09 set, 2017 - 21:31 • Susana Madureira Martins
Na convenção autárquica do CDS foram muitos os candidatos a autarcas que falaram de Assunção Cristas como a futura presidente da câmara de Lisboa. Porém, foi como líder do partido que Assunção surgiu este sábado no encerramento da convenção autárquica, no Centro de Congressos de Lisboa, apresentando um caderno de encargos para o Orçamento de