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​PS e Bloco acusam Passos de “ensaiar um discurso racista e xenófobo”

14 ago, 2017 - 15:41

Partidos vêem no discurso do líder do PSD no Pontal semelhanças com o de André Ventura, o polémico candidato a Loures.

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O porta-voz do PS, João Galamba, acusou esta segunda-feira o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, de ensaiar "um discurso racista e xenófobo" ao fazer uma "denúncia mentirosa" de alterações à lei da imigração que transpõem uma directiva comunitária.

"Pela primeira vez em muitos anos tivemos em Portugal um líder político e o líder político do maior partido da oposição, a ensaiar um discurso racista e xenófobo, à semelhança do que vemos noutros países, em França, nos Estados Unidos", defendeu João Galamba, aos jornalistas no Parlamento, reagindo a propósito do discurso do líder do PSD no domingo, durante a Festa do Pontal, em Quarteira, que marcou a "rentrée" política do partido.

O dirigente e deputado socialista acentuou que se trata de "uma denúncia mentirosa sobre alterações à lei que não existiram", tratando-se somente de uma "transposição de uma directiva europeia, totalmente em linha com o direito europeu".

"Não só o PSD e Pedro Passos Coelho inventaram alterações legislativas que não existiram, como aproveitaram essa invenção para ensaiar um discurso que não tem lugar em Portugal e que deve ser severamente censurado", sublinhou.

Galamba atribuiu ao "puro desespero e desorientação" as críticas de Passos Coelho a alterações à lei da imigração, e disse que estas mostram, afinal, que as declarações do candidato autárquico do PSD em Loures, André Ventura, foram "um balão de ensaio para um discurso nacional".

Também o Bloco de Esquerda criticou o discurso do PSD. A dirigente Joana Mortágua acusou esta segunda-feira Pedro Passos Coelho de usar a xenofobia como "estratégia de sobrevivência", argumentando que as suas críticas à lei da imigração são uma aposta no preconceito e ataque aos mais fracos.

"Perante a ausência de políticas alternativas, perante a ausência de uma proposta que possa mobilizar os portugueses e as portuguesas, como a única proposta de Passos Coelho continua a ser o programa da troika, ensaiou um discurso que não é habitual e que vai ao encontro de posições xenófobas recentes, que o próprio Passos Coelho disse não fazerem parte da tradição do PSD", acusou Joana Mortágua, aos jornalistas, no Parlamento.

Cedência ao "radicalismo"

Passos Coelho acusou o Governo de fazer uma cedência ao "radicalismo de esquerda" com uma alteração "à lei de estrangeiros, que na prática permite que qualquer pessoa possa ter autorização de residência em Portugal desde que arranje uma promessa" de contrato de trabalho.

"Uma promessa, reparem bem, de poder ter um contrato de trabalho", disse, declarando ainda que, segundo essas modificações, "o Estado deixará de ter condições para simplesmente expulsar alguém que possa, sendo imigrante, ter cometido crimes graves contra a própria sociedade portuguesa".

"Este foi o Governo que aprovou estas alterações. Porque é que não discutem na sociedade portuguesa as implicações que para a segurança do país a médio e longo prazo isso pode trazer? Da mesma maneira pergunto: o que é que vai acontecer ao país seguro que temos sido se esta nova forma de ver, a possibilidade de qualquer um residir em Portugal, se mantiver?", questionou.

"Por isso é que o PSD se mantém como um partido que não cede à facilidade, que não cede à demagogia, que não cede ao radicalismo", acrescentou.

[Notícia actualizada às 16h02 com a posição do Bloco de Esquerda]

Comentários
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  • João Lopes
    04 set, 2017 Viseu 10:23
    O porta-voz do PS, João Galamba, foi promovido na era da geringonça por berrar, gritar, até por vezes “raiar o malcriado”, em vez de raciocinar e apresentar argumentos lógicos e coerentes; segue a cartilha sofista e marxista: não olha a meios para atingir os fins…é um bom discípulo do ex-Primeiro Ministro do PS e ex-presidiário, que dizia que era um animal feroz na política…
  • João Lopes
    15 ago, 2017 Viseu 10:19
    Passos Coelho tem razão: «o que é que vai acontecer ao país seguro que temos sido se esta nova forma de ver, a possibilidade de qualquer um residir em Portugal, se mantiver?».
  • 15 ago, 2017 aldeia 06:35
    Como é possível este coelho continuar a liderar o partido de Sá Carneiro? Será que no psd têm medo de mudar de líder? A que chegou este PPD!.......
  • Filipe
    14 ago, 2017 Ramada 22:12
    E acima de tudo baseado em mentiras já que a lei de que Passos fala não é nada do que ele afirmou. E foi aprovada há um mês! Porquê levantar esta lebre agora? Depois do Ventura isto? Vai ser este o futuro do PSD, lutar pelos restos do PNR? De mim nunca mais levam um voto!
  • Manuel
    14 ago, 2017 Moura 20:56
    Já não posso ouvir este parasita da sociedade que nunca fez nada na vida e quando alguém lhe arranjou um tacho ( fictício ) nem os descontos da Segurança Social pagou, deixou os portugueses na miséria e agora vem chamar incompetente aos outros que melhoraram a situação do País.
  • Maria
    14 ago, 2017 lisboa 19:22
    Não te deixes amordaçar Passos Coelho, porque se deixares, a seguir, todo o povo será amordaçado por alguns membros do PS e seus aliados na ditadura do discurso.
  • AV
    14 ago, 2017 Lisboa 17:19
    As preocupações que Passos Coelho levantou são as de todos nós. Quem defende a imigração em massa fá-lo sem a noção de que não é possível assimilar tanta gente de uma vez. Ainda por cima cometer um crime grave vai dar acesso a uma estadia grátis num dos hoteis do Serviço prisional e sem deportação. A esquerda que tente outro insulto, este já não pega.
  • Helena Fino
    14 ago, 2017 Funchal 17:10
    O PSD está transformado num Tea Party. Uma tristeza.
  • Mas!
    14 ago, 2017 lx 16:33
    Ainda levam a serio os discursos de um Farsola? O melhor é dar-lhe o desprezo que ele merece como já fazem milhões de portugueses que já não o suportam! Só os seguidores da "doutrina" Passista ainda bajulam e promovem o seu gurú!...
  • Alberto Gonçalves
    14 ago, 2017 PENAFIEL 16:31
    RACISTA? Não acredito pois até a sua mulher é negra .

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