30 ago, 2017 - 17:12
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O PS acusou esta quarta-feira o ex-Presidente da República, Cavaco Silva, de falta de sentido de Estado e lamentou que quando estava em Belém não tivesse "piado mais" na defesa dos portugueses.
"Eu gostaria que durante o tempo em que esteve na Presidência da República tivesse piado mais, ou seja, tivesse agido mais na defesa dos portugueses", afirmou a deputada e dirigente socialista Susana Amador.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, Susana Amador sublinhou que "o PS não podia deixar de lamentar estas intervenções, pela falta de sentido de Estado que as mesmas revelam, pela gravidade das mesmas e por não corresponderem de todo à realidade".
Para o PS, a 'aula' dada por Cavaco Silva na Universidade de Verão da JSD demonstra "desconforto com a política de devolver rendimentos e a repor às pessoas mais qualidade de vida, bem-estar, e coesão social" do actual executivo.
"O professor Cavaco Silva ao longo das políticas do Governo PSD e CDS, que foram as políticas de retirada de direitos, de compressão das garantias dos portugueses, fez uma gestão de silêncios", argumentou, considerando que, contra esses "silêncios ensurdecedores" valeu a intervenção do Tribunal Constitucional na defesa da Lei Fundamental e dos direitos dos portugueses.
Por outro lado, Susana Amador defendeu que na mesma intervenção do ex-Presidente "falar de censura, quando ela tem uma grande carga histórica tão negativa para tantos portugueses, e no contexto actual, que é um contexto de democracia, de liberdades e de defesa da Constituição", é "uma posição que surpreende pela falta de sentido, pela gravidade".
O ex-Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje que, na zona euro, "a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia" e os que, nos governos, querem realizar a revolução socialista "acabam por perder o pio ou fingem que piam".
Numa 'aula' na Universidade de Verão do PSD, Cavaco Silva afirmou que hoje "é corrente apresentarem-se três casos" de países onde a realidade tirou o tapete à ideologia, enumerando França e Grécia mas sem se referir explicitamente ao caso de Portugal.