13 jul, 2017 - 21:52
O primeiro-ministro "foi forçado a uma remodelação" e apostou no "elo mais fraco", os secretários de Estado, evitando a "remodelação de que o país precisava", defende o vice-presidente do CDS-PP, Nuno Melo.
"O primeiro-ministro não fez uma remodelação, foi forçado a uma remodelação, e apostou naqueles que, dentro do Governo, são necessariamente o elo mais fraco", afirmou Nuno Melo aos jornalistas, antes do jantar de lançamento da candidatura da líder do CDS à Câmara de Lisboa.
Reiterando o pedido de demissão dos ministros da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, Nuno Melo argumentou que António Costa "evitou a remodelação de que o país precisava, desde logo nas áreas de soberania, de Estado".
O dirigente centrista considerou que o chefe do executivo retirou secretários de Estado e "deixou ministros que tutelam áreas onde tudo falhou".
Nuno Melo insistiu que "tudo falhou na Administração Interna, com furtos há pouco tempo de pistolas de nove milímetros, seguido de uma tragédia em que, do SIRESP à Protecção Civil, com culpas passadas de um lado para o outro e uma ministra desautorizada" também a falha foi generalizada, referindo-se a Pedrogão Grande.
"Na Defesa, quando a Europa inteira se mobiliza com grande dificuldade no combate ao terrorismo, desaparecem de um quartel de um país ocidental, que é membro da NATO, granadas ofensivas, lança-granadas, explosivo plástico", afirmou, criticando o que considerou ter sido a desvalorização feita pelo primeiro-ministro daquele roubo.
Nuno Melo sublinhou que foi roubado em Tancos "material de guerra" que é "particularmente letal".
Questionado sobre os oito novos secretários de Estado e a criação de uma secretaria de Estado para a Habitação, o dirigente do CDS disse não querer fazer "avaliações por antecipação em secretarias de Estado já existentes ou criadas".
"Apesar de tudo, esperamos que o desempenho destes secretários de Estado tenha mais sucesso que os anteriores", declarou.
O Presidente da República nomeou hoje, por proposta do primeiro-ministro, oito novos secretários de Estado que vão tomar posse na sexta-feira às 19h30, no Palácio de Belém, segundo uma nota divulgada no portal da Presidência da República.
Na maior mudança na composição do XXI Governo Constitucional desde a posse, que ocorreu em 26 de Novembro de 2015, são alterados os titulares de sete secretarias de Estado de cinco ministérios e é ainda criada uma nova secretaria de Estado da Habitação, que será assumida pela arquitecta Ana Pinho.
Os novos secretários de Estado são Ana Paula Zacarias (Assuntos Europeus), Eurico Brilhante Dias (Internacionalização), Tiago Antunes (Presidência do Conselho de Ministros), Maria de Fátima Fonseca (Administração e Emprego Público), António Mendonça Mendes (Assuntos Fiscais), Ana Teresa Lehmann (Indústria) e Miguel João de Freitas (Florestas e Desenvolvimento Rural), Ana Pinho (Habitação).