12 jul, 2017 - 17:24
Debate do Estado da Nação no Parlamento:
O primeiro-ministro manifestou-se esta quarta-feira apreensivo com o futuro da PT, agora propriedade da multinacional Altice, temendo mesmo pelo futuro de postos de trabalho e apontando a uma das operadoras "falhas graves" no incêndio de Pedrógão Grande.
António Costa falava após a segunda ronda de questões colocadas pelos deputados no debate sobre o Estado da Nação na Assembleia da República.
O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, confrontou o primeiro-ministro com a existência de um ambiente de "intimidação" aos trabalhadores na Portugal Telecom (PT), com António Costa, logo a seguir, a partilhar com o dirigente comunista esses mesmos receios.
"Receio bastante que a forma irresponsável como foi feita aquela privatização [pelo anterior Governo PSD/CDS-PP] possa dar origem a um novo caso Cimpor, com um novo desmembramento que ponha não só em causa os postos de trabalho como também o futuro da empresa", declarou o primeiro-ministro.
António Costa fez depois referência ao que se passou em termos de comportamento das operadoras de telecomunicações durante o período de combate às chamas no incêndio ocorrido em Junho passado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria.
"Aliás, espero que a autoridade reguladora [para as telecomunicações] olhe com atenção só o que aconteceu com as diferentes operadoras nestes incêndios de Pedrógão Grande. Compreenderá certamente que houve algumas que conseguiram sempre manter as comunicações e houve outra que esteve muito tempo sem conseguir comunicações nenhumas – e isso é muito grave", salientou ainda o líder do executivo.
Depois, António Costa disse que, pessoalmente, enquanto consumidor de telecomunicações, já tirou conclusões face ao panorama existente no mercado nacional.
"Por mim, já fiz a minha escolha da companhia que utilizo", disse, numa nova alusão crítica à PT.