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Sindicatos rejeitam acusações do CDS de "institucionalização da cunha" na regularização de precários

03 mai, 2017 - 17:21

Declarações de Assunção Cristas merecem críticas da UGT e da CGTP.

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A UGT rejeitou as “afirmações graves” da líder do CDS-PP, que acusou esta quarta-feira o Governo de querer " institucionalizar a cunha" no processo de regularização de precários na Função Pública. A CGTP diz que Assunção Cristas quer "desviar as atenções" da actuação do anterior Governo nesta área.

“Estas são afirmações graves e que merecem a veemente rejeição da UGT e não deixam de causar surpresa quando proferidas por alguém que teve já responsabilidades governativas”, afirmou, em comunicado, a União Geral dos Trabalhadores (UGT).

A organização sindical considerou que as afirmações de Assunção Cristas esquecem “o trabalho que os sindicalistas têm todos os dias nos locais de trabalho de todo o país”, além de “ignorar que quem opta por não se sindicalizar” pode “exigir a apreciação da sua situação em concreto”.

“Se a ex-ministra [do Governo de coligação PSD/CDS-PP] se queria referir a alguém em concreto, deveria ter a coragem de o afirmar. A UGT não aceita ser incluída, de forma difusa, no ‘caldeirão’ da confusão que resulta da apreciação da presidente do CDS-PP”, lê-se no comunicado da UGT.

CGTP fala em "invenção"

O secretário-geral da CTGP recusou as acusações da líder do CDS, referindo ser uma “invenção para lateralizar a discussão” e “desviar as atenções da política que generalizou a precariedade” do anterior Governo.

À margem da entrega de um documento sobre reformas no Ministério do Trabalho, em Lisboa, o dirigente sindical acusou ainda Mota Soares de ter sido “muito magnânimo, nomeadamente para as empresas, ao financiar as empresas para criar trabalho precário”. “Aí, se calhar, é que havia cunhas”, acrescentou aos jornalistas.

Esta tarde, o líder da CGTP sublinhou a vontade de que o processo seja transparente. “O Governo de certeza que tem um levantamento dos trabalhadores com vínculos precários que estão ao seu serviço, os serviços estão informatizados, têm essa indicação, o que propomos é que a partir desse levantamento se identifique os trabalhadores que estão a ocupar postos de trabalho permanente e que passem ao quadro de efectivos”, afirmou.

Com este cenário, Arménio Carlos considera que se está presente uma “medida anticunha”, ao apostar-se na “transparência absoluta”.

CDS critica atropelamento diário de regras

No encerramento das jornadas parlamentares do CDS-PP, Assunção Cristas disse que o partido está preocupado com várias situações de "atropelamento diário de regras" e apontou como exemplo o processo de regularização dos trabalhadores precários na Função Pública.

"Hoje somos surpreendidos com a notícia de mais um atropelo: o Governo vai dar a voz aos sindicatos para, não diria seleccionar, mas pelo menos meter a cunha", afirmou.

Os trabalhadores precários do Estado podem pedir a avaliação da sua situação entre 11 de Maio de 30 de Junho, de acordo com a portaria publicada esta quarta-feira em Diário da República.

Durante este período, os sindicatos podem também alertar os dirigentes máximos dos serviços para situações de precariedade de que tenham conhecimento e que pretendam ver avaliadas.

"É a institucionalização da cunha pelos sindicatos", criticou Assunção Cristas, dizendo que, a confirmar-se, o grupo parlamentar do CDS-PP deverá chamar o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, a dar explicações na Assembleia da República.

Na portaria, assinada pelos ministros do Trabalho e das Finanças, está previsto que as associações sindicais e as comissões de trabalhadores possam "comunicar aos dirigentes máximos dos órgãos, serviços ou entidades as situações de exercício de funções que correspondam a necessidades permanentes e sem o adequado vínculo laboral de que tenham conhecimento".

[Notícia actualizada às 18h25 com a posição da CGTP]

Comentários
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  • martins
    08 mai, 2017 braga 14:46
    ao am meu caro amigo o teu comentario deu me vontade de rir -porque todo mundo sabe que a cjtp e a moleta do pcp e a ujt a moleta do ps
  • AM
    08 mai, 2017 Lisboa 12:14
    Essa menina, não sabe o que diz, e o tamanho da precaridade crónica que os laranjas e companhia, andaram a fabricar. Este governo está a casar e a reconciliar o que é reconciliável. O sindicato, nos dias de hoje, não tem cor politica, é um agente regulador de jurisdição de gente e de procedimentos. Aprendam!
  • Al Berto
    05 mai, 2017 Al Meida 13:43
    Cunhas em Portugal??? NUNCA!! Que ofendido que estou!
  • a acusadora
    03 mai, 2017 lx 18:08
    para ela já vale tudo até a difamação! A agressividade e a teoria da conspiração são os atributos mais utilizados para lançar a confusão! Afinal os radicais são eles...
  • J.Batista
    03 mai, 2017 Lisboa 17:56
    São reflexos de infantilidades e devaneios dondocas. A oposição enveredou por se mostrar aquilo que é. Bafienta, malcriada e boçal. Desde o ex-político que mentiu sobre os SMS de ADomingues (negado por este) à triste figura de PCoelho, acabando na insinuação sórdida de MMendes e a sua tentativa (na mesma sessão) de lançar o PM contra Mário Centeno, tudo de canhestro cabe na boca da oposição, reduzindo a um mero exercício verbal da mais execrável e porca postura. Enfim, os pais não lhes deram educação, apenas lhes indicaram o caminho que já trilhavam.

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