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Vitalino Canas: "Qual é o problema de ir ver um jogo da selecção nacional?"

12 jul, 2017 - 09:42

Para o deputado e dirigente do PS, está-se "a criar danos no serviço público em nome de algo que não é suficiente ponderoso". Nuno Morais Sarmento acha o contrário: "Era evidente que isto ia acabar em conflito de interesses."

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Vitalino Canas: "Qual é o problema de ir ver um jogo da selecção nacional?"

O dirigente e deputado socialista Vitalino Canas não vê que haja problema no facto de um titular de cargos políticos aceitar ir ver um jogo da selecção nacional a convite do patrocinador.

"Devo dizer uma coisa, porque não quero ser hipócrita: eu não fui convidado, mas, se tivesse sido convidado, quase de certeza que teria aceite. Ouço dizer que podia haver aí um problema. Mas que problema?", questiona Canas no Falar Claro, da Renascença, comentando a constituição como arguidos e exoneração do Governo de três secretários de Estado.

"Só deve haver intervenção penal quando há um bem jurídico de grande importância que tem que ser protegido. Qual é o bem jurídico que está aqui em causa e que pode levar a que estas ou outras pessoas possam ser julgadas e condenadas por terem aceite convites para ir ver um jogo da selecção nacional? Não sei bem qual é a vantagem que está aqui em causa", reforça o dirigente do PS.

Para Vitalino Canas, está-se "a criar danos no serviço público em nome de algo que não é suficiente ponderoso" para levar à saída de membros do Governo. "Arguidos, sim, mas exonerações? Tenho dúvidas", enfatiza.

"Como jurista, fazendo a análise imparcial que procuro fazer, acho que isto não irá dar nada. Estamos aqui a provocar danos no serviço público - porque estes secretários de Estado estavam, em meu entender, a fazer um bom trabalho - por uma razão que talvez não seja suficientemente ponderosa para eles saírem."

"Evidências"

Visão diferente tem o social-democrata Nuno Morais Sarmento. "Era evidente que isto ia acabar em conflito de interesses dos governantes", declara.

"Verificando-se que alguns dos secretários de Estado em causa tinham intervenção directa em decisões que respeitavam à entidade convidante, isto iria acabar num conflito de interesses que era evidente. Era evidente a incorrecção naquele caso do procedimento que, não fora a intervenção directa, até se poderia considerar como um procedimento habitual, ainda que pouco saudável", argumenta Morais Sarmento.

Fernando Rocha Andrade (secretário de Estado dos Assuntos Fiscais), João Vasconcelos (secretário de Estado da Indústria) e Jorge Costa Oliveira (secretário de Estado da Internacionalização) pediram este domingo a exoneração dos cargos, após terem requerido ao Ministério Público a constituição como arguidos no processo de investigação às viagens dos governantes a França, a convite da Galp Energia, para assistirem a jogos do Euro2016.

Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República informou estarem curso diligências para a constituição como arguidos dos três secretários de Estado exonerados.

