21 jul, 2016 - 21:19
O Governo lida com a situação da banca "com os pés", acusa o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, pedindo para que o executivo socialista "arrepie caminho rapidamente".
Passos Coelho, que falava aos jornalistas em Mira, distrito de Coimbra, considerou que durante quatro anos o seu Governo andou "a melhorar a situação em todo o sistema financeiro e, agora, para agradar ao Bloco de Esquerda, o Partido Socialista está no Governo a lidar com os pés a situação da banca e isso não é bom para ninguém".
O antigo primeiro-ministro espera agora que o "Governo arrepie caminho rapidamente nesta matéria".
Para o presidente do PSD, a forma como o Governo tem lidado com o dossiê financeiro tem sido "desastrosa".
Focando-se na pasta da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Passos Coelho referiu que este banco está a ser vulnerabilizado "ao fim de meses e meses de desgaste imposto pelo Governo".
Há uma "administração que não é substituída" e "um plano de reestruturação que é apresentado por quem ainda nem sequer foi nomeado, quando ainda há uma administração em funções", apontou, criticando ainda as declarações do ministro das Finanças, que dá "a entender às pessoas que há problemas financeiros graves na Caixa Geral de Depósitos, quando isso não corresponde à verdade".
A explicação que o executivo socialista tem apresentado aos portugueses de que "o Governo, coitado, herdou uma situação muito difícil na banca que foi deixada pelo Governo anterior" é incompreensível para Passos.
"Quem se esforçou tanto como a generalidade dos portugueses para ultrapassar uma situação muito difícil" merecia agora "outra tranquilidade", enfatizou, afirmando que não está "conformado com a situação" actual.
Passos escusou-se ainda a comentar as declarações do porta-voz do PS, João Galamba, que exigiu hoje ao PSD serenidade, contenção e pudor sobre o sector financeiro, acusando os sociais-democratas de transformarem o actual Governo na causa dos problemas que o anterior executivo criou.
Sobre o resultado da eleição de Correia de Campos para presidente do Conselho Económico e Social (CES), que não obteve a aprovação de dois terços dos votos necessários, o líder social-democrata disse que o PSD está empenhado "em chegar a um resultado que permita a eleição do presidente do Conselho Económico e Social" (PS e PSD tinham um acordo sobre o futuro presidente do CES).
"Não correu bem. Com certeza que não correu bem do lado do PSD, mas não foi só do lado do PSD. O resultado está à vista e significa que muitos deputados não votaram nesta escolha", disse, referindo que cabe "agora o PS ponderar o que fazer".