04 dez, 2016 - 13:19
Os organismos executivos do Comité Central do PCP foram eleitos este domingo, quase sem alterações, após o órgão dirigente alargado entre congressos ter renovado a confiança no secretário-geral, Jerónimo de Sousa.
Na XX reunião magna do PCP, em Almada, os 146 elementos do elenco comunista, com 22 novas caras, reuniram-se logo após serem eleitos, com 98,67% de aprovação entre os cerca de 1.200 delegados inscritos, para designar o Secretariado Nacional, a Comissão Política e a Comissão Central de Controlo.
No Secretariado Nacional, mantiveram-se nove dos 10 elementos anteriores, mas não houve unanimidade, registando-se uma abstenção. As únicas alterações verificadas foram a saída de Albano Nunes (75 anos) e Manuela Bernardino (72 anos), ambos eleitos para a Comissão Central de Controlo, e as entradas de Paulo Raimundo (40 anos e ex-Comissão Política) e de Rui Braga (40 anos e eleito pela primeira vez para o Comité Central em 2012).
A Comissão Política, eleita por unanimidade, passou de 20 para 21 elementos. Apenas Paulo Raimundo, que integra agora o Secretariado Nacional, deixa este organismo executivo, enquanto Gonçalo Oliveira (37 anos e membro do Comité Central desde 2012) se estreia na direcção e José Capucho acumula a presença neste organismo com o seu lugar no Secretariado Nacional.
Além de Albano Nunes e Manuela Bernardino, que transitam do Secretariado Nacional, a fiscalizadora Comissão Central de Controlo, também geradora de unanimidade, tem outra cara nova: Rosa Rabiais, membro do Secretariado Nacional e, posteriormente, da Comissão Política até 2008.
Na noite de sábado e madrugada de domingo, terceiro e último de dia de trabalhos no Complexo Desportivo “Cidade de Almada”, o novo Comité Central renovou a confiança, pela quarta vez seguida, em Jerónimo de Sousa.
Resolução Política unânime
O XX Congresso do PCP aprovou ainda, e por unanimidade, a Resolução Política que estabelece a estratégia do partido para os próximos quatro anos, exigindo a libertação dos constrangimentos do euro e afirmando a "integral independência" dos comunistas.
A Resolução Política do XX Congresso do PCP foi aprovada por unanimidade dos cerca de 1200 delegados, que aplaudiram e gritaram a palavra de ordem PCP/PCP.
O documento afirma que o partido não é "força de suporte" ao Governo PS, e que a "solução política alcançada - viabilização do governo minoritário socialista - não responde à indispensável" ruptura com a "política de direita".
A durabilidade desta solução "depende da adopção de uma política que assegure a inversão do rumo de declínio e retrocesso imposto pelo governo anterior e corresponda aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo", lê-se.
O documento propõe "aspectos prioritários" para uma "política patriótica e de esquerda", a começar pela "libertação do país da submissão do euro e das imposições e constrangimentos da União Europeia".