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Assunção Cristas escreve a Juncker. “Sanções serão injustiça flagrante"

05 jul, 2016 - 08:21

Líder do CDS lembra os sacrifícios por que famílias e empresas portuguesas já passaram e defende uma União Europeia que “premeie o mérito dos seus cidadãos e que os encoraje”.

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A presidente do CDS-PP escreveu ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para argumentar contra as sanções que Bruxelas poderá decidir aplicar a Portugal por causa do défice.

Assunção Cristas sustenta em três pontos porque está “totalmente contra a aplicação de qualquer tipo de sanções”.

“Não se justificam”

“Em primeiro lugar, não se justificam eventuais sanções, nem no plano técnico nem no plano político”, afirma a antiga ministra, lembrando que, quando deixou o Governo, “os nossos melhores cálculos” indicavam que o défice “não atingiria os 3%” e que o executivo a que pertenceu sempre demonstrou “consistência e empenho na aplicação das políticas”, tendo conseguido “resultados ímpares no contexto europeu”.

Sublinha ainda “que é bem diferente atingir estes números num contexto de impacto recessivo”, pelo que só “com uma política orçamental e fiscal rigorosa, de resto acompanhada de perto pela Comissão” tal foi possível.

“Rude golpe no sentimento europeu”

No segundo ponto, Assunção Cristas destaca o esforço dos portugueses e sublinha o que efeito das sanções no sentimento europeu.

“Depois de passar por difíceis anos de ajustamento e sacrifícios, depois de convocado para um esforço nacional que implicou o maior ajustamento orçamental da nossa história e depois de demonstrar uma postura de responsabilidade e resiliência ímpares, o povo português não poderá senão reagir com perplexidade a eventuais sanções”, lê-se na carta.

Considerando que, “no actual contexto europeu, se espera um espírito criativo e de aproximação aos cidadãos” e “perante uma população que ultrapassou uma das mais graves crises da sua história”, a líder do CDS defende que “a aplicação de sanções constituirá um golpe rude no sentimento europeu que tem sido maioritário em Portugal”.

“Precisamos de uma União Europeia que premeie o mérito dos seus cidadãos e que os encoraje quando estes demonstrem a sua capacidade e resiliência”, sublinha.

Fiscalização em vez de sanções

Distanciando-se do rumo do Governo PS, Assunção Cristas lembra a Juncker que “a Comissão Europeia tem os instrumentos para acompanhar a acção deste Governo e prevenir atempadamente, na medida das suas competências, os desvios que coloquem em causa o cumprimento das regras pactuadas no seio da União Europeia”.

“A nossa oposição às sanções anunciadas não constitui qualquer adesão às políticas do actual Governo. Aliás, temos sublinhado publicamente a necessidade de dar garantias firmes de que irá cumprir as metas fixadas no quadro do Orçamento de Estado e do Programa de Estabilidade”, frisa.

“Uma injustiça flagrante contra Portugal”

A carta termina com um apelo, sustentado no bom comportamento de Portugal ao longo de todo o processo de ajustamento financeiro.

“Portugal é um Estado membro da União Europeia de corpo inteiro (…) e não deve ser alvo de uma injustiça flagrante como esta. Tanto mais quando contrasta com outros países que ao longo dos anos foram incumprindo metas sem qualquer sanção. Se a França teve dois anos suplementares, não se compreende como Senhores Comissários como Moscovici estão agora na linha da frente da condenação a Portugal”, argumenta.

Por isso, sublinha Cristas, “a aplicação dessas sanções a Portugal só pode contar com a nossa oposição pública, que entendemos aliás coerente e consequente com o posicionamento do CDS-PP a favor de uma Europa onde todos os países e cidadãos se sintam parte activa de um projecto comum de paz, desenvolvimento e solidariedade”.

“Num momento em que a Europa se divide e perde a sua segunda economia, todos os que continuam a acreditar no projecto europeu precisam que a Comissão dê sinais claros de união. Não será seguramente o caso das sanções”, termina.

