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Presidente francês defende que é injusto aplicar sanções a Portugal

19 jul, 2016 - 16:47

François Hollande salientou que as sanções serão demais e que Portugal "já deu muito à Europa".

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Hollande diz que é injusto aplicar sanções a Portugal
Hollande diz que é injusto aplicar sanções a Portugal

O Presidente francês defendeu esta terça-feira, em Lisboa, que a União Europeia será injusta se aplicar sanções a Portugal, lembrando que o povo português já fez "enormes esforços e sacrifícios".

François Hollande, numa breve declaração aos jornalistas no final de uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro português, António Costa, salientou que as sanções serão demais e que Portugal "já deu muito à Europa".

"Precisamos de regras comuns, mas também precisamos de flexibilidade e Portugal já desenvolveu enormes esforços e sacrifícios", disse Hollande.

A União Europeia, sublinhou, não se pode resumir a regras e disciplina. Também precisa de "solidariedade e de esperança", porque "o povo não pode viver apenas de procedimentos".

"Há a questão de Portugal, país que fez esforços enormes, que consentiu muitos sacrifícios para respeitar as regras. A França deseja que a Comissão Europeia tome depressa uma decisão, pois não podemos pedir a Portugal mais do que já fez e é importante que Portugal possa, ele próprio, mostrar que, em 2016 e 2017, os compromissos serão cumpridos", sustentou o Presidente francês.

"Quanto mais depressa as decisões forem tomadas mais simples será o processo, que é o mesmo que dizer que, não se podem infligir sanções a países que têm trabalhado para ter maior competitividade e para que haja coesão da Zona Euro", frisou Hollande.

Sobre a saída do Reino Unido da UE, o Presidente francês defendeu a necessidade de se acelerar o início do processo de negociações com Londres, tema que será aprofundado na próxima cimeira europeia, a realizar em Bratislava.

António Costa agradece solidariedade de França

O primeiro-ministro agradeceu ao chefe de Estado francês a "análise serena" que França tem feito sobre a consolidação orçamental portuguesa e garantiu que Portugal continuará a fazer "um grande esforço" para cumprir as regras do euro.

António Costa agradeceu a França "todo o apoio dado" a Portugal "na análise serena do esforço feito" pelo país ao longo dos últimos anos no sentido de "reduzir o seu défice e cumprir as regras comuns do euro".

"Não há moeda única sem regras comuns e Portugal quer cumprir as regras comuns. Ao longo destes anos fizemos um grande esforço, continuamos a fazer um grande esforço e continuaremos a fazer um grande esforço", salientou o líder do executivo português.

Sanção "injusta" e "contraproducente"

O primeiro-ministro referiu que, desde 2010, até 2015, Portugal "reduziu o défice de 8,6% para 3,2%". "Por isso, é injusto que seja aplicada uma sanção e, além do mais, é contraproducente, quando estamos no primeiro ano em que a própria Comissão Europeia reconhece que Portugal vai cumprir um défice abaixo dos 3%. Todas as informações que temos da nossa execução orçamental confirmam que este ano iremos alcançar um bom resultado", sustentou.

O primeiro-ministro português demarcou-se depois de uma lógica tecnocrática e mecânica na aplicação das regras financeiras da zona euro, defendendo então que essas mesmas regras devem pelo contrário "ajudar a reforçar a confiança" entre todos os Estados-membros. "É sobretudo fundamental que nos mobilizemos todos para que a Europa seja cada vez mais competitiva nesta economia global, que é muito exigente para todos nós, mas onde há enormes desafios, desde a união energética à união digital. É preciso que a Europa seja de novo uma grande potência económica liderante em todo o mundo", acrescentou António Costa.

A Comissão Europeia tem agendado um primeiro debate sobre o processo de sanções por défice excessivo aberto contra Portugal e Espanha na reunião do Colégio de Comissários desta quarta-feira.

As alegações do Governo português, no quadro do processo de sanções a Portugal devido ao défice excessivo, foram recebidas na segunda-feira, sendo que as regras estipulam um prazo de 20 dias para uma decisão, a contar da data em que o Conselho de Ministros das Finanças da UE (Ecofin) tomou posição, a 12 de Julho passado.

Nas conclusões das alegações fundamentadas de Portugal, assinadas pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, o Governo reitera que a adopção de sanções seria injusta, porque Portugal está "no caminho certo para eliminar o défice excessivo", e teria "um impacto altamente negativo" no apoio do povo português ao projecto europeu.

[notícia actualizada às 18h18]

Comentários
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  • VICTOR MARQUES
    20 jul, 2016 Matosinhos 11:06
    COM AMIGOS CONSELHEIROS DESTES QUEM É QUE PRECISA DE INIMIGOS?!...
  • Antonio Rodrigues
    19 jul, 2016 Viseu 17:20
    A Comissão Europeia, faz-me lembrar o presidente da câmara do concelho de Sátão. Actuam de acordo com a cor política, em prol dos seus interesses e dos compadres e não com a justiça que pela qual juraram de mão no peito. Estou convicto que se o governo português continuasse de extrema-direita, as ditas sanções nem tão pouco seriam abordadas.
  • Antonio Almeida
    19 jul, 2016 V.N. de Gaia 17:10
    Eu não me revejo neste partido destes srs. mas tenho que dar os parabéns há máquina de propaganda do sr. Costa.Este sr. desde que foi eleito só tem feito propaganda eleitoral há custa do estado. Há é verdade sr. Costa afinal o sr. também se põe de joelhos perante a Comissão Europeia,até convida o Presidente de França para vir a Portugal dizer que Portugal não merece sanções.Sinceramente sr.Costa.

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