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​NOS confirma pagamento de viagens à China a nove convidados

28 ago, 2017 - 22:26

"O enquadramento deste pagamento encontra-se ainda a ser apurado", já que as regras internas na operadora "não prevêem a possibilidade da empresa suportar, mesmo que parcialmente, custos de deslocações que não os dos seus próprios colaboradores".

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A operadora de telecomunicações NOS confirmou esta segunda-feira o pagamento das viagens aéreas à China, em Junho de 2015, a cinco colaboradores e mais nove convidados externos, adiantando estar a apurar "o enquadramento deste pagamento".

Num comunicado enviado à agência Lusa, a NOS "confirma que, em Junho de 2015, colaboradores da empresa participaram numa viagem de trabalho a Zhang Zhou e Shenzehen, que teve como único objectivo partilhar com os participantes conhecimento e melhores práticas na área da saúde".

Na nota, a operadora de telecomunicações "confirma também a existência de um pagamento das viagens aéreas da referida visita a um total de 14 pessoas, sendo 5 dessas colaboradores da empresa".

Segundo a companhia, "o enquadramento deste pagamento encontra-se ainda a ser apurado", já que as regras internas na operadora "não prevêem a possibilidade da empresa suportar, mesmo que parcialmente, custos de deslocações que não os dos seus próprios colaboradores".

"Perante isto e face às informações entretanto vindas a público, a Comissão Executiva das NOS prontamente decidiu apurar internamente o enquadramento e detalhe de um eventual envolvimento da empresa na referida viagem", acrescenta-se no comunicado divulgado esta segunda-feira.

A NOS ressalva que "a organização de visitas de trabalho com convidados, cujas funções estejam relacionadas com o objectivo de partilhar conhecimento, competências e planos de desenvolvimento tecnológico é uma prática empresarial comum e lícita".

A viagem, sublinha, incluiu "uma visita ao hospital de Zhang Zhou, considerado uma referência internacional, e à sede da Huawei, em Shenzhen, onde foram organizados vários 'workshops' sobre as mais recentes inovações tecnológicas na área da saúde".

As explicações da empresa surgem no mesmo dia em que a Huawei disse à Lusa que a empresa "não pagou viagem à China a nenhuma pessoa envolvida neste caso" e que o Ministério da Saúde difundiu um comunicado adiantando que dirigentes dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), "em particular" os presidente e vogal do Conselho de Administração, colocaram à disposição os respectivos lugares, mas o Ministério entendeu aguardar pelas conclusões da averiguação pedida à Inspecção-geral das Actividades de Saúde (IGAS).

O Ministério adianta que regista "como positiva" a atitude tomada pelos dirigentes de colocarem à disposição os seus lugares, mas entende como adequado esperar pelas conclusões da IGAS, que "habilitarão a uma tomada de decisão definitiva, justa e fundamentada".

Em causa estão "factos ocorridos em Junho de 2015" e que, segundo o ministério, "carecem de clarificação ao nível do seu contexto ético, jurídico e institucional".

De acordo com o jornal “Expresso”, trata-se de uma viagem realizada entre 2 e 6 de Junho de 2015, envolvendo cinco dirigentes do Ministério da Saúde. Em Fevereiro do mesmo ano, outro destacado funcionário do Estado, Carlos Santos, da Autoridade Tributária, viajou para a China "com tudo pago".

O jornal cita uma fonte ligada ao processo, segundo a qual a empresa pagou "tudo, mesmo tudo", incluindo a alimentação.

A viagem incluiu uma visita ao Hospital de Zheng Zhou para observar como funciona o sistema de telemedicina da unidade e outra à sede da tecnológica em Shenzhen, perto de Hong Kong.

"Os altos quadros dos SPMS que viajaram a convite são Artur Trindade Mimoso, vogal executivo do Conselho de Administração, Nuno Lucas, director de sistemas de informação, Ana Maurício, directora de comunicação, Rui Gomes, director de sistemas de informação, e Rute Belchior, directora de compras", lê-se na notícia do Expresso.

Os SPMS confirmaram ao jornal a deslocação "suportada pela entidade que organizou a visita", justificando-a com "objectivos prioritários" de adquirir e partilhar conhecimentos sobre "os recursos, modelos e estratégias diferenciadoras utilizadas no âmbito da telemedicina".

Comentários
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  • Tudo isto
    29 ago, 2017 Lis 17:04
    Em 2015 na vigência do desgoverno da caranguejola Passos e Portas! Mandaram os outros emigrar para os boys se servirem à vontade! Foi fartar vilanagem!
  • No país da diversão
    29 ago, 2017 Lisboa 12:31
    No país da diversão vale quase tudo para desviar a atenção do essencial e manipular as pessoas. Não compreendo os políticos que aprovam leis para depois as violarem e ficarem mal vistos. Depois seria bom que houvesse ética e transparência em todos os poderes e não apenas no poder eleito democraticamente, mas isso alguns comentadores não vêm. Há aqui muitos comentários porque parece que alguns gostam tanto de dinheiro como outros que criticam. Há factos bem mais graves que acontecem neste país como falta de confiança nos poderes e nas instituições que por falta de controlo cometem abusos, mas disso não interessa falar e é importante criar diversões.
  • joao
    29 ago, 2017 Lisboa 10:39
    NOS estamos à espera que essas operadoras de telecomunicações devolvam o dinheiro que cobraram ilicitamente como o assumiram! Só a rescisão não resolve! Os clientes têm direito a essa devolução, como em qualquer outro setor! Se foi feita uma cobrança ilícita esse valor deve ser devolvido independentemente de "rescisões"! a ANACOM que cumpra as suas obrigações e aplique pesadas multas se não devolverem essas quantias, se necessário recorre-se a nível Europeu para aplicarem uma pesadíssima multa!
  • Preterido 1.14
    29 ago, 2017 Lx 10:38
    A vingança serve se fria. A Nós foi condenada em milhares de euros pela ANACOM. Obviamente, os apaniguados dos cargos públicos que tiverem benesses desta empresa foram divulgados. Ora toma!
  • J.A.Guerra
    29 ago, 2017 Porto 09:27
    A sociedade VIP deste Pais, que só anda ás borlas, mais uma vez se confirmou. Viagens, presentes, lugares de destaque no desporto,nos acontecimentos mediáticos, etc,etc. que só vai se for de borla ,pois a pagar isso é para o povo,agora vai ver como elas são. Demiti-los todos e assim acabou o estatuto de VIP, e as BORLAS.
  • Carlos
    29 ago, 2017 Lisboa 09:23
    Sr. Santos, acha mesmo que a NOS deu porque podia? Ou será que deu em busca de outros interesses? Viva a corrupção neste país! Investigue-se!!!
  • Daniel Santos
    29 ago, 2017 Barreiro 08:52
    Portugal no seu melhor!! mais do mesmo pessoal.. o povo portugues e' incrivel!
  • Ernesto
    29 ago, 2017 Lisboa 08:47
    Agora é que se fica a saber porque foi que a ONI perdeu o contrato com a ACSS. Não pagou viagens a quem tinha que assinar os contratos.
  • rm
    29 ago, 2017 08:44
    Limpeza Geral dos Corruptos.
  • vailávai
    29 ago, 2017 amadora 08:21
    vejam nos outros hospitais, quantos vão de viagens, a titulo de "aprenderem", diretores de informatica, tecnicos, diretores de logistica, etc....

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