26 mai, 2017 - 11:30 • Susana Madureira Martins
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Num discurso absolutamente omisso em relação aos parceiros de esquerda, o líder parlamentar do PS referiu, esta sexta-feira, algumas das linhas a que o partido no Governo precisa de dar atenção, agora que se aproximam as negociações do Orçamento de Estado.
Algumas dão resposta clara às pressões de bloquistas e comunistas, sobretudo as que dizem respeito ao alívio fiscal, mas Carlos César nunca nomeou PCP, Verdes ou Bloco de Esquerda durante o seu discurso de várias páginas.
O caminho agora passa por “alocar mais recursos e gerir com inteligência o investimento público”, afirmou o dirigente socialista, acrescentando que é preciso “manter a trajectória das contas públicas e a reputação orçamental, aliviar no possível o excesso de carga fiscal sobre as pessoas e as famílias, intervindo inclusive nos escalões do IRS”.
No discurso perante os deputados do PS, Carlos César referiu ainda que “é importante prosseguirmos o caminho que temos feito, com o mesmo critério e com mais cuidados”.
E alertou que o partido não se pode esquecer que, apesar dos “bons resultados da governação do PS, vivemos num país com muitas desigualdades” – uma linha de pensamento que o dirigente tem, de resto, adoptado nos últimos dias.
O líder parlamentar socialista e presidente do PS deixou ainda duras críticas à oposição, dizendo que “Passos Coelho apostou e colocou todas as fichas no insucesso do Governo” e que agora “vai tentar mudar de discurso”.
“Mude ou não, chega tarde, porque Portugal já mudou e, já não restam dúvidas, mudou para melhor”, rematou.
As jornadas parlamentares do PS, que estão a decorrer em Bragança, terminam esta sexta-feira com a intervenção do secretário-geral do partido e primeiro-ministro, António Costa.