18 abr, 2017 - 06:00
O Presidente da República apelou a que a futura estratégia nacional para os sem-abrigo seja rapidamente implementada e prometeu não deixar cair o assunto, quer com novas reuniões com instituições que tratam este problema, quer no terreno.
"O importante foi reflectirmos sobre a nova estratégia e queremos que corra rapidamente a sua aplicação. O prazo é muito longo, até 2023, mas há muita coisa a fazer, quanto mais depressa começar a ser feito melhor", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, no final da segunda reunião de trabalho com instituições de apoio aos sem-abrigo.
Depois de uma primeira reunião no início de Abril, na sede da Comunidade Vida e Paz, a segunda reunião realizou-se no Palácio de Belém, esta segunda-feira, e incluiu pela primeira vez representantes do Governo - Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social -, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e das câmaras municipais de Lisboa e do Porto.
"Há uma concordância geral quanto à importância desta estratégia, às linhas de actuação de todos, públicos, privados, sociais. Eu tive oportunidade de manifestar a esperança que a regulamentação da estratégia, a passagem aos planos de acção concreta, a calendarização, obedeçam a um ritmo que não seja lento. Há uma grande vontade de ver o resultado de aplicação da nova estratégia", resumiu o chefe de Estado.
Na terça-feira haverá na Assembleia da República um debate público, com a participação do Governo, sobre a Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas Sem-Abrigo, que tem um horizonte temporal entre 2017 e 2023, depois de a última estratégia ter terminado em 2015.
O Presidente da República frisou que este "é um desafio nacional que pode ser vencido pela sociedade portuguesa", apelando a que "para lá dos bons propósitos" de todas as instituições que lidam com o problema no terreno "se vá mais longe nos objectivos pretendidos".
A próxima reunião ficou marcada para Junho, altura em que o chefe de Estado espera que existam já "mais dados" sobre a regulamentação e planos de acção concretos a cargo do Governo, que deverá aprovar esta nova estratégia em Conselho de Ministros. No entanto, Marcelo prometeu voltar ao terreno e realizar iniciativas com estas instituições junto das pessoas sem-abrigo "nas próximas semanas e ao longo dos próximos meses".
Questionado sobre se estas iniciativas podem ser entendidas como um ultimato ao executivo, o Presidente respondeu que "o Governo é o primeiro a ter interesse" numa rápida implementação da estratégia. Por outro lado, salientou, "há também uma preocupação que é olhar para o médio prazo e para a saída da rua" das pessoas sem-abrigo.
"Isso quer dizer condições de habitação e de acesso ao emprego. Tudo isso deve esperar agora algum tempo, que é o tempo previsto para a estratégia ser posta de pé", afirmou.