17 fev, 2017 - 16:47
A ministra da Administração Interna assume estar preocupada com o furto de 50 pistolas das instalações da direcção nacional da PSP e diz que está a aguardar a conclusão das investigações para decidir se deve haver alterações nos procedimentos.
“É naturalmente algo que me preocupa e por isso mesmo já existe não só uma inspecção em curso, processos disciplinares, mas também uma investigação criminal em curso. Precisamos de esperar pelas conclusões”, cuja competência é do Ministério Público, disse Constança Urbano de Sousa, esta sexta-feira, na direcção nacional da PSP, onde procedeu à entrega de 34 viaturas novas à polícia.
Na quinta-feira, um comunicado do MAI informava que a PSP tinha suspendido de funções dois agentes e instaurado um inquérito ao armazenamento de armas da direcção nacional após terem sido extraviadas 50 armas de nove milímetros.
Questionada sobre possíveis alterações nos procedimentos, a ministra insistiu na necessidade da inspecção da PSP, dos inquéritos disciplinares e da investigação criminal estarem concluídas para ser tomada alguma decisão.
“Precisamos de esperar pelas conclusões para perceber exactamente quais os contornos desta situação. Quando houver conclusões logo se vai determinar quais os procedimentos a seguir”, disse.
Entretanto, a Procuradoria-geral da República confirmou à Lusa a existência de um inquérito crime sobre este caso no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa.
Sobre o facto de algumas das pistolas desaparecidas poderem ser detectadas fora do país, Constança Urbano de Sousa disse que “as armas estão todas no sistema de informações de Schengen e que é natural que possam surgir no âmbito de outras investigações criminais”.
Uma das 50 armas extraviadas das instalações da direcção nacional da PSP em Lisboa foi apreendida durante uma operação no Porto há duas semanas.
34 carros, 885 mil euros
AS 34 novas viaturas hoje entregues à PSP têm um valor de 885 mil euros. Os carros serão distribuídos pelos diversos comandos, entre os quais o do Porto, e para várias valências como trânsito, patrulhamento e protecção de testemunhas.
Na cerimónia de entrega das viaturas, que decorreu na direcção nacional da polícia, a ministra da Administração Interna disse que estas novas viaturas são “um reforço muito importante para a PSP, para a renovação da sua frota automóvel e para reforçar a capacidade operacional" da polícia.
Sobre o contrato de aquisição, Constança Urbano de Sousa explicou que a preocupação foi que no compromisso com a marca tivesse incluído a manutenção das viaturas durante seis anos ou 200 mil quilómetros.
Para o director nacional da PSP, Luís Farinha, estas 34 novas viaturas, vêm colmatar um conjunto de necessidades da polícia e reduzir a média etária dos veículos e o seu intenso uso”.
No final de Janeiro, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) denunciou que 50% das viaturas do Comando Metropolitano da PSP do Porto estão inoperacionais por falta de verbas para proceder à respectiva reparação.
“Cerca de 50% das viaturas que estão distribuídas ao Comando Metropolitano da PSP do Porto não estão em funcionamento”, estando “inoperacionais” por diversas razões, inclusivamente por “falta de peças e verba para proceder à respectiva reparação”, alertou ASPP/PSP do Porto.