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Jerónimo volta a criticar “obsessão pelo défice"

12 mar, 2017 - 18:12

Líder comunista lembra que “persistem as ameaças sobre as taxas de juro da dívida pública e persiste um baixo nível do investimento”.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou "a política de obsessão pelo défice", considerando que é a "dívida insustentável que impede o investimento, consome recursos e riquezas nacionais".

"Persistem as ameaças sobre as taxas de juro da dívida pública. Persiste um baixo nível do investimento com graves reflexos no desenvolvimento do país e num quadro agravado de sistemática pressão e exigência da União Europeia (UE) de maior consolidação orçamental. Ameaças, pressões e exigências que revelam a impossibilidade de defender os interesses de Portugal sem enfrentar a questão da dívida e da submissão ao euro", afirmou Jerónimo de Sousa, no Porto, no comício comemorativo do 96.º aniversário do PCP.

Para o secretário-geral, "falam repetidamente no défice como se fosse esse o grande problema nacional e para colocar na sombra os problemas centrais do país", sendo que é "a dívida insustentável que impede o investimento, consome recursos e riquezas nacionais e o insuficiente crescimento económico que é cada vez mais incompatível com uma política de obsessão pelo défice".

"Na realidade", frisou, "o crescimento económico e o aumento do emprego podia ser outro se a política de redução do défice a todo o custo, a reboque de imposições externas e até para lá delas, não implicasse a forte redução do investimento como há muito temos visto".

No seu discurso, Jerónimo insistiu que Portugal precisa "de uma política patriótica e de esquerda", que consiga romper "com as receitas e caminhos que afundaram o país e com uma visão e objectivos opostos que conduziram Portugal ao declínio e empobrecimento".

O comunista referiu que "muitos dos avanços conseguidos", que "estão para além do que o programa do PS admitia", devem-se ao PCP e ao Partido Os Verdes (PEV), que, "com o seu peso, têm condicionado as opções políticas", mas defendeu que "é preciso, para além da ampliação da luta, dar mais força" ao partido.

"E isso é uma evidência que está bem patente na resistência a que assistimos por parte do Governo do PS e nas opções políticas que tem tomado, sem desmerecimento do conjunto de medidas positivas tomadas, nomeadamente quando se inviabiliza alterar o Código de Trabalho e a legislação laboral da administração pública, extinguindo normas impostas pelo anterior governo e lesivas dos direitos dos trabalhadores (...). Quando se aceita como uma boa solução, por exemplo, a renovação de PPP [Parcerias público-privadas] na saúde ou a opção de entrega, no imediato, ou a prazo, do Novo Banco ao grande capital (...)", sustentou.

Para o secretário-geral, "não é por acaso que PSD, CDS e os sectores ligados À política revanchista de exploração e do empobrecimento fazem do PCP o seu inimigo principal e o principal alvo dos seus ataques furiosos".

"Eles sabem que o Governo é do PS e só do PS com a sua política, que não há governo de esquerda, nem qualquer outro acordo de incidência parlamentar que seja suporte do Governo. Há sim uma posição conjunta que define o compromisso de repor direitos e rendimentos esbulhados e dar resposta a problemas urgentes dos trabalhadores, do povo e do país, mantendo o PCP a sua independência", vincou.

O PCP "não transigirá perante a política de direita, tal como não contribuirá para instalar ambientes de apatia e conformismo que limitem o papel insubstituível da luta dos trabalhadores e do povo", acrescentou.

Jerónimo de Sousa disse que é com o objectivo de afirmar a sua "política necessária e imprescindível" que o PCP arrancou na semana passada com a campanha nacional "Produção, emprego, soberania, Libertar Portugal da submissão ao Euro".

Uma campanha que sublinhará "a importância da libertação do país da submissão ao euro, associada à regeneração da dívida e à recuperação do controlo público da banca para enfrentar os constrangimentos externos, recuperar a soberania monetária e orçamental, libertar recursos para o investimento público, melhorar os serviços públicos e reforçar as funções sociais do Estado", disse.

