23 jun, 2017 - 23:42
O primeiro-ministro assinou um despacho ordenando à ministra da Administração Interna que providencie junto da secretaria-geral do seu Ministério um "cabal esclarecimento" sobre as falhas ocorridas na rede SIRESP, entre sábado e terça-feira.
"Tendo em conta esta descrição, deve a ministra da Administração Interna providenciar junto da secretaria-geral do Ministério da Administração Interna e da SIRESP o cabal esclarecimento do sucedido", refere o despacho, a que a Renascença teve acesso, com data de hoje, assinado pelo primeiro-ministro, António Costa.
Este despacho surge na sequência da resposta da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) ao primeiro-ministro, assumindo as falhas na rede SIRESP, entre sábado e terça-feira, no teatro de operações de combate ao incêndio de Pedrógão Grande, mas alegando que foram supridas por "comunicações de redundância".
Segundo fonte do gabinete do primeiro-ministro, António Costa assinou este despacho logo que "actualizou a sua informação", após chegar ao seu gabinete, proveniente de Bruxelas.
O primeiro-ministro remete este despacho também para a Procuradora-Geral da República, alegando poder ser "relevante" para o inquérito em curso.
"Por poder ser elemento relevante para o inquérito em curso, à Procuradora-Geral da República, com conhecimento à ministra da Justiça", adianta o despacho.
O reconhecimento de falhas no sistema de comunicações durante as operações de combate aos incêndios de Pedrógão Grande, que causaram a morte de mais de 60 pessoas, consta de uma resposta enviada pelo presidente da ANPC, Joaquim Leitão, ao primeiro-ministro, que na terça-feira o questionou sobre falhas na rede de comunicação SIRSP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) durante a operação de combate ao incêndio de Pedrógão Grande, distrito de Leiria.
Dois grandes incêndios deflagraram no sábado na região Centro, provocando 64 mortos e mais de 200 feridos, tendo obrigado à mobilização de mais de dois milhares de operacionais.
Estes incêndios, que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande e Góis, consumiram um total de cerca de 50 mil hectares de floresta [o equivalente a 50 mil campos de futebol] e obrigaram à evacuação de dezenas de aldeias.