22 mai, 2016 - 14:31
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este domingo que “não há argumento” ou “forma enviesada” que possa impedir a reposição, a 1 de Julho, do horário de trabalho das 35 horas semanais na função pública.
“Não se trata de conquistar qualquer direito novo. O que estamos a propor é que, com a mais elementar justiça, se reponha aquilo que foi roubado, aquilo que foi tirado aos trabalhadores da administração pública”, disse, durante um comício em Baleizão, no concelho alentejano de Beja.
Por isso, continuou, “não há argumento, não há forma enviesada que não seja a de concretizar, no próximo dia 1 de Julho, essa redução do horário de trabalho”.
A edição de domingo do jornal “Público” titula que “Marcelo ameaça vetar as 35 horas na função pública”, noticiando que o Presidente da República “tem dúvidas sobre a oportunidade” do regresso a este horário de trabalho das 35 horas, que tinha sido alargado para as 40 horas pelo anterior Governo PSD/CDS-PP.
Sem se referir directamente ao Presidente da República, o secretário-geral do PCP aproveitou para abordar este tema no comício de domingo, de homenagem à trabalhadora rural Catarina Eufémia, assassinada há 61 anos, em Baleizão, pelas forças do regime ditatorial do Estado Novo.
O “dia 1 de Julho é dia de redução da jornada de trabalho para as 35 horas, tal como existia antes dos governos dos PEC e das ‘troikas’”, insistiu Jerónimo de Sousa, considerando “importante” que, nesse dia, “entre em vigor” este modelo de jornada de trabalho.
Admitindo que possa haver “dificuldades” em “tal e tal sector”, para implementar as 35 horas semanais, o líder comunista ressalvou, contudo, que aquelas “são perfeitamente ultrapassáveis, se houver vontade política para concretizar” a implementação da medida.
Na sua intervenção, perante os militantes e simpatizantes do PCP, Jerónimo de Sousa, além de evocar Catarina Eufémia, fez o balanço dos primeiros meses da nova solução governativa e afirmou que a mesma já trouxe “vantagens” ao país, apesar de os resultados ainda estarem “aquém do necessário”.
“As opções do Governo do PS não integram a solução de fundo que o país precisa para enfrentar os graves problemas com que está confrontado, nomeadamente para responder às necessidades de crescimento económico e do emprego, mas não subestimamos, nem desprezamos os avanços já conseguidos”, afiançou.