09 fev, 2017 - 00:12 • Raquel Abecasis (Renascença) e Sónia Sapage (Público)
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O vice-presidente do PSD, José Matos Correia, espera que Pedro Passos Coelho seja reeleito líder do partido em 2018. Em entrevista à Renascença e ao jornal "Público", o deputado critica os criticos da direcção social-democrata e acredita que o PSD será o vencedor das eleições autárquicas deste ano, mesmo que ainda não tenha anunciado um candidato à Câmara de Lisboa.
Pedro Passos Coelho está renovado para levar este mandato, acabe ele quando acabar, até ao fim?
Não tenho muito feitio nem jeito para dar para o peditório das vozes internas do partido. Quando algumas pessoas aparecem a fazer declarações públicas ou a escrever cartas abertas especialmente infelizes, o que pretendem é ter alguma visibilidade. A mim o que me interessa não é isso, é o que é que o partido verdadeiramente é e pensa. E se olhar para a forma como o partido tem funcionado e para a apreciação que as pessoas fazem relativamente ao desempenho da direcção política, julgo que isso está nos antípodas do que outras pessoas querem fazer acreditar. Não vejo nada de especialmente relevante nisso.
Mas nas autárquicas
percebemos que há uma situação em que o PSD se encontra, nomeadamente para
encontrar um candidato para a capital do país, que começa a ser constrangedora.
Não gosto de me pronunciar sobre questões das quais não tenho uma
responsabilidade directa. Nós aprovámos em Conselho Nacional um conjunto de
regras quer relativamente ao perfil dos candidatos, quer relativamente
aos momentos de apresentação de candidaturas e ficou definido que haveria
apresentação de todos os nossos candidatos até ao final do mês de Março. Até
lá, isso estará feito, nos nossos tempos, e não nos tempos que outros querem
que seja.
Não vale a pena acharmos
que não existe um problema em Lisboa.
Não gosto de especular sobre notícias de jornais. Não há nada que me diga
que as notícias são verdadeiras. Há uma coisa que eu sei. O dr. Santana Lopes
podia ter sido, se ele assim o desejasse, o candidato do PSD e ele, muito
legitimamente, entendeu que o cargo que hoje tem e o projecto em que está
envolvido devia ter prioridade. Quanto ao resto são especulações jornalísticas.
O facto de não haver um
nome significa que não havia um plano B.
Não. O facto de não haver um nome significa apenas que temos até ao final
do mês de Março para apresentar os nossos candidatos.
Acha que ainda há
condições para o PSD ganhar as autárquicas?
Esse é o nosso objectivo. Nós não somos um conjunto de pessoas distraídas que
dizem umas coisas por dizer.
E se esse objectivo não
for alcançado?
Eu julgo que vai ser.
Portanto, Pedro Passos
Coelho não tem um prazo de validade?
O dr. Passos Coelho tem um mandato até início de 2018 e eu espero que esse
mandato seja renovado.
Ainda que haja uma
derrota pelo meio?
Julgo que não vai haver.
Mas se houver acha que
deve haver consequências?
Eu não trabalho com cenários. A única coisa que lhe posso dizer é que espero
que o dr. Pedro Passos Coelho seja líder do PSD durante muitos anos.
Tenho toda a confiança que ele renovará o seu mandato a partir de Janeiro ou
Fevereiro de 2018.
Acha que o Presidente da
República tem tido paninhos quentes para o PSD ou tem sido incómodo?
Percebo que haja pessoas que, às vezes, sejam atingidas por alguma partidarite,
mas a mim o que me interessa é saber se o Presidente tem ou não respeitado o
seu estatuto jurídico-constitucional, e eu acho que no essencial ele o tem
feito. Se me pergunta se eu estou de acordo com tudo o que ele faz, não. Mas
seria um milagre que estivéssemos todos sempre de acordo. Vivo tranquilo na
apreciação que faço da forma como ele exerce as suas funções.