A decisão da aplicação de sanções deverá ser tomada esta terça-feira, em Estrasburgo. O castigo decorre do Procedimento por Défice Excessivo (PDE) aplicado a Portugal e Espanha. O assunto divide as opiniões dos Estados-membros e em cima da mesa estão várias hipóteses, uma das quais a de novo adiamento.

Na segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, também escreveu a Jean-Claude Juncker numa derradeira tentativa para travar eventuais sanções de Bruxelas.

Comentários
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  • Amílcar Dias
    07 jul, 2016 GUARDA 13:31
    Este país é mesmo na parte económica um zero.Medidas tomadas sem nenhum sentido.Por exemplo baixar na restauração o IVA. Não se nota nada os preços continuam a ser os mesmos em todos os estabalecimentos.Ninguem baixou.
  • o jose gomes L
    05 jul, 2016 port 13:21
    Quer é lançar a confusão!...não fundamenta nem se recorda do que se passou com as despesas irrevbogaveis, para agradar, feitas nos ultimos dias do desgoverno que apoiava! Emprenha de ouvido e debita! Ou então esclarecem-no mal nas reuniões celulares do CDS!...Enfim, abençoados os pobres de espirito que ganharão o reino dos céus!...
  • A Cristas
    05 jul, 2016 pt 12:41
    É muito curiosa! Queria saber o que diz a carta de Costa a Juncker!...Será que a correspondencia que ela recebe também a podemos ler?...Ou será que queria cabular, para escrever a dela? O ridiculo chegou à lider do CDS!
  • Fausto
    05 jul, 2016 lisboa 12:31
    Vamos lá lembrar aqui o JOSE GOMES L do seguinte: O anterior Governo gastou em novembro pelo menos 278,3 milhões de euros da almofada financeira de 945,4 milhões de euros prevista no Orçamento do Estado para 2015 (OE2015), o equivalente a 30% daquele montante, segundo a UTAO, os técnicos independentes que apoiam o parlamento indicam que, só em novembro, foram retirados da dotação provisional "278,3 milhões de euros para despesas, assim sendo na altura a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) já na altura estimava que "o défice das administrações públicas, em contabilidade nacional [a ótica que conta para Bruxelas], se tenha situado entre 3,4% e 4,0% do PIB no período de janeiro a setembro de 2015 e que, ajustado de medidas extraordinárias, se tenha fixado entre 3,2% e 3,8% do PIB".
  • dr Xico
    05 jul, 2016 Lisboa 11:38
    Cristas baixou a crista, depois de ver que a opinião publica estava a ficar pelos cabelos com os "estadistas" tipo Passos/ Cristas , que estavam eufóricos com as eventuais sanções a Portugal. Os Portugueses antes de serem adeptos dos partidos são PATRIOTAS ( não gostam de ser humilhados e vergados pelos estrangeiros. A direita que se cuide que o pau pode virar-se e ir-lhe ter ás costas.
  • José Gomes L
    05 jul, 2016 Lisboa 11:10
    ..."afirma a antiga ministra, lembrando que, quando deixou o Governo, “os nossos melhores cálculos” indicavam que o défice “não atingiria os 3%” Só para lembrar que a geringonça começou a governar em Novembro de 2015 e GASTOU os 18.000 milhões €, que o Passos deixou ao costa. Mas como os portugueses normalmente usam palas, e os esquerdalhos portugueses são pró-neo-soviéticos, ficam histéricos quando as pessoas do CDS falam. Se bem me lembro até tentaram impedir que o CDS fosse registado como partido. Mas estou a pregar para os peixes, que demonstram mais inteligência que os esquerdalhos pró-néo-soviéticos. Só para lembrar aos esquerdalhos portugueses que o modelo económico soviético faliu e desapareceu.
  • Pedro
    05 jul, 2016 Bencatel 10:43
    Tão importante que nós somos.
  • lima
    05 jul, 2016 geneve 10:28
    Tu sabes muito,,, nâo sei o que procuras
  • salpicos de portugal
    05 jul, 2016 lisboa 10:22
    Bem dito, esta esganiçada, começou a ver as penas a arder, e agora vem armada em santinha.
  • Maria
    05 jul, 2016 Lisboa 10:18
    Uma mulher que desempenha vários papéis na sociedade é digna de respeito!

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