01 jun, 2017 - 06:39 • Eunice Lourenço , Susana Madureira Martins
Provas de vinhos no Pico e de queijadas na Graciosa, muitos passeios a pé, vários encontros com as “forças vivas” das ilhas, actuações diversas de bandas filarmónicas e ranchos folclóricos e, claro, sopas do Espírito Santo – é todo um roteiro açoriano que o Presidente da República vai percorrer em seis dias de visita à Região Autónoma dos Açores. Marcelo começa a vista esta quinta-feira, na país pequena das nove ilhas do arquipélago.
Em seis dias, o Presidente pretende visitar não só sete das nove ilhas, mas todos os concelhos dessas sete ilhas. Para isso vai deslocar-se em avião da Força Aérea. Um avião para o Presidente e comitiva, outro para jornalistas. Para cumprir o ritmo acelerado da visita será preciosa a ajuda da meteorologia para que nenhum dos 12 vôos previstos atrase ou falhe. Ainda por cima, na maior parte dos dias, Marcelo e comitivas acordam numa ilha diferente da que vão visitar.
O modelo da visita é muito semelhante ao “Portugal próximo” – o nome que Marcelo escolheu para o que Soares chamou de Presidências Abertas -, mas não se chama assim. Chama-se “Visita à Região Autónoma dos Açores – 1ª parte”. A segunda parte, às ilhas de S. Miguel e Santa Maria, fica para o Outono. A lógica é levar o Presidente dos afectos ao encontro dos açorianos, que por estes dias vivem uma das suas festas maiores, a do Espírito Santo.
O início no Corvo é simbólico por ser a mais pequena das ilhas. Lá terá a recebê-lo o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, o representante da República, Pedro Catarino, e a presidente da Assembleia legislativa regional, Ana Luísa Luís. Depois, e como é Dia da Criança, o chefe de Estado visita uma escola, ouve um grupo de bandolins e, em antecipação, ao Dia Mundial do Ambiente (5 de Junho), planta uma árvore.
Depois do Corvo, as Flores, ainda na tarde desta quinta-feira, onde o Presidente, entre outras coisas, vai visitar o Museu da Fábrica da Baleia do Boqueirão e conhecer antigos baleeiros.
Sexta-feira, acordar nas Flores e partir para a Terceira, onde a visita, naturalmente, começa na Base das Lajes. Segue-se um expectável banho de multidão, num almoço em que são esperados 2.500 idosos. E o mesmo se espera na manhã seguinte, quando Marcelo passear a pé pelo centro de Angra do Heroísmo, onde ainda vai discursar no XIV Congresso Insular das Misericórdias.
Autarcas de fora
Antes, ainda na sexta-feira, terá um encontro com o presidente da Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores. Foi esta a forma encontrada pela Presidência para tentar contornar os muitos pedidos de autarcas para se encontrarem com Marcelo. Em ano de autárquicas, o Presidente só tem encontro formal com Roberto Monteiro, presidente dos autarcas açorianos e presidente não-recandidato da Câmara Municipal da Praia da Vitória.
A meio de sábado, a visita continua, mas no Pico, com prova de vinhos, visita ao Museu dos Baleeiros e um jantar com “as forças vivas da Ilha do Pico”, onde haverá um momento musical pela Filarmónica Liberdade. Bandas filarmónicas são, aliás, uma constante na visita, até porque os Açores são a região do país que mais bandas tem per capita.
Domingo, Marcelo acorda no Pico, vai à Graciosa onde tem um almoço com pescadores e “forças vivas” e termina o dia já no Faial. E será no Faial o dia mais oficial desta visita: segunda-feira, dia 5, Dia da Região. Este dia é considerado, ao mesmo tempo, a maior comemoração cívica e religiosa dos Açores. Foi instituído em 1980 e é uma festa móvel porque é sempre a segunda-feira seguinte ao Domingo de Pentecostes, que, por sua vez, é 50 dias depois da Páscoa e assinala a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos.
Também chamado Dia do Bodo ou Dia da Pombinha, o dia começa com uma sessão solene na Assembleia Legislativa Regional, mas tem o seu grande momento popular nas “Sopas em Honra do Divino Espírito Santo”, em plena Avenida Marginal da Horta.
O último dia da visita é partilhado entre o Faial e São Jorge, de onde o Presidente há-de regressar a Lisboa. Depois, claro, de mais um almoço com “forças vivas” e da actuação de mais uma banda e mais um rancho folclórico.