05 jul, 2017 - 18:11 • Susana Madureira Martins
O PS chumbou esta quarta-feira o projecto do Bloco de Esquerda (BE) para nacionalizar o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP).
O PSD tinha anunciado o voto contra, mas absteve-se e o mesmo fez o CDS. A responsabilidade pelo chumbo do diploma ficou única e exclusivamente do lado do PS, que ficou isolado no voto contra. Uma posição que provocou gargalhadas entre os social-democratas quando os deputados socialistas se levantaram para votar.
Ao longo do debate desta tarde no Parlamento tudo indicava que o PSD ia mesmo votar contra o projecto. O deputado social-democrata Carlos Abreu Amorim fez uma intervenção muito dura contra a hipótese de o SIRESP ficar nas mãos do Estado, uma possibilidade defendida por Bloco de Esquerda, PCP, Verdes e PAN.
Os socialistas, pela voz do deputado Filipe Neto Brandão, defenderam que a denúncia do contrato da rede de comunicações teria custos e que é preciso esperar pelo resultado dos diversos relatórios sobre o comportamento do SIRESP nos incêndios de Pedrógão Grande para tirar conclusões.
Na intervenção final do Bloco de Esquerda, o líder parlamentar Pedro Filipe Soares lamentou que os socialistas não tivessem aproveitado a oportunidade e criticou abertamente António Costa, que, há dez anos, enquanto ministro da Administração Interna podia “ter dito não” à criação da rede.
“Poderia e deveria ter dito não na altura em que assinou o contrato, não o fez, não teve a coragem que era devida para defender o que era público”, disse Pedro Filipe Soares.
O líder parlamentar bloquista insistiu que “agora, dez anos depois, tantas trapalhadas depois, tantas falhas depois, era de esperar que o PS já tivesse aprendido a lição”.
Na hora da votação o Bloco de Esquerda apenas foi acompanhado pelo PCP, Verdes e PAN no voto a favor, o que não chegou para fazer aprovar o projecto de resolução.