12 mar, 2017 - 09:18
Paulo Núncio terá ajudado a criar 120 novas sociedades na zona franca da Madeira, numa altura em que vigorou o regime mais liberal do centro de negócios da região autónoma.
Além da zona franca industrial, do Registo Internacional de Navios e dos Serviços, a Madeira funcionou também, nessa altura, como praça financeira.
A notícia é avançada este domingo pelo jornal “Público”, segundo o qual a Madeira foi a única explicação formal dada pelo antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para não ter dado ordem de publicação dos dados referentes às transferências para paraísos fiscais – dados de que constavam também os benefícios fiscais concedidos a empresas do Centro de Negócios da Madeira.
Segundo o jornal, Paulo Núncio esteve leigado à praça financeira da Madeira entre 1997 e 2007, enquanto advogado fiscalista de uma empresa do universo da sociedade de advogados Morais Leitão, Galvão Teles e Associados, que continua a operar no Funchal.
No sábado, o "Jornal Econónico" noticiou que o ex-secretário de Estado fez parte da equipa de advogados da Garrigues, uma sociedade internacional de advocacia com sede em Espanha, e que teve como cliente a petrolífera venezuelana PDVSA, que fez uma parte significativa das transferências de 7,8 mil milhões de euros para o Panamá, através do BES, entre 2012 e 2014, e que não foram detectadas pelo fisco.
[notícia actualizada a 14/03/2017]