02 jun, 2017 - 13:16
A coordenadora do Bloco de Esquerda pediu ao Governo para "reconsiderar" a escolha de José Júlio Pereira Gomes para chefe das secretas, depois de terem sido revelados episódios em torno da sua passagem por Timor-Leste.
"O Governo deve reconsiderar. Aguardamos que o Governo diga alguma coisa sobre esta matéria", declarou Catarina Martins, quando questionada sobre o tema.
O “Público” noticia a apreensão do PSD com a escolha de Pereira Gomes para chefe do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP).
Esta semana, ao “DN”, a eurodeputada do PS já tinha demonstrado preocupação pela nomeação. Ao jornal, Ana Gomes assumiu que ficou "muito surpreendida e apreensiva", porque, "não estando em causa o percurso profissional, falta a Pereira Gomes o perfil psicológico".
"Tenho dúvidas de que o embaixador Pereira Gomes tenha capacidade para aguentar situações de grande pressão. Não inspira confiança e autoridade junto dos seus subordinados nos serviços de informações", referiu a eurodeputada, adiantando que já informou "quem de direito" do porquê da sua "apreensão".
Posteriormente, num artigo de opinião no Público, o jornalista Luciano Alvarez, falou também da passagem do embaixador por Timor-Leste em 1999.
Questionado pelo Público sobre se mantém a decisão de nomear o novo chefe do SIRP, o primeiro-ministro, António Costa respondeu: “A proposta de indigitação fala pela confiança que tenho no embaixador José Júlio Pereira Gomes para o desempenho das funções para que agora é proposto.”
"É sabido que quando Pereira Gomes chefiava a missão em Timor houve vários episódios bastante complicados", sinalizou Catarina Martins, lembrando que houve quem no BE tivesse acompanhado a situação de perto, "activistas muito próximos da causa".