Catarina Martins insiste no fim do sigilo bancário

17 set, 2016 - 23:30

Líder bloquista lembra que “vivemos num país em que as mil famílias mais ricas, segundo responsáveis da própria Autoridade Tributária, não pagam impostos”.

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Catarina Martins, Bloco de Esquerda, nas festas da Moita. Foto: Manuel de Almeida/Lusa

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) voltou a defender o fim do sigilo bancário para combater a fraude e a evasão fiscal, ressalvando que a lei do Governo de acesso às contas bancárias não foi debatida com o seu partido.

Em declarações à agência Lusa, à margem das Festas da Moita, distrito de Setúbal, onde participou, Catarina Martins comentou desta forma as afirmações do primeiro-ministro que este sábado saiu em defesa da polémica medida do seu executivo no sentido de aceder a contas bancárias de elevado valor, em princípio na ordem dos 50 mil euros.

"A lei, tal como o Governo a pensou, não foi debatida connosco", disse, adiantando: "O BE sempre defendeu que era importante acabar com o sigilo bancário para combater a fraude e a evasão fiscal, principalmente nos valores muito avultados".

Em Portugal, prosseguiu, "as pessoas que não têm quase nada e querem recorrer a uma prestação social para acudir até aos seus filhos são obrigadas a mostrar todas as usas contas. As pessoas que têm mais, na verdade conseguem esconder tudo e não pagar impostos".

"Vivemos num país em que as mil famílias mais ricas, segundo responsáveis da própria Autoridade Tributária, não pagam impostos. Temos um problema com a fuga, a fraude e a evasão fiscal que o BE acha que deve ser combatido", afirmou.

Sobre a possibilidade de mais reformas e apoios sociais, Catarina Martins disse que o seu partido está a negociar o Orçamento de Estado para 2017 "com o objectivo de recuperar os rendimentos das pessoas que têm menos".

"Isso começa com a subida do Salário Mínimo Nacional que em Janeiro terá de ser de 557 euros. O fim completo da sobretaxa no Orçamento do Estado para 2017 é também um caminho necessário. Temos de voltar a ter progressividade nos escalões do IRS e precisamos seguramente de aumentar as pensões e, para aumentar as pensões de cerca de 600 euros, é preciso cobrar a quem mais tem para pagar a quem menos tem".

Catarina Martins acredita que será possível "um entendimento" nas negociações para este orçamento.

Sobre a polémica defesa do fim dos Comandos, no seguimento da morte de dois militares, a coordenadora do Bloco lembrou que esta é uma posição "conhecida" e muito antiga".

Catarina Martins reafirmou a defesa do fim dos comandos e disse que "não é aceitável" que não se saiba o que aconteceu. "Queremos todos saber o que aconteceu", disse.

Comentários

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António Lapa
19 set, 2016 AMADORA 12:50
Isso é dar tiros nos pés. O governo PAF, lixou muitos pobres com confiscos de contas bancárias deixando muitos desempregados sem dinheiro para pagar despesas básicas enquanto os ricos eram intocados.
LUA
19 set, 2016 OVAR 12:45
CATARINA: não sabem governar sem sacar a quem faz pela vida” e de “ assaltar as poupanças e património, em vez de procurar estimular e incentivar a economia”,foram os ditos acumuladores de dinheiro que contribuíram “para o enriquecimento da população” e que é “ graças a eles TODOS que a Mariana, sem mérito algum, pousa o seu rabito no Parlamento. Porque não fossem eles, não haveria salário para nenhum de vós, que a bem dizer, é um desperdício”.Por isso, cada vez que estiver nessas reuniões de “trabalho” sintam vergonha por mais um assalto à classe dos “abastados” (classe média) em vez de começar por tributar o património dos partidos políticos onde se inclui o vosso palacete ocupado à força depois da revolução; por ter chumbado o decreto sobre enriquecimento ilícito; por ter permitido as subvenções vitalícias; por fazer vista grossa à corrupção existente no sector financeiro e organismos públicos; por proteger a classe que nos rouba e empobrece: a vossa”,
Vera
19 set, 2016 Palmela 11:22
A Catarina Martins, não é mentirosa! talvez, se falasse, com o povo, como se fala para crianças do 'Ensino Básico', as pessoas percebessem melhor, o que ela quer dizer! Então, a frase do 'Sigilo Bancário' ficaria deste modo: 'Quando não há que chegue, corta-se de um lado, para pôr no outro.' Não me chamem nada que tenha a ver com partidos políticos, porque não pertenço a nenhum! gosto do 'Fiel' da balança... nada mais! Talvez não saibam o que é o 'Fiel' de uma balança, porque já não se usa (a tal balança)! mas vejam num dicionário, que ainda figura lá, como palavra de origem latina. Bom Dia.
Bela
18 set, 2016 Coimbra 19:18
A Catarina Martins talvez tenha razão... E o resto? Antes de apontar o dedo a alguns, que olhe para outros factos. Será que todos os partidos mostram as suas contas e t~em os impostos em dia? Duvido...Porque não menciona o facto de os partidos, não pagarem por exemplo o IMI dos prédios que lhes pertencem? Porque razão os partidos têm direito a benesses que a maioria dos cidadãos?
Jose Imafinario
18 set, 2016 Lisboa 18:54
Estamos a entrar num governos e pais comunista tal como existe na Venezuela e em cuba . Nunca julguei que pela mão do PS o BE ex UDP e que foi derrotado no 25 de Novembro ( ainda estou lembrado do que queriam fazer nessa data( e que fomos salvos pelos comandos. Daí a raiva destas gaja para com aquela força. Tomem cuidado porque o povo português é muito tolerante mas lembrem-se que não é só o exercito que tem armas. Eu já vi este filme Também estou lembrado que existiu um governante que queria saber que fios de ouro pratas e outros objectos de valor tinha cada casa em Portugal. Por tudo isto é que assas menininhas reçabiadas que só agora chegaram querem vingar o 25 de Novembro. E ainda há jornalistas que as adoram mas se alguma vez elas chegarem ao poder serão os primeiros a serem cortadas as cabeças tal como fez o Chavez e o Soca rates se continuasse no poleiro
ARTE DO ENGANO BE
18 set, 2016 Lisboa 17:45
Uma demagoga esta srª.Acesso a contas? Os tribunais, por ordem de um juíz, têm acesso a todas as contas e o Banco de Portugal comunica depósitos em dinheiro suspeitos de lavagem.O Sócrates foi apanhado assim, como esta srª mentirosa e populista sabe.. Esta notícia é publicidade enganosa e teatral da teatral Katarina sempre desejosa de copiar o modelo de Venezuela. Será que este povo é estúpido para ir nas cantigas desta srª populista e mentirosa?
Abilio
18 set, 2016 Lisboa 11:52
A SNRA tem uma visão de extrema esquerda radical,quer acabar com o sigilo bancário para de seguida tributar ainda mais e no futuro cada vez os mais pobres serão considerados ricos entre os pobres, , A inconstituicionalidade provável,a devassa da vida privada não interessam,o saldo negativo sobre a vida economica com prejuízos enormes para o País tb n interessam,o que interessa é a coscovilhice ,a fichaziçao de todo e qualquer cidadão em todas as suas vertentes ,com fotografia se possível tal qual um estado policial e ditatorial.SE tivesse ideias de excelência para fazer crescer a economia não tinha estes estados de alma.Ideias paradas e sem pro-atividade lúcida economia com saldo negativo,empobrecimento,endividamento, e quarto resgate á vista ,isto se houver interessados a ajudar,porque qe eu saiba,FMI,BCE,CREDORES nao são de extrema esquerda.Será o colapso total e uma nova vacina para o infeliz povo potugues.A vacina que esteve prestes a ser permitida pela América em 75 está de novo na baila.
Miguel
18 set, 2016 lisboa 02:47
E fim das plantaçoes de droga também...