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Cimeira das Lajes. Durão desmente que Sampaio tenha sido “o último a saber"

21 mar, 2017 - 00:43

Durão Barroso rejeita o argumento inscrito no segundo volume da biografia de Jorge Sampaio. A cimeira nos Açores viria a abrir caminho à intervenção militar no Iraque.

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O antigo primeiro-ministro Durão Barroso garantiu na segunda-feira que informou o ex-Presidente Jorge Sampaio sobre a realização da Cimeira das Lajes nos Açores "quase imediatamente" depois de receber o pedido do então chefe do Governo espanhol.

Numa declaração escrita à agência Lusa, Durão Barroso considera "absolutamente falso" o argumento de que o antigo Presidente da República foi "o último a saber" da Cimeira das Lajes.

A cimeira, realizada a 16 de Março de 2003, viria a abrir caminho à intervenção militar no Iraque e posterior deposição do regime de Saddam Hussein.

"O meu contacto com o Presidente da República deu-se quase imediatamente, por telefone, após telefonema que recebi de Aznar [chefe de Governo espanhol], solicitando-me que se realizasse em Portugal a reunião com o Presidente dos EUA [George W. Bush] e o primeiro-ministro do Reino Unido [Tony Blair]", assegurou ex-presidente da Comissão Europeia na mesma declaração enviada à Lusa.

"O então Presidente, Jorge Sampaio, não só não foi o último a saber, foi na realidade a primeira a pessoa a saber e mesmo a única entidade que eu consultei antes da decisão tomada", relatou.

O capítulo da polémica: "Sampaio é o último a saber"

Durão Barroso rejeita assim o argumento inscrito no segundo volume da biografia de Jorge Sampaio. No livro, o autor José Pedro Castanheira dá mesmo o título de "Sampaio é o último a saber" a uma das secções do capítulo dedicado à chamada Cimeira das Lajes.

E sustenta a ideia, recorrendo a uma declaração do então assessor diplomático do Presidente da República Bernardo Futscher Pereira: "O Presidente foi avisado de que ia haver uma cimeira em território nacional duas ou três horas antes de ser anunciada oficialmente. Fiquei furioso!".

José Pedro Castanheira escreve que Jorge Sampaio recebeu um telefonema de Durão Barroso ao início da manhã de sexta-feira, 14 de Março de 2003, manifestando "absoluta urgência" em falar-lhe, embora não ao telefone.

Combinaram então um "encontro imediato" no Palácio de Belém, no qual o então primeiro-ministro comunicou ao Presidente que dois dias depois, em 16 de Março, iria ter lugar em território nacional aquela que viria a ficar conhecida como Cimeira das Lajes.

"Eu não tinha que autorizar ou deixar de autorizar, dado os poderes que o Presidente tem em política externa. Desde Setembro que ele sabia a minha opinião. Respondi-lhe: 'Se me diz que é uma derradeira e essencial tentativa para a paz e evitar a guerra no Iraque, nada a opor".

Relativamente ao assentimento presidencial, ambos concordam e Durão Barroso voltou a sublinhar este ponto na declaração que fez hoje à Lusa.

"A cimeira não poderia aliás ter tido lugar se o Presidente da República, que é também Comandante Supremo das Forças Armadas, não tivesse concordado com a sua realização dado que a base das Lajes, ainda que cedida temporariamente aos EUA, é uma base militar portuguesa. Seria obviamente impensável realizar-se lá evento político diplomático tão relevante sem o consentimento do Chefe de Estado português", salientou Durão Barroso.

O ex-primeiro-ministro salientou: "o Presidente Jorge Sampaio foi a primeira pessoa a quem referi a hipótese da Cimeira das Lajes e a única por mim consultada a esse respeito".

"Deu o seu acordo quanto à sua realização. Pode naturalmente mudar-se de opinião quanto a essa opção. Mas não pode agora alterar-se aquilo que realmente aconteceu", afirmou.

