qualidade, que pague tão simples quanto isso... ...(Continua)....
  • Antonio Almeida
    13 mai, 2016 V.N. de Gaia 15:42
    Neste caso não foi só o P S D que enganou as pessoas,porque estes contratos já vêm do tempo dos governos socialistas.Infelizmente neste País há muita gente com memória curta.Se a memoria curta paga-se imposto o País não estava em dificuldades.
  • José
    13 mai, 2016 Braga 15:41
    Haja paciência, cá estamos nós outra vez, volta e vira voltamos ao mesmo... Citando, o Srº Fernando Medina, no artigo do Correio da Manha de 11 de Maio de 2016 ...” O contrato de associação é uma figura com décadas, segundo a qual o Estado pode contratar com uma instituição particular quando não tem capacidade de ter escolas públicas numa determinada zona. É isso que diz a Lei de Bases do Ensino Particular e Cooperativo...” “....Ao arrepio da Lei de Bases, o ministro Nuno Crato assinou um decreto que alterou a natureza do apoio, deixando de fazer depender o financiamento dos colégios da carência de ofertas públicas. Para evitar a duplicação de custos,o Ministério da Educação quer avaliar todas as situações...” “....De resto,era esta racionalização que vinha no Memorando de Entendimento. Não por acaso, enquanto cortava centenas de milhões na escola pública e a viu perder 25 mil professores, um Governo tão zeloso do memorando ”esqueceu-se” de aplicar esse requisito. Aí sim, houve ideologia a mais e interesse público a menos...” Também foi referido, ontem no programa do canal 1 “As palavras e os Atos” pela Srª Ana Benavente, quando estado não conseguia dar resposta ás necessidades da educação, com a massificação do ensino, recorreu a entidades privadas e até mesmo a própria igreja. Mas com o passar dos anos, a medida que rede escolar ia sendo difundida, foram sendo revistos e até mesmo extintos os contratos de associação. O problema reside nestes restantes 3%..(Continua)

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