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Pedrógão Grande. CDS faz 25 perguntas a António Costa

22 jun, 2017 - 18:58

"De um primeiro-ministro esperam-se respostas, não se esperam perguntas", diz Assunção Cristas.

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O CDS anunciou que vai enviar 25 perguntas a António Costa sobre a tragédia de Pedrógão Grande, salientando que "de um primeiro-ministro esperam-se respostas, não se esperam perguntas".

Em conferência de imprensa no Parlamento, a presidente do CDS, Assunção Cristas, salientou que "cumprido o luto nacional" é dever do partido "contribuir para que todas as perguntas sobre esta tragédia sejam respondidas".

O CDS questiona, por exemplo, quem deu o primeiro alerta para o incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, e que causou pelo menos 64 mortos, qual a causa ou causas do incêndio ou se o sistema de comunicações SIRESP falhou ou não.

A líder centrista questiona ainda o primeiro-ministro se concorda com a ministra da Administração Interna de que "não há prova de ter havido qualquer falha na resposta do Estado", se mantém a confiança em Constança Urbano de Sousa e se "assume que houve descoordenação política".

"Na nossa perspectiva há muito por esclarecer e há muitas questões que têm versões contraditórias, inclusivamente por parte de responsáveis políticos e de membros do Governo. Obviamente se há tanta pergunta por fazer, é porque há muito por esclarecer", justificou Assunção Cristas.

Questionada se o CDS quer a demissão da ministra da Administração Interna, Assunção Cristas não respondeu directamente.

"Nós entendemos que, para lá de todas as questões técnicas, há responsabilidades políticas que cada um tem de assumir. Até agora, o que vimos foi uma ministra dizer que não tinha evidência de que o Estado tinha falhado em alguma coisa e um primeiro-ministro que, em vez de dar respostas, faz perguntas à administração por cima dos seus próprios ministros", criticou.

Assunção Cristas, que esteve acompanhada na conferência de imprensa pelo líder parlamentar, Nuno Magalhães, e pela vice-presidente Cecília Meireles justificou o envio das perguntas directamente para António Costa, porque é o Governo "que coordena toda a Administração Pública e tutela todas as entidades envolvidas".

"Seria um bom sinal que pudesse responder com celeridade, seria sinal que a coordenação tinha voltado", afirmou.

Entre as perguntas colocadas, os democratas-cristãos questionam qual era o nível de alerta operacional do dispositivo para a área em que deflagrou o incêndio e por que razão não foi superior.

Sobre o sistema de comunicações de emergência (SIRESP), o CDS quer saber se falhou, por quanto tempo, quando foi detectada a falha e se teve consequências operacionais.

Por outro lado, os democratas-cristãos colocam uma série de questões sobre o encerramento da estrada N-236-1, onde terão morrido 47 pessoas: se estava aberta ou fechada ao trânsito, por ordem de quem e por que razão, na entrevista de terça-feira à TVI, António Costa "citou apenas uma parte da resposta dada pela GNR" sobre esta matéria.

À TVI, António Costa adiantou que, segundo a GNR, o fogo terá atingido a estrada de forma "inusitada, rápida e repentina".

Na resposta integral depois divulgada, o Comando Geral da GNR sustenta que não havia então "qualquer indicador ou informação que apontasse para a existência de risco potencial ou efetivo em seguir por esta estrada (EN 236-1) em qualquer dos sentidos" e aponta dificuldades operacionais na missão de cortar a estrada.

Da lista de perguntas do CDS constam ainda interrogações sobre evacuação de aldeias, o momento em que as autoridades tomaram conhecimento da existência de vítimas mortais, a adequação dos meios em cada momento ou a dispensa de 60 bombeiros florestais espanhóis.

Além das 25 perguntas, os democratas-cristãos pedem ainda que lhe sejam enviados a fita do tempo do Sistema de Apoio à Decisão Operacional (SADO) dos dias 17 e 18 de junho e as respostas da Autoridade Nacional da Proteção Civil, da GNR e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) às perguntas colocadas pelo primeiro-ministro na segunda-feira.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que foi dado como dominado na tarde de quarta-feira, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

Este incêndio já consumiu cerca de 30 mil hectares de floresta, de acordo com dados do Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais.

