20 jan, 2017 - 15:29
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A coordenadora do Bloco de Esquerda mantém-se contra a descida da taxa social única (TSU) acordada pelo Governo em concertação social para compensar o aumento do salário mínimo e sugere alternativas.
“Baixar custos de energia? Com certeza. Resolver problemas de acesso a financiamento? Precisamos disso. Diminuir os juros que as empresas pagam? Com certeza. Resolver problemas como o pagamento especial por conta, que é alto demais para as pequenas empresas? Estamos cá para isso. Descapitalizar a Segurança Social? Isso não pode ser”, afirmou aos jornalistas, depois de uma reunião com uma delegação da CGTP.
Questionada sobre uma possível moção de confiança ao Governo, Catarina Martins respondeu: “Não tem nenhum sentido”.
“Estamos num processo de diálogo, temos estado sempre e acho que ninguém está à espera, por um lado, que o Bloco de Esquerda abdique dos seus princípios – e a questão da TSU foi uma matéria de princípio desde a primeira hora, quando fizemos o acordo, e o Governo sabe disso. Do mesmo modo, como sabem que o Bloco de Esquerda procura sempre soluções”, esclareceu.
Quanto ao secretário-geral da CGTP, insistiu na revogação da descida da TSU para as empresas: é “a única saída, não há outra, porque é a mais correcta, a mais adequada e já agora é aquela que faz justiça”.
“Aquilo que pensamos é que no próximo dia 25, o facto de se estar a constituir um movimento susceptível de juntar votos para levar à queda da taxa social única, é muito importante e é também um aviso ao modelo”, concluiu Arménio Carlos, para quem se o Governo tivesse ouvido a central, "não tinha o problema que agora tem".
A CGTP não assinou o acordo de concertação social que prevê a descida da TSU em 1,25 pontos percentuais. As confederações patronais e a UGT, por outro lado, firmaram o texto assinado na terça-feira.
PCP. Salário mínimo "não tem de arrastar bónus para as empresas"
O secretário-geral do PCP garante que não vai viabilizar alternativas que compensem a eliminação da descida da taxa social única (TSU). Jerónimo de Sousa considera que o aumento do salário mínimo nacional "não tem de arrastar qualquer bónus para as empresas".
Esta quinta-feira, no final de um encontro com a Associação Intervenção Democrática – que integra a CDU, em períodos eleitorais – e questionado se o PCP poderá apoiar algum “plano B” do Governo para compensar as empresas do provável chumbo no Parlamento da descida da TSU, Jerónimo de Sousa foi peremptório.
"Não, o PCP continua a considerar que é estar a misturar o que não deve ser misturado, o aumento do SMN e bónus para as empresas, isso deve ser claramente separado", afirmou.
"Não consideramos que haja necessidade de alternativas. O quadro do aumento do SMN foi verificado não tinha que arrastar qualquer bónus ou qualquer compensação para as empresas, para o patronato", justificou ainda, destacando que, no que toca à actual solução governativa, os comunistas apenas estão comprometidos com a posição conjunta que assinaram com o PS.
A Assembleia da República debate, na próxima quarta-feira, dia 25, as apreciações parlamentares de PCP e BE que pedem a eliminação da descida da TSU para os empregadores em 1,25 pontos percentuais (aprovada em concertação social, a par do aumento do salário de 530 para 557 euros) – apreciações que deverão contar com o voto favorável do PSD.