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Afinal, são dois os secretários de Estado que viajaram a convite da Galp

04 ago, 2016 - 08:17

Rocha Andrade promete pagar os custos das deslocações e João Vasconcelos diz que pagou um bilhete de avião, mas já perguntou à petrolífera se tem mais despesas a pagar.

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São pelo menos dois os membros do Governo que viajaram para França, durante o Euro 2016, a convite da Galp. Além do secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, também o secretário da Indústria esteve no estádio com um dos patrocinadores da selecção nacional de futebol.

Segundo o “Público”, João Vasconcelos confirma que viajou para o Euro 2016 a convite da Galp, mas esclarece que "pagou um bilhete de avião."

Em esclarecimentos ao jornal, a assessoria do Ministério da Economia diz que o secretário de Estado da Indústria já pediu à petrolífera que esclareça se há despesas adicionais que, a existirem, serão devidamente reembolsadas.

Quanto ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, depois de confrontado pela revista “Sábado”, não vê nada de grave em ter viajado às custas de uma empresa que tem um contencioso de 100 milhões de euros com o Fisco, mas para não deixar dúvidas, um mês depois oferece-se para pagar a conta.

Rocha Andrade assistiu a dois jogos em França a convite da Galp.

Em comunicado, o secretário de Estado afirma que aceitou o convite por entender que se tratava de um quadro de "adequação social".

O CDS, contudo, pediu a demissão do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais por considerar "reprovável e grave" que tenha viajado a convite da Galp para assistir a jogos da selecção de futebol no Campeonato Europeu/2016.

Contenda superior a 100 milhões

A Renascença também contactou a Galp para saber se houve outros convites semelhantes, mas a petrolífera não responde directamente, dizendo apenas que "este tipo de iniciativas é comum e considerada aceitável no plano ético das práticas empresariais".

O objectivo, acrescenta a empresa, era "fomentar o espírito de união em torno da selecção nacional".

O contencioso da Galp com o Estado é superior a 100 milhões de euros e deve-se ao facto de a empresa se recusar a pagar um imposto lançado pelo anterior governo, a contribuição extraordinária sobre a energia.

Na primeira resposta enviada à Renascença, o Ministério das Finanças lembra que existem vários processos com este contribuinte, acrescentado ser normal dada a dimensão do mesmo, mas que a resolução destes compete aos tribunais e não ao Governo.

A lei que proíbe os funcionários do Estado de receberem presentes, sejam de natureza patrimonial ou não, é pouco clara na definição do que é crime, que está previsto no Código Penal desde 2010. É que, depois de estipular que é indevido receber essas "vantagens" - como lhe chama a lei - diz-se que ficam de fora "as condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes".

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  • Life Boy
    04 ago, 2016 Lx. 16:42
    Estão a gozar os louros, só falta levarem a mala e os ingressos, ainda não existe o video-arbitro, transparência, não tem condições quanto a continuidade, nem como exemplo para presente ou futuro, retratem-se no imediato
  • Pela democracia
    04 ago, 2016 Lisboa 10:19
    Este país parece um circo e é disto que o povo gosta, circo e futebol! A função da oposição é criticar o governo, não criticar o que está mal. Pois acontecem coisas graves neste país como falta de transparência e controlo sobre o principal poder que não é eleito democraticamente, o que leva a abusos. Mas isto nem a oposição nem o governo querem ver! E a comunicação social em vez de zelar pelo interesse publico, pela transparência e pelos direitos humanos, alimenta-se disto. A qualidade na nossa democracia é má muito por culpa dos media.
  • Asdrubal
    04 ago, 2016 Cascais 10:09
    São uns perfeitos pilantras! A classe política, de uma maneira geral, tem uma faceta que lhes é comum: quando prevaricam, a primeira coisa que lhes ocorre dizer é que estão de consciência tranquila, não fizeram nada de reprovável. Este sujeito das Finanças, tão rigoroso na caça aos bolsos dos cidadãos e tão brando consigo próprio, a ponto de dizer que aquilo que fez foi "uma adequação social"!!! Em tempos ouvi falar em "liberalidades" e amanhã terá outro nome qualquer. A falta de vergonha, de ética e seriedade (?) é coisa desconhecidas para esta gentinha. Registo ainda o imenso silêncio dos moralistas do sistema, BE, do PCP e dos ressabiados do PS. Quando lhes bate à porta o assunto, viram o disco ao contrário. Não é por acaso que o País se encontra neste lamentável estado de miséria económica e moral.
  • WP
    04 ago, 2016 V N Gaia 10:04
    Só vai restituir o dinheiro porque foi apanhado....
  • Joao a vê-las passar
    04 ago, 2016 Lx 10:04
    E então?
  • carlos
    04 ago, 2016 Amadora 10:00
    "este tipo de iniciativas é comum e considerada aceitável no plano ético das práticas empresariais" - não diria aceitável, mas sim usual. Aceitável é se não tivesse segundas intenções. Neste caso cheira-me a corrupção, mais uma vez.
  • luis
    04 ago, 2016 lisboa 09:55
    Sou votante do PCP e ainda não ouvi uma posição do partido relativo a estas questões. Este secretario de estado está por trás do IMI do sol e agora a receber prendas duma empresa privada.
  • Américo Simões
    04 ago, 2016 Aguim 09:48
    Esse dito reembolso deverá ser do conhecimento público. Não lhe basta querer ser sério, tem que parecer....
  • Português Atento
    04 ago, 2016 Queluz 09:45
    ...então a Porta Voz da geringonça não aparece para esclarecer o povo? É aquela que pertence ao tal Bloco, que é uma amalgama de partidos. E o Gralha? Porta do do tal secretário, também não diz nada? Ou só fala de "bugs" informático, na hora de reembolso do IRS. O procedimento dos dois SE, é crime. Ainda por cima "à pala" de uma empresa que tem um contencioso fiscal com o Estado para lá de 100 M€. Não ponham um bocado de dignidade na classe política, e depois o BURRO SOU EU. Ah Portugal, Portugal, o que andas a fazer? Se calhar já estamos em défice democrático. Pergunta que faço: - Portugal é um país democrático, para toda a gente, ou só para os outros?
  • regina
    04 ago, 2016 portimao 09:38
    Afinal onde está o´'' pecado'' quantos PAFIOSOS a começar pelo portas e companhia, o fizeram....... representaram o PAÍS , acho muito bem que tenham aceite e convite é convite, não se reembolsa....

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