08 set, 2016 - 20:16
O primeiro-ministro manifestou hoje confiança política nos três secretários de Estado que viajaram pagos pela Galp para assistir a jogos de futebol de Portugal.
António Costa falou sobre a polémica no final de uma vista que efectuou à aldeia olímpica, onde se encontrou com diversos atletas portugueses que participam nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro.
Interrogado se os governantes envolvidos no caso das viagens pagas pela Galp a jogos de Portugal no Europeu de futebol poderão continuar no Governo na sequência da aprovação em Conselho de Ministros de um código de conduta, António Costa salientou a sua confiança política nos secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, da Indústria, João Vasconcelos, e da Internacionalização, Jorge Oliveira.
"Quanto ao exercício de funções dos três secretários de Estado, não há a menor das dúvidas. Quer o primeiro-ministro, quer os respectivos ministros, manifestaram total confiança política nesses três secretários de Estado que estão a desenvolver um excelente trabalho e que vão continuar a desenvolver um excelente trabalho", respondeu António Costa.
O Conselho de Ministros aprovou, esta quinta-feira, um código de conduta do Governo, um instrumento que se pretende de auto-regulação de natureza ética, cuja responsabilização é política, que vincula membros do executivo, dos gabinetes e indirectamente dirigentes superiores da Administração Pública.
Questionado sobre os objectivos do código de conduta, António Costa disse que "visa precisamente regular situações de dúvida sobre qual o comportamento adequado".
"O objectivo é que não exista uma avaliação subjectiva no exercício de funções de cada um", acrescentou.
António Costa foi ainda confrontado com o teor de uma entrevista que o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, deu na quarta-feira, à SIC, na qual terá admitido um aumento dos impostos para os contribuintes dos escalões de rendimentos mais elevados. "Não vou comentar uma entrevista que não vi", reagiu António Costa.
Governo acusado de promiscuidade
O tema das viagens da Galp chegou esta quinta-feira ao Parlamento. O deputado do PSD António Leitão Amaro acusou o Governo de ter um comportamento “promíscuo” na relação entre negócios e política.
Nenhum dos três secretários de estado em causa esteve presente na sessão plenária. A defesa da bancada do Governo foi feita pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, que garantiu que os três governantes agiram de boa-fé e mantém a confiança do primeiro-ministro.
Telmo Correia, do CDS, perguntou o Governo vai retirar competências aos secretários de Estado envolvidos na polémica e que tratam de questões com a Galp.
Pedro Nuno Santos garantiu que não há nenhuma diferença de tratamento entre secretários de Estado.