12 jun, 2016 - 11:08
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que seria bom para Portugal que a sua convergência com o primeiro-ministro, António Costa, durasse o maior período de tempo possível e se alargasse a outros partidos.
Questionado sobre o futuro da sua relação com o primeiro-ministro, no final de uma visita à delegação da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, o chefe de Estado respondeu que seria bom "que esta convergência continuasse o maior período de tempo possível, e que se alargasse a outros sectores da sociedade portuguesa", portanto, "a outros partidos".
O chefe de Estado defendeu que Portugal saía a ganhar se "no maior número de domínios houvesse entendimento no essencial, porque é o que se passa noutras democracias mais avançadas da Europa, e por isso é que elas são mais avançadas", e lamentou: "Infelizmente, não é possível para já na educação, e vai demorar tempo na Segurança Social".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, deve haver entendimentos "em questões fundamentais, na política externa portuguesa, na política de defesa, nas questões que têm a ver com a forma de ver o Estado e de funcionar o Estado".
O Presidente da República começou por enquadrar o seu relacionamento com o primeiro-ministro dizendo que os dois têm estado em Paris "irmanados no mesmo objectivo nacional, em relação às comunidades portuguesas no estrangeiro e relativamente ao relacionamento com a França".
Esta visita à delegação parisiense da Gulbenkian foi o único ponto da conjunta de dois dias e meio à capital francesa em que António Costa não esteve.
Dali, o Presidente da República seguiria para a missa de domingo no Santuário de Nossa Senhora de Fátima em Paris, a título privado, também sem o primeiro-ministro, antes de os dois se juntarem na festa da Rádio Alfa.
"Há diversidades: eu vou à missa, o senhor primeiro-ministro não vai à missa porque temos visões diversas, maneiras de encarar o mundo", salientou Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República defendeu que "há prioridades na vida, e Portugal agora tem prioridades, e essas prioridades exigem uma grande estabilidade e uma convergência dos órgãos de soberania e dos mais diversos sectores da opinião pública portuguesa".
"Em relação à Europa, temos de estar juntos, se não estivermos juntos, ficamos mais fracos. Em relação a questões como os refugiados, as migrações, a segurança, temos de estar juntos. Em relação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) temos de estar juntos. Em relação a pontos fundamentais da vida portuguesa - e a política externa é cada vez mais importante para a política interna - temos de estar juntos", acrescentou.