16 mai, 2016 - 17:06
O ex-líder do CDS-PP José Ribeiro e Castro condena que a gestação de substituição (também conhecida por barrigas de aluguer) tenha passado no Parlamento com o contributo decisivo de 24 deputados do PSD, incluindo o líder, e sem a presença de Paulo Portas.
“As pessoas que não têm a posição do BE neste momento não têm representação parlamentar. Mesmo quem votou contra, fê-lo numa posição muda, e não afirmativa. Isso é muito triste, não é bonito em termos de representação parlamentar e os dois líderes da PàF [Coligação Portugal à Frente - PSD e CDS-PP] contribuíram para isso. Está tudo ‘geringonçado’”, afirmou Ribeiro e Castro, citado pela agência Lusa.
Um grupo de 24 deputados do PSD em que se incluiu o presidente, Pedro Passos Coelho, foi decisivo na sexta-feira para aprovação em votação final global do projecto do Bloco de Esquerda sobre legalização da gestação de substituição.
Apesar de todos os deputados do CDS-PP terem votado contra, Ribeiro e Castro considerou que a ausência do antigo líder centrista Paulo Portas “está ao mesmo nível do voto a favor de Pedro Passos Coelho”.
“Deve ser criticado e eu critico que os dois líderes da PàF não tenham informado o eleitorado sobre o que pensam sobre esta matéria”, disse.
Ribeiro e Castro condenou que o CDS, apesar de votar contra, não tenha sido afirmativo nessa oposição, assim como no alargamento das técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), que passaram a estar acessíveis a todas as mulheres, independentemente de terem problemas de infertilidade.
Na prática, as alterações quanto à PMA permitem que as lésbicas e as mulheres solteiras de qualquer orientação sexual possam recorrer às técnicas para engravidar, em casos de ausência, doença ou lesão de útero.