Comentários
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  • António
    23 jun, 2017 Alverca 14:42
    Esta agente política sem vergonha esqueceu que liberalizou de novo a plantação de eucaliptos quando foi ministra...
  • desiderio
    23 jun, 2017 sitio do campo de cima 10:54
    Lá vêm os abutres e hienas explorar a miséria humana.
  • Fausto
    23 jun, 2017 Lisboa 09:38
    O que é que ela disse...
  • das Caldas
    23 jun, 2017 Caldas da Rainha 08:02
    Lá vem a angolana Cristas, que - segundo os seus próprios apaniguados - veste calças de ganga quando visita bairros pobres, tentar fazer o aproveitamento político da desgraça alheia, com a maior hipocrisia e desfaçatez, tanto mais que foi ela própria até há bem pouco tempo e durante mais de 5 anos titular do ministério que titulava as florestas. Esta senhora não se enxerga? A desfaçatez e a incompetência têm limites. Em tempos a organização que lidera ficou conhecida pelo "partido do táxi" dado os escassos 4 deputados que conseguiu eleger corresponderem a não mais que a lotação de um táxi. Por este caminho a sujeita inda vai transformar o CDS no "partido do skate", atendendo ao critério da respectiva lotação.
  • francisco
    23 jun, 2017 Braga 02:47
    Esta Snr. Assunção Cristas,foi durante 4 anos ministra da agricultura e do mar; Pergunto o que fez ela para agora estar a questionar o inquestionável.
  • Joe Freitas
    23 jun, 2017 usa 01:14
    I have 64 questions for the prime minister. One from each of the deceased. Um livro podia ser escrito da quantidade de fogos que Portugal foi vitima. E nada foi feito para os evitar. Experiencia temos, mas de nada serve...... ou servira.
  • Carlos André Torres
    22 jun, 2017 Porto 23:46
    É inacreditável verificar que, no seio de tantos "iluminados" (políticos, comunicação social, peritos, etc), não ouvi, quem quer que seja, responsabilizar todos os detentores de cargos públicos (governo, forças policiais, autarcas, etc), que nunca fizeram cumprir o dec. lei 124/2006; inteirem-se da lei e tirem conclusões - ninguém morreria queimado, desde que esta lei se fizesse cumprida!!!!
  • Maria
    22 jun, 2017 Lisboa 23:11
    É muito mau ver esta gentalha fazer aproveitamento politico de uma desgraça deste tamanho.Deviam ter vergonha e uma vez por todas ficar calados. Esta senhora parece não ter um pingo de inteligência, senão estava caladinha, não abria a boca. Mas deve pensar que os portugueses são todos parvos e vão nas "balelas" que ela diz. Haja paciência!
  • Alfredo
    22 jun, 2017 MG 23:00
    Para além de uma politica de gestão da floresta, temos de ter uma posição de respeito pelo próximo, e todos, mesmo todos, serão responsáveis pela limpeza e manutenção das zonas de mato. O próprio Instituto de Estradas de Portugal, camaras municipais e proprietários deveriam ser obrigados a limpar as areas envolventes da zonas habitacionais, bermas de estada e caminhos, mantendo as areas de proteção e segurança limpas. Como é bom viver no campo, mas não se pode correr riscos e o que verificamos todos os anos é que o mato fica paredes meias com as areas de habitação. Já lá vai o tempo em que as mulheres e homens deste país andavam diariamente nas mata a recolher mato e ramos, para utilizar nas instalações animais e estrumeiras, para o lume onde se fazia a comida e nos aquecíamos. Felizmente este tempo acabou, mas a limpeza tem de continuar.
  • Alfredo
    22 jun, 2017 MG 22:47
    O meu comentário nada terá a ver com esta noticia direta, mas sim com o assunto de base. Pessoalmente tenho o MAIOR respeito pelos Bombeiros de Portugal, sei que são bastante voluntariosos e colocam as suas vidas em risco para defenderem o próximo, mesmo que este próximo seja anónimo. Mas como simples cidadão e atento a algumas realidades que vou acompanhando nas noticias desde há vários anos a esta parte, sobre as linhas de comando, nomeadamente dos emproados da proteção civil, que enquanto não tiverem o centro de comando devidamente montado, com as vistosas viaturas, cadeiras e demais comodidades, me parece que não dão diretivas de ataque aos incêndios. Como digo, não sou expert na matéria mas, tenho alguma dificuldade em entender o método. Em outros tempos, quando tocava a rebate, os homens corriam muitas das vezes a pé e de bicicleta para o quartel, entravam nas rudimentares viaturas e seguiam diretamente para o fogo e sobre ordens do comando no local atacavam o incendio. Hoje com meios de comunicação, visualização de satélite e drones, helicópteros e outros meios, aguardam pelas reuniões da PC de forma a receberem diretivas de ataque, enquanto isso o fogo alastra, tomando as proporções de todos conhecidas. Lamento profundamente as perdas humanas, inocentes e voluntariosas. As perdas materiais, com mais ou menos custo se recupera, como se diz, "vão os anéis e fiquem os dedos", que com os dedos lutamos e nos erguemos.

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