08 fev, 2017 - 16:44 • Ricardo Vieira
O essencial do debate quinzenal desta quarta-feira:
O primeiro-ministro, António Costa, relaciona o aumento do abandono escolar precoce com a descida da taxa desemprego entre os mais jovens.
No debate quinzenal desta quarta-feira, na Assembleia da República, o chefe do Governo foi questionado pelo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, sobre a subida de 0,3% do abandono escolar.
Na resposta, António Costa disse que, apesar de ainda ser “prematuro” apontar as causas para esse aumento, avançou três possíveis explicações.
“É prematuro discorrermos o motivo pelo qual o abandono escolar precoce aumentou três décimas. Há, porventura, várias razões que o podem explicar. Podia dizer já uma, correndo o risco de ser precipitado: é que como a taxa de desemprego juvenil baixou quatro pontos percentuais, provavelmente, muitos desses jovens encontraram lugar no mercado de trabalho, foram desses jovens que deixaram de estar a estudar. Porventura”, admitiu o primeiro-ministro.
Perante o espanto da bancada do PSD com a explicação, António Costa disse que os deputados sociais-democratas “reage assim porque desconhecem que a estatística refere-se aos jovens que, sem terem concluído o 9.º ano, não estão nem em formação nem em actividade escolar”.
“Como aumentou o número significativo de jovens no mercado de trabalho, parte deles seguramente estão aí”, frisou.
O primeiro-ministro também admite que o aumento do abandono escolar pode estar relacionado com o aumento da taxa de retenção nos quatro anos de Governo PSD/CDS, como referiu o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), salientou.
“Há uma terceira explicação possível que tem a ver com a reorientação que fizemos de políticas activas de emprego de forma a deixar de disfarçar para efeitos estatísticos falsos estágios com formação efectiva para quem busca formação para inserção no mercado de trabalho”, declarou António Costa.