16 set, 2016 - 18:31
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O primeiro-ministro revelou que pediu hoje esclarecimentos ao presidente da Comissão Europeia sobre a retirada de privilégios ao seu antigo presidente Durão Barroso.
Em declarações aos jornalistas à saída de uma cimeira informal de líderes europeus, em Bratislava, António Costa disse que Jean-Claude Juncker ficou de enviar uma resposta por escrito.
"Eu perguntei ao presidente da Comissão, pedi aliás esclarecimentos, sobre a decisão tomada relativamente ao dr. Durão Barroso comparativamente a outros antigos membros da Comissão que estariam em situações similares, visto que é preciso também assegurar que não há nenhum tratamento discriminatório relativamente a ninguém, independentemente da avaliação que façamos da decisão do dr. Durão Barroso, que é para já uma decisão pessoal", declarou António Costa.
Sublinhando que "é necessário assegurar e garantir que nenhum português é objecto de qualquer tipo de atitude discriminatória", o primeiro-ministro indicou que o presidente da Comissão ficou de enviar "uma resposta por escrito esclarecendo os critérios que determinaram esta decisão diferenciada de outras decisões aplicadas a outras pessoas em aparentes idênticas situações", de retirar privilégios a Durão Barroso.
Questionado sobre se a polémica em torno da ida de José Manuel Durão Barroso para a Goldman Sachs pode afectar a candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas, António Costa rejeitou tais "confusões", afirmando que "não vale a pena misturar uma coisa com a outra", pois "são coisas completamente distintas".
O antigo presidente da Comissão Europeia e do PSD José Manuel Durão Barroso considerou que as recentes posições do executivo comunitário sobre a sua ida para a Goldman Sachs - designadamente a retirada de privilégios como ser recebido como antigo presidente da Comissão e a análise das suas novas funções por um comité de ética - são discriminatórias contra si e contra o banco de investimento, além de inconsistentes.
"Estas alegações não têm fundamento e são absolutamente injustas. São discriminatórias contra mim e contra a Goldman Sachs", sustentou Durão Barroso numa carta enviada esta semana ao actual presidente da Comissão Europeia.