18 jul, 2017 - 20:43
Pedro Passos Coelho descarta qualquer acusação de racismo que possa pairar sobre o PSD devido às declarações feitas pelo candidato deste partido à Câmara Municipal de Loures, sobre a comunidade cigana.
Os comentários de André Ventura motivaram uma queixa por parte do candidato do Bloco de Esquerda e levaram o CDS a abandonar a coligação naquela cidade.
Em causa está uma entrevista ao “Notícias ao Minuto”, na qual o candidato diz que tem existido "uma excessiva tolerância com alguns grupos e minorias étnicas".
"Não compreendo que haja pessoas à espera de reabilitação nas suas habitações, quando algumas famílias, por serem de etnia cigana, têm sempre a casa arranjada. Já para não falar que ocupam espaços ilegalmente e ninguém faz nada. Quem tem de trabalhar todos os dias para pagar as contas no final do mês olha para isto com enorme perplexidade", afirma o candidato social-democrata.
Perante a polémica, André Ventura emitiu um comunicado para clarificar as suas ideias: “Nada me move contra a comunidade cigana, como aliás afirmo na entrevista. De resto, ao longo da minha vida sempre convivi bem com pessoas de várias raças e etnias e diferentes credos. Quando digo que somos tolerantes com algumas minorias, refiro-me a certos casos em que manifestamente a lei não é cumprida. A verdadeira discriminação é permitir que alguns não cumpram a lei, em detrimento daqueles que vivem com as regras do Estado de Direito”, afirma.
“O que preocupa a candidatura são questões de segurança e cumprimento da lei, na defesa do património público e das pessoas de bem, independentemente da raça ou etnia”, acrescenta.
Em declarações aos jornalistas, à entrada para um jantar do grupo parlamentar do PSD, Passos Coelho disse que os esclarecimentos de André Ventura clarificaram “muito bem a posição quer dele quer do PSD quanto à matéria.”
“Estou tranquilo quanto à nossa posição, que é uma posição não racista, não-xenófoba. Nunca foi na vida, não é e atrevo-me a dizer que nunca será.”
Questionado sobre o facto de o CDS ter abandonado a coligação, Passos Coelho começou por dizer que o PSD respeita-a, acrescentando que não queria fazer mais comentários sobre esse assunto.