06 mai, 2017 - 18:23
O ministro dos Negócios Estrangeiros diz estar disponível para ser ouvido "já" no Parlamento sobre a crise na Venezuela, como o CDS pediu.
Esta sexta-feira, o deputado do CDS Filipe Lobo d'Ávila pediu na comissão parlamentar que, "dada a urgência" da situação na Venezuela, onde vive uma grande comunidade portuguesa, a audição do governante seja antecipada, ficando para depois as reuniões com os dois diplomatas.
"Vou já" à comissão, disse à Lusa, por telefone, Augusto Santos Silva, que se encontra em visita oficial ao estrangeiro.
20 de Junho é a data inicialmente agendada pela comissão parlamentar para a audição, mas Santos Silva recordou que apresentou outras datas mais próximas, mas a reunião não se realizou antes por "indisponibilidade da comissão".
"Logo que a comissão parlamentar aprovou o requerimento do CDS para eu ser ouvido em audição à porta fechada, o meu gabinete manifestou imediata disponibilidade para eu ir", referiu.
Segundo informação prestada à agência Lusa pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), o Palácio das Necessidades começou por propor os dias 18 de Abril ou 16 de Maio para a realização da reunião, mas as datas "foram recusadas pela comissão".
A comissão parlamentar, presidida pelo socialista Sérgio Sousa Pinto, sugeriu então 30 de Maio ou 6 de Junho, mas "ambas as datas foram recusadas pelo MNE, porque no dia 30 acontece a Cimeira Luso-Espanhola e no dia 6 o ministro estará em Madrid".
Santos Silva propôs então 23 de Maio e 20 de Junho, mas no próximo dia 23 há plenário na Assembleia da República - o que impede os deputados de participarem numa reunião da comissão parlamentar -, "pelo que apenas sobrou como data proposta 20 de Junho".
"É de todo o meu interesse prestar todos os esclarecimentos e partilhar toda a informação, bem como ouvir todos os senhores deputados", referiu à Lusa o governante.
O chefe da diplomacia portuguesa salientou a importância de o parlamento estar "bem consciente da situação que se vive e do que se está a fazer".
O CDS quer conhecer o plano de contingência do Governo para a comunidade portuguesa naquele país, bem como sobre a alegada existência de presos políticos portugueses ou lusodescendentes.
Pelo menos 35 pessoas morreram e 717 ficaram feridas nos protestos que estão a decorrer, desde Abril, na Venezuela, informou o Ministério Público venezuelano, que referiu ainda a detenção de mais de 150 pessoas.