04 set, 2016 - 20:56 • Paulo Ribeiro Pinto
O secretário-geral do PCP diz que há duas ameaças no ar: a oposição de PSD e CDS, que quer desestabilizar o pais a todo o custo, e as opções políticas do PS, que são um grave bloqueio para resolver os problemas do país, sobretudo quando não quer romper com as exigências externas.
O apoio do PCP ao Orçamento do Estado para o próximo ano não será um cheque em branco. A poucas semanas da apresentação do documento, Jerónimo de Sousa deixa o aviso ao Governo: "A nossa decisão será determinada pelo seu conteúdo. O nosso compromisso é examinar a proposta [de Orçamento], abertos que estamos a popor e encontrar soluções para que prossiga uma linha de reposição e devolução de direitos, de respeito pelos salários, de aumento das pensões, mas também de dar resposta aos problemas do crescimento, do emprego e do desenvolvimento".
E, mais uma vez, o discurso de encerramento do Avante, foi oportunidade para que o líder comunista lembre que este é um Governo e um programa do PS. "O actual quadro político traduziu-se não na formação de um Governo de esquerda, mas sim na formação e entrada em funções de um Governo minoritário do PS, com o seu próprio programa".
O secretário-geral comunista sublinhou ainda que o partido não depende de ninguém. "O PCP mantém total liberdade e independência políticas, agindo em função do que serve os interesses dos trabalhadores, do povo e do país".
Jerónimo de Sousa tratou também de lembrar que a solução de Governo encontrada ainda fica aquém do que o PCP deseja, mas o objectivo era afastar PSD/CDS, que agora tentam, na leitura de Jerónimo de Sousa, regressar ao poder a todo o custo. "Eles choram, dramatizam, fazem lembrar aquela senhora que vende bolas de berlim e diz: 'Chora menino, chora, que a mamã compra'. O povo português não vai comprar este regresso ao passado, o povo português não quer o regresso do Governo PSD/CDS".
Foi a 40ª Festa do Avante.