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  • Luke Skywalker
    13 jul, 2017 Oeiras 20:57
    Corrijo o texto anterior. Não foi Vitalino Canas que meteu o minigravador ao bolso mas um seu correligionário também dos Açores de seu nome Ricardo Rodrigues. Neste caso, não se aplica o termo "o seu a seu dono" mas sim o seu a seu bolso.
  • Luke Skywalker
    13 jul, 2017 Oeiras 20:50
    Este sr. Vitalino Canas é o mesmo que meteu no bolso um minigravador de um(a) jornalista após a conclusão de uma entrevista que o(a) lhe tinha acabado de fazer. A cena foi gravada em vídeo e passada nos vários canais nacionais. Se calhar até estará no YouTube. Para quem procedeu daquele modo, é natural que umas viagenzinhas pagas por outros são "peaners" como diz o JJ.
  • Almague
    13 jul, 2017 Lisboa 10:27
    Oh Vitalino Canas. Qual é o problema de ir ver o futebol a Paris? Não há almoços grátis. Se alguém ofereceu viagem a Paris era para haver contrapartidas. A mim ninguém me ofereceu viagem para ver o futebol. Há mulher de César não basta sê lo , tem que parece lo. Estás a querer passar nos por parvos, idiotas e ingênuos? Vai dar banho ao cão! !!!!!
  • Marco
    13 jul, 2017 Porto 08:49
    O PROBLEMA NÃO SERIA NENHUM, desde que o Sr. e outros que tais fizessem o seguinte: 1.º - Tivessem apenas direito a 22 dias de férias como eu e, desses dias de férias, usasse os que muito bem entendesse para ir "à bola". 2.º Comprassem a viagem de avião, a estadia, a alimentação e os "extras" com o vosso próprio dinheirinho. Nestas condições, pode ter a certeza que não haveria problema nenhum. Caso assim não seja, há de facto um problema, que chama falta de rigor, ausência de valores morais, descaramento, e desfaçatez como a sua, quando diz que não há problema nenhum em fazer umas passeatas à conta dos contribuintes.
  • Cidadão
    13 jul, 2017 Planeta Terra 07:00
    Devias ser afastado de cargos públicos e dos tachos do Estado em geral, por evidente incapacidade moral e ética. Mas isto é uma república do 8° mundo, por isso continuas na teta do Estado em cargos passiveis de serem alvo de tentadores corruptores
  • Jotaeme
    12 jul, 2017 C.Branco 14:55
    Sabe uma coisa Sr. Vitalino Canas? Não estou filiado em qualquer partido político, contudo, a área política em que me incluo é, provavelmente, a que está mais próxima da sua. No entanto, diz que não há problemas nas viagens para ver a selecção nacional. O único problema é que eu, e quase toda a gente, também gostaríamos de ir ver a selecção "À BORLA" . Isto porque, a maioria dos portugueses não tem capacidade monetária para tal. E os senhores só vão porque estão na política (provavelmente é por isso que se candidatam). Quer dizer que os senhores são privilegiados em relação a todos os outros portugueses. E os políticos não devem ter privilégios. A sua função é servir e não servirem-se. Por isso, devia ter bom senso (para não dizer vergonha) e ficar calado. Só mais um pequeno pormenor: não estou a dizer isto por serem socialistas. Todos (ou quase) os titulares de cargos políticos, independentemente do partido a que pertencem, aproveitam estas benesses. Porque, até agora, nunca houve vontade política para acabar com elas.
  • Jotaeme
    12 jul, 2017 C.Branco 14:51
    Sabe uma coisa Sr. Vitalino Canas? Não estou filiado em qualquer partido político, contudo, a área política em que me incluo é, provavelmente, a que está mais próxima da sua. No entanto, diz que não há problemas nas viagens para ver a selecção nacional. O único problema é que eu, e quase toda a gente, também gostaríamos de ir ver a selecção "À BORLA" . Isto porque, a maioria dos portugueses não tem capacidade monetária para tal. E os senhores só vão porque estão na política (provavelmente é por isso que se candidatam). Quer dizer que os senhores são privilegiados em relação a todos os outros portugueses. E os políticos não devem ter privilégios. A sua função é servir e não servirem-se. Por isso, devia ter bom senso (para não dizer vergonha) e ficar calado. Só mais um pequeno pormenor: não estou a dizer isto por serem socialistas. Todos (ou quase) os titulares de cargos políticos, independentemente do partido a que pertencem, aproveitam estas benesses. Porque, até agora, nunca houve vontade política para acabar com elas.
  • Pedro Godinho
    12 jul, 2017 Lisboa 14:00
    Gostava de saber a opinião do Dr. Vitalino caso fosse a direita a estar no Governo e a aceitar estes convites. Já para não falar da actuação do Governo em Pedrógão e Tancos. Afinal correu tudo bem e os Ministros desempenharam as suas funções apropriadamente. O que pensarão os familiares dos 64 mortos? E se houver algum atentado com o armamento furtado em Tancos, como será? Tenham vergonha na cara.
  • ac
    12 jul, 2017 lx 12:59
    pago por uma empresa com dívida ao Estado e cujo dossier estava sob sua alçada não tem problema??? Assim se vê o que é realmente o PS
  • Americo
    12 jul, 2017 Leiria 12:54
    Lembrar ao sr. Vitalino que há uma "coisa" que se chama Lei. "Vitalino Canas não vê que haja problema no facto de um titular de cargos políticos aceitar ir ver um jogo da selecção nacional a convite do patrocinador". Esse politico é Secretario Estado das Finanças. O Patrocinador tem contencioso com as Finanças em 240 milhões de euros. Mais comentários para quê? É "gente" desta que nos governa. Estamos bem tramados. O Rei vai NU.

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