14 set, 2016 - 15:40
PSD e CDS-PP questionaram, esta quarta-feira, se o primeiro-ministro mandou o ministro das Finanças dedicar-se à caça de Pokémons, depois das declarações de Costa sobre um eventual novo resgate.
“Não sei se o senhor primeiro-ministro estava a mandar o senhor ministro da Finanças caçar Pokémons, porque acabou de dizer que quem fala de resgate deve dedicar-se à caça de Pokémons. Além de ter pouco nível na resposta, parece que é consigo, mas eu espero que não”, criticou o deputado do PSD António Leitão Amaro, no parlamento.
Depois, durante o debate na Comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, o deputado do CDS João Almeida considerou que “o senhor ministro das Finanças ou enganou o país ou enganou o primeiro-ministro”.
“É que vendo alguns comentários do senhor primeiro-ministro relativamente a matérias que são da sua responsabilidade, designadamente sobre falar ou não de resgate, parece que o próprio ministro foi enganado sobre as previsões do senhor ministro”, disse o deputado centrista.
As posições dos dois deputados no parlamento surgem depois de o primeiro-ministro ter defendido hoje que não tem o menor cabimento colocar-se um cenário de segundo resgate financeiro a Portugal e sugeriu que quem espera o "diabo" melhor fará em dedicar-se a caçar "pokémons", numa indireta ao PSD.
Interrogado pelos jornalistas sobre o facto de a agência de rating Moody's ter afastado um cenário de segundo resgate financeiro a Portugal, o líder do executivo respondeu: "Nunca estive intranquilo, porque sempre disse que não faz sentido, não tem qualquer cabimento, falar em qualquer tipo de resgate".
Mais à frente, numa alusão indireta às previsões económico-financeiras do PSD, António Costa declarou que "quem anda à procura de encontrar o diabo mais vale dedicar-se à caça de pokémons, porque caçar pokémons é mais fácil do que encontrar o diabo".
Na segunda-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse, numa entrevista à estação televisiva norte-americana CNBC, que Portugal fará o necessário para evitar um segundo resgate financeiro.
Hoje, e interrogado sobre a entrevista pelo deputado do PSD Duarte Pacheco no parlamento, Mário Centeno esclareceu: “Limitei-me a responder a uma pergunta. Limitei-me a dizer qual é a política do Governo na área fiscal, na área das reformas e na área do sistema financeiro. São políticas consistentes com a estabilidade da economia portuguesa e no seu crescimento e é essa a preocupação do Governo”.