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CDS contra "pretenso direito" de ser morto, BE contra “condenação a morrer em agonia”

01 fev, 2017 - 19:01 • Ricardo Vieira

Petição pela despenalização da eutanásia debatida no Parlamento. CDS defende que "o problema do sofrimento em fim de vida trata-se cuidando e não eliminando aquele que sofre".

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O Bloco de Esquerda (BE) defende a despenalização da eutanásia contra a “condenação a morrer em agonia”. Já o CDS diz que o "direito a ser morto por outra pessoa" não deve existir. As posições foram afirmadas esta quarta-feira durante o debate da petição do movimento cívico “Direito a morrer com dignidade”.

“A escolha de suportar o sofrimento é legítima e responsável, mas a obrigação de o suportar é uma prepotência, uma imposição totalitária”, defende o deputado bloquista José Manuel Pureza.

O BE vai dar seguimento a esta petição através da apresentação de um anteprojecto de lei para despenalizar a eutanásia. O diploma será apresentado a 7 de Fevereiro.

“O que esta petição nos solicita é que legislemos com coragem e com prudência, com determinação e com sensatez, para ampliar o campo das liberdade pessoais e para que não se continue a impor de forma intolerante que sejamos obrigados a ter um fim de vida que não queremos e muito menos escolhemos”, afirma José Manuel Pureza.

Para o Bloco de Esquerda, a despenalização da eutanásia “é a única forma de respeitar a livre escolha de todos, a despenalização permite mas não obriga ninguém, ao contrário, a penalização impede e obriga toda a gente”.

CDS contra "pretenso direito de ser morto por outra pessoa"

O CDS opõe-se à “legalização da eutanásia”. A deputada Isabel Galriça Neto está contra a “normalização do matar a pedido e banalização de um retrocesso na nossa sociedade”, com "consequências perigosas".

Dezenas participam em manifestação contra despenalização da eutanásia
Dentro do Parlamento debateu-se a eutanásia. No exterior concentraram-se opositores da morte assistida

“Não se trata de discutir um direito a morrer nem de uma morte assistida, mas de criar um pretenso direito de ser morto por outra pessoa. Não se trata aqui de morte digna”, afirma a parlamentar centrista.

Isabel Galriça Neto defende que, “independentemente das circunstâncias, não há vidas que valem a pena ser vividas e outras não. É a vida que deve ter dignidade até ao fim”.

“Hoje existem indicações rigorosas e meios de intervenção claros que não permitem que se prolongue a vida das pessoas com doenças avançadas e em sofrimento à custa de mais sofrimento com tratamentos inúteis”, salientou.

A deputada do CDS considera que a petição que pede a despenalização da eutanásia “não exclui claramente situações de sofrimento que não em fim de vida, como situações de doença mental ou de sofrimento existencial”.

"Defendemos uma sociedade moderna, que tem na protecção da vida o alicerce dos direitos humanos, uma sociedade que não descarta os mais vulneráveis. O problema do sofrimento em fim de vida trata-se cuidando e não eliminando aquele que sofre. Somos contra a eutanásia", concluiu Galriça Neto.

Antes do debate da petição do movimento cívico “Direito a morrer com dignidade”, o CDS anunciou que vai apresentar uma proposta para defender as pessoas em fim de vida.

"Verdes" e PAN apresentam projectos pela eutanásia

A deputada do Partido Ecologista "Os Verdes", Heloísa Apolónia, anunciou que também vai apresentar uma iniciativa a favor da despenalização da eutanásia.

Heloísa Apolónia também defendeu a importância dos cuidados das pessoas em fim de vida. “A eutanásia não pode substituir cuidados paliativos”, declarou no Parlamento.

André Silva, o único deputado do Pessoas Animais e Natureza (PAN), anunciou que também vai apresentar uma proposta de lei "séria e responsável" sobre a despenalização da eutanásia.

A socialista Isabel Moreira afirmou que o PS não tem posição definida sobre a despenalização da eutanásia. Para a deputada, legislar sobre esta questão não é fácil e o local certo de debate é na Assembleia da República.

Pelo PSD, o deputado Carlos Abreu Amorim defendeu que o debate não pode ser sectário de sim ou não. António Filipe, do PCP, manifestou uma posição idêntica.

[Notícia actualizada às 19h44]

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  • Vera
    02 fev, 2017 Palmela 16:36
    Quem quiser morrer, faça favor! o Cristo Rei é o local ideal! Quem quiser sofrer até ao fim da vida, para encontrar depois uma vida melhor! que foi o que Jesus nos disse! e deu exemplo disso... sofreu até Deus O vir buscar! Ninguém, pode matar ninguém!... somos humanos ou somos selvagens??? eu conheci quem estava em estado terminal e de repente o mal passou! está viva... tinha na altura duas filhas menores e algo aconteceu! hoje tem netos. Se as filhas não fossem menores e autorizassem a morte da mãe, morria uma mulher ainda nova!!! Ó valha-nos Deus... Não acreditam na força de Deus? E se o mar engolir a terra! e se a terra tremer com violência e acabar com a nossa raça! Isso não acontecerá, porque quando houve o Dilúvio, Deus teve pena... e fez uma aliança com a terra, desenhou no Céu o 'Arco da Aliança', a que nós chamamos o 'Arco Íris'; reparem que sempre, depois de um grande temporal, aparece no Céu desenhado esse Arco...Tem sete cores, como quantos dias, Deus levou a fazer o Mundo! Deus é força que tudo movimenta e a nossa existência vem dessa Força! Não brinquem... Pode sair-nos muito caro! eu não quero morrer soterrada, nem afogada; todos temos a nossa cruz! a vida não é fácil para nenhum de nós! porque pertencemos ao povo e foi a maioria do povo que acusou Jesus injustamente! eu aceito o sacrifício que me for dado, com dignidade, como Jesus aceitou! não recuso a vontade de Deus. E estou eu aqui a pregar para os peixinhos... mas creio,que Deus vai salvar a minha alma.
  • Mario
    02 fev, 2017 Portugal 10:41
    A vida é minha faço dela o que quiser e não preciso que me digam o que devo fazer com ela. Se quiser por fim a ela essa é a minha decisão que deve ser respeitada, e não discutida por gente ignorante pois eu a vida é minha e não deles.
  • Rui Gomes
    01 fev, 2017 Mirandela 21:56
    O bloco de esquerda deste que diz ser médico é uma coisa terrível e este médico primeiro que tudo deve pensar que a vida, mesmo para aqueles que agonizam a vida é sempre o que querem mais.Poderá haver gente que sem ajuda e amor naquele momento difícil queira desparecer.Hoje ha farmacos para ajudar a aliviar a dor.Em contrapartida há médicos que querem matar ao mínimo momento da fragilidade humana.Morram aqueles que se sabe la porquê querem matar primeiro antes de esgotarem todos os recursos que existem e até as surpresas que a vida nos prega seja do destino, seja a lei que guia o ser humano na vida e na morte.

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