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Partidos abertos a discussão alargada pedida pelo Presidente

31 jan, 2017 - 20:42 • Paula Caeiro Varela

Bloco sem pressa para legislar sobre eutanásia, PSD vai organizar colóquio e Passos é contra, CDS-PP não excluiu a realização de um referendo e PCP pede debate sem trincheiras.

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O parlamento debate esta quarta-feira uma petição a favor a despenalização da morte assistida, enquanto se aguarda o agendamento de dois projectos de lei sobre a matéria, do Bloco de Esquerda (BE) e do PAN (Pessoas-Animais Natureza).

A morte assistida é um direito do doente, defende-se na petição, assinada por mais de oito mil assinaturas, entregue a 26 de Abril de 2016 na Assembleia da República, que foi baseada num manifesto assinado por uma centena de personalidades.

O Bloco de Esquerda (BE) está disponível para debater e alterar a proposta que irá apresentar a defender a despenalização da eutanásia. O deputado José Manuel Pureza, subscritor e relator da petição no mesmo sentido, que é discutida esta quarta-feira, explica que, para já e dentro de cerca de duas semanas, o seu partido vai apenas apresentar um anteprojecto de lei, que pode incorporar alterações decorrentes do debate que vier a seguir-se.

O Bloco, garante o deputado, está aberto a uma discussão alargada, tal como defendeu o Presidente da República. E sem se comprometer com um calendário para apresentar o projecto definitivo. "Não é para as calendas", sublinha Pureza à Renascença, mas também garante que não há pressa em legislar sobre uma matéria que levanta tantas questões éticas.

No Parlamento, o PSD decidiu, entretanto, organizar um colóquio sobre o tema. “Eutanásia/Suicídio Assistido: dúvidas éticas, médicas e jurídicas" é o mote para um debate que pretende ouvir os que defendem e os que condenam a eutanásia, que se realiza no dia 9 de Fevereiro.

A bancada do PSD vai ter liberdade de voto quando houver propostas concretas, como é hábito quando o Parlamento decide sobre questões de consciência, mas a direcção da bancada acredita que a maioria dos deputados é - por princípio - contra a eutanásia.

O próprio presidente do partido, Pedro Passos Coelho, já afirmou ser contra, mas não deverá dar uma indicação do sentido de voto sobre esta questão.

Viver com dignidade até ao fim

A presidente do CDS-PP não excluiu a realização de um referendo à morte assistida, argumentando que o tema merece um debate na sociedade portuguesa e no parlamento. "Essa é uma matéria que também ela merece um debate na sociedade portuguesa, mas eu não excluiria à partida essa hipótese", afirmou Assunção Cristas aos jornalistas, após uma visita à Universidade Internacional da Terceira Idade, em Lisboa.

A líder centrista sublinhou que há muito que debater sobre estas matérias, "desde logo no parlamento", remetendo propostas do partido para esta quarta-feira.

"Certamente que nos vamos posicionar nesse debate procurando ter as soluções mais humanas que possamos ter no século XXI, e essas são aquelas que acompanham a pessoa dando-lhe todo o conforto possível, tirando toda a dor e olhando a pessoa como um todo, e não apenas como alguém que está num momento difícil e tantas vezes terminal na sua vida", afirmou.

Cristas frisou que "a posição do CDS é muito clara, há muitos anos, sobre esta matéria": "Temos de dar às pessoas, e a todas as pessoas sem excepção, condições para viverem a sua vida com dignidade até ao fim".

"Com dignidade significa sem dor, com acompanhamento a todos os níveis, não é só ao nível da saúde, mas também é o acompanhamento psicológico, social, espiritual, se for necessário e se as pessoas assim o desejarem", declarou.

Já o PCP, que não tem uma posição fechada sobre o assunto, pede “debate sem trincheiras” sobre eutanásia.


[notícia actualizada às 7h30]


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  • Jose Torto
    01 fev, 2017 Braga 21:36
    Presidente atrapalha e divide,simplesmente.
  • Interessante...
    01 fev, 2017 Parlamento 13:07
    ... "a morte a ssistida é um direito do doente..." Esta petição está ferida de morte... assistida! Por muitas razões que nem vale a pena estar a referir, mas esta de dizer que a morte assistida é um direito do doente é brutal. Que eu saiba é direito do doente ter cuidados médicos, agora ter direito a uma morte... O Bloco de Esquerda perdeu o juízo, completamente!
  • graciano
    01 fev, 2017 alemanha 11:18
    eutanasia e aborto novas formas de assassinato legalizadas por assassinos aqui vai um exemplo claro que aconteceu comigo casei em 1975 minha esposa engravidou passados 2 meses e nao estava a correr bem a gravidez minha sogra e o medico de familia diziam que era melhor fazer o aborto ao ponto de minha esposa concordar me impus contra isso e tive mesmo que os ameacar com o divorcio se ela abortase ao fim de 3 meses os problemas desapareceram minha esposa teve uma menina o parto correu com normalidade hoje minha filha esta viva e com saude com 2 filhos e e com ela que vivo se minha esposa tivese abortado hoje nao teria a alegria de viver com minha filha e meus netos leiam esto e penssem se vossa mae tivese abortado vos nao tereis vindo a este mundo obrigado a quem defende o direito a vida obrigado a quem diz nao ao assassinato
  • Ora bem!
    01 fev, 2017 dequalquerlado 10:44
    Assim se discute mais um assunto que em nada contribui para a dignidade de ninguém nem do país. Cada vez mais sinto mais nojo desta classe politica. E falo de todos. Então com tantos problemas que este país enfrenta, a nível econômico, onde há milhares de famílias a viver sem dignidade, pelo desemprego e pela precariedade, a nível da justiça, outra vergonha. Prende-se alguém como no tempo do fascismo por ser livre de se expressar, mas por outro aquela que encomendou a morte ao marido fica em liberdade. E mais e mais e mais...E estão estes medíocres se ocupando do parlamento e pagos pelo povo discutindo o direito de se matar pessoas? E como o José de Lisboa diz , concordo plenamente com os seus argumentos, independentemente do partido que ele defende. "Eutanásia, aborto, morte assistida, são sinônimos de assassinato" E quanto às feministas que vão para a rua defender o aborto feito palhaças, deviam de se lembrar que se as mães delas tivessem a mesma opinião elas não estariam neste mundo a fazerem figura de tolas, defendendo a morte de inocentes que se estão a formar e que por azar formam-se na barriga das pessoas erradas e sem escrúpulos. Cambada de egoístas.
  • José
    01 fev, 2017 Lisboa 06:59
    Eutanásia, aborto, morte assistida, são sinonimo de assassinato. Quem mata é assassino. Como é possível ter argumentar que matar é uma boa acção ? Mais grave ainda, é obrigar médicos e enfermeiras a assassinar. Pensava eu que a Idade Média já tinha passado. E que a Santa Inquisição , ao instituir tribunais, com advogados e jurados, tinha acabado com os assassinatos arbitrários. Porque aqui se trata de matar inocentes.
  • João Lopes
    31 jan, 2017 Viseu 21:58
    A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. Os médicos e os enfermeiros existem para defender a vida, não para matar nem serem cúmplices do crime de outros.

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