Em Maio de 2016, o antigo líder do PSD e actual presidente do conselho de administração do banco Goldman Sachs já abordara a concordância prévia de Sampaio. E o ex-Presidente, em artigo de jornal, invocou os mesmos argumentos, designadamente de que "não cabe ao Presidente autorizar ou deixar de autorizar actos de política externa" e de que "nada teria a opor" à cimeira, verificando-se os pressupostos de se tratar de "uma derradeira e essencial tentativa para a paz e evitar a guerra no Iraque".

Continua por esclarecer se o antigo Presidente foi "o último a saber", como refere o jornalista José Pedro Castanheira, ou se soube logo após a solicitação espanhola para a realização da cimeira, como assegura Durão Barroso.

Comentários
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  • não foi este?
    22 mar, 2017 lis 08:48
    Revolucionario do Mrpp que no Prec assaltou as instalações da Radio Renascença e pilhou o mobiliário para mobilar as instalações partidárias?...Qual é a credibilidade deste oportunista?
  • Mario Guimaraes
    21 mar, 2017 Lisboa 21:57
    Tanto um como o outro, criados dos que produziram a grande mentira do 25 de Abril . Os americanos (ingleses) e associados franceses convocaram os seus servos espanhóis e portugueses para a casa dos próprios ,calcule-se! Uma vergonha que agora produz livros próprios para usar na casa de banho devido ao seu conteúdo duvidoso e de fraco nível!
  • o burroso
    21 mar, 2017 lis 13:48
    no seu melhor! O cherne que nada em águas de lamaçal fedorento!
  • ó mafalda
    21 mar, 2017 lis 13:27
    gosto mais da banda desenhada da Mafalda!...Diz coisas acertadas!
  • Mafalda Sampaio
    21 mar, 2017 Lisboa 11:19
    Sampaio já tem idade para ter juízo. Então está a entrar na linha do costa? O PS sempre foi e será o partido da mentira e que mais beneficia os mais ricos.Dizer que é socialista é só para enganar os menos esclarecidos.Por isso pensei que Sampaio estava fora, mas pelos visto, ainda quer fazer uma perninha na mentira.É triste!
  • Cherne
    21 mar, 2017 port 09:22
    Com cheiro a fenico!...Pulhice em estado de podridão!
  • este oportunista
    21 mar, 2017 lx 09:18
    É mais um aldrabilhas da trupe do PSD que nos empobreceu até ao tutano! O governo da tanga! Fugiu para arranjar a vidinha dele à nossa custa! Só quem for destituido de juizo acredita neste oportunista! Vergonhosos!
  • tem razão
    21 mar, 2017 sul 08:13
    Foi o penúltimo Os portugueses foram os ultimos
  • Luis
    21 mar, 2017 Lisboa 08:13
    Alguém acredita nesta criatura? Qual a razão desta declaração agora? Quer a ajudar oportunisticamente o Santana nos ataques a Sampaio? Os Portugueses estão mais que enojados com as "pulhitiquices" do presente e ainda têm que suportar as "pulhitiquices" de há 14 anos atrás protagonizadas por gente que são os grandes responsáveis pelo estado de miséria a que o País chegou? Todos ricos, com reformas douradas, com bons tachos para eles e para as suas familias e que há quarenta andam a violentarem-nos com as suas "pulhitiquices". Em que País é que se vê isto? Por essa Europa fora onde pára a classe politica de há quarenta anos? Toda esta miseria de "pulhiticos" só vegeta neste País à beira mar encalhado porque somos um País de borregos. É hora, com muito atraso, de mandar toda esta gentinha de baixo estofo moral, politico e civico para a pata que os pariu. Cambada de xulos que empobreceram o País por dezenas de anos. Milhões de milhões que voaram em reservas de ouro, fundos comunitarios, privatizações e assaltos à banca. Tenham vergonha já chegaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
  • tuga
    21 mar, 2017 lisboa 07:49
    Tão pouca vergonha tem este lobista como quem lhe dá voz!!! Isto é um ser desprezível. É à conta das guerras que ajudou a fazer que tem um bom tacho e o povo refugiados para sustentar!! Este EX MRPP nem para o focinho dele se deveria olhar!!!!

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