Comentários
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  • André Souza
    16 mar, 2017 Alverca 10:38
    O partido comunista, verdes, CDU ou lá o que quiserem tem seguidores mais fanáticos que qualquer religião. Não são seres pensantes. Alinham, aplaudem votam.... é contra, é bom vota-se. Mas os "cabecilhas" se pudessem....já estaríamos em ditadura do proletariado, como Coreia do Norte ou Cuba!!
  • A
    15 mar, 2017 A 23:29
    Ai Jerónimo, ai Jerónimo... tu nasceste para seres da oposição! E daí não sais! Ainda vives na URSS! Isso do comunismo ser o instrumento do socialismo... ESQUECE! Ainda não percebeste que o PS não é aquilo que tu estudaste nos livros de Marx??? ACORDA!
  • Eborense
    13 mar, 2017 Évora 11:15
    A tudo o que diz qualquer comunista ou bloquista, já não comento.
  • Elitefascista
    13 mar, 2017 Dorqtparta 11:08
    É impressionante a forma de pensar desta gente que comenta aqui. Um diz " Qual casa bem governada gasta mais do que ganha?" Isto é de louvar aos céus. A tal conversa enfastiosa, repetida e martelada pelos da direita, partido que defende os ricos e poderosos e apoia a miséria. Isto faz lembrar aquela do gastar acima das possibilidades. Isto realmente é de um nível de raciocínio mesmo muito baixo. Ou então julgar que toda a gente é parva e que se faz convencê-la desta ridícula afirmação. Oh papagaio, eu não venho defender partidos, nem esquerda, nem direitas. Esta afirmação não tem por onde se pegue. O problema não é como tu dizes, o problema é ganhar para não poder governar a casa e faltar a dignidade nas famílias. Isto sim! Ganha mas é vergonha na cara. A verdade é que este país já perdeu a sua dignidade em função deste défice, passou a ser governado em função de uma dívida e das imposições da troika. Fazemos parte de uma europa mas para se viver na miséria e sobre todas as suas imposições, nem que isto implique despedimentos, redução de salários, cortes em tudo e mais alguma coisa. A globalização tanto tem contribuído para tal. Para deixar de produzir e se importar quase tudo, ficar dependente. Eu não pedi esta europa, nem esta europa me representa. A verdade é que quer se queire ou não mas ele diz algumas verdades. Isto não é porque o apoio ou porque seja comunista, é porque sei pensar, independentemente de vir para aqui mostrar interesse em defender partidos. Mais...
  • Procura nova elite
    13 mar, 2017 Lisboa 04:59
    Triste continuar a ver políticos que defendem continuar com o défice e até aumentá-lo!!! Qual a casa bem governada gasta mais do que ganha ? E depois continua com as alarvidades... a dívida insustentável é que é o problema....quando é por gastarmos mais do que temos que chegámos à tal dívida insustentável!!! Triste...
  • POPULISMO DO PCP
    12 mar, 2017 Lx 22:19
    A sério kamarada? Mas q se saiba o governo a que o PCP faz parte contribuiu para essa obsessão pelo déficit...Tanta demagogia kamarada.A dívida pública cresceu, a taxa de juro da dívdida pública está aciam dos 4 por cento, investimento abaixo de zero, o amis baixo dos últimos 50 anos, despesa pública empurrada com a barriga para a frente com dívidas aos hospitais a cresce...Será que vem aí o diabo kamarada? Ou o diabo está nos detalhes e nas mentiras, no populismo e na propaganda barata que fazem? Voltaremos ao tempo do outro xuxalista de estirpe corrupta chamado Pinto de Sousa? Parece que sim...Força kamarada que nós gememos...
  • Nuno
    12 mar, 2017 Mafra 22:07
    Comunista percebe de economia como percebe de politica! " Uma política patriótica e de esquerda"???? Vá para a Coreia do Norte, pois lá eles possuem "uma política patriótica e de esquerda"! Estamos entregue a bicharada!

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