19 set, 2016 - 15:19
O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, considerou, esta segunda-feira, que é altura de o primeiro-ministro "meter ordem" no Governo, sublinhando que já se percebeu que "quem manda" é a deputada do BE Mariana Mortágua e não o ministro das Finanças.
"É altura de, nomeadamente o senhor primeiro-ministro meter um pouco de ordem nisto", afirmou Nuno Magalhães, quando questionado sobre o desafio deixado no sábado por Mariana Mortágua (BE) ao PS para que reflectisse e definisse até que ponto está disposto a chegar para se assumir como uma alternativa global ao sistema capitalista.
Sublinhando que já se percebeu que "quem manda é a senhora deputada Mariana Mortágua" e não o ministro das Finanças, Nuno Magalhães recorreu à sua experiência com o Governo de coligação PSD/CDS-PP para defender que ou Mário Centeno aparece ou deixará de ter condições para continuar como titular da pasta das Finanças.
"Creio que pela primeira vez numa coligação - e sei bem o que vou dizer, sei bem daquilo que vou dizer e sei bem porque o vou dizer - em que não é o maior partido da coligação que anuncia matérias do ponto de vista fiscal e orçamental. Quando é o BE que anuncia em nome de um Governo do PS mais impostos e mais taxas para os portugueses, eu creio que ou o senhor ministro das Finanças aparece ou facilmente será esquecido ou facilmente deixará de ter condições para se manter no cargo, porque já percebemos que não manda, quem manda é a senhora deputada Mariana Mortágua", disse.
"Reformar, não 'sirizar'"
Na mesma linha, o vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva admitiu que nunca pensou que Mariana Mortágua se convertesse na ministra das Finanças do Governo PS, sublinhando que é necessário "reformar e não 'sirizar'"
“Obviamente, isso configura um enorme retrocesso e uma preocupação para todos os portugueses. O que precisamos não é de ‘sirizar’, o que precisamos é de reformar e de ultrapassar obstáculos estruturais que estão connosco há muito tempo. Todos os sinais que vão sendo dados todos os dias por afirmações histriónicas que vão sendo realizadas afastam Portugal mais da atracção de investimento e criam-nos maiores dificuldades”, garante.
Os líderes partidários falavam aos jornalistas no final de uma conferência de imprensa conjunta no Parlamento sobre a criação do Sistema Nacional de Informação Cadastral.