24 jun, 2016 - 12:05
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O primeiro-ministro português, António Costa, afirmou esta sexta-feira que este “é um dia triste para a União Europeia". António Costa vê, contudo, na decisão dos britânicos de deixarem o espaço comunitário uma oportunidade para a UE se concentrar no "essencial": ser "útil" às vidas dos cidadãos europeus.
"Ver partir um dos principais Estados-membros da União Europeia não é uma boa notícia. Mas esta má notícia tem de ser interpretada devidamente. Não para uma depressão colectiva. É preciso ver a mensagem que os cidadãos europeus repetidamente têm dado. A UE tem de ser útil às suas vidas", referiu aos jornalistas, no Porto.
Para Costa, é preciso “reforçar o sentimento de segurança”, conseguir que a UE seja “um espaço de liberdade”, garantir “uma economia que assegure a prosperidade” e ter “uma moeda única que facilite ligações comerciais e recuperar valores da UE”.
A UE deve olhar para este resultado como um “desafio”, afirma Costa. Trata-se de um “sinal muito forte que muitos cidadãos não se revêem naquilo que a UE tem vindo a tornar-se".
Questionado sobre se não teme um "efeito dominó" com outros países a manifestarem vontade de sair da comunidade europeia, Costa considerou que "este é o momento de dar um sinal muito claro aos cidadãos europeus que o caminho não é a desintegração".
O primeiro-ministro português vincou que a aliança entre Portugal e os britânicos é muito antiga e "prosseguirá". "Temos com o Reino Unido a mais antiga aliança do mundo e que prosseguirá muito para além daquilo que será a saída do Reino Unido da União Europeia", afirmou Costa.
O chefe do Governo disse que Portugal "tudo fará para assegurar todos os direitos da comunidade portuguesa no Reino Unido" e que também serão garantidos "todos os direitos dos cidadãos britânicos que vivem, visitam ou investem em Portugal".
Na quinta-feira, os eleitores britânicos decidiram em referendo que o Reino Unido sai da União Europeia, depois de o “Brexit” (saída da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou já a intenção de se demitir em Outubro, na sequência deste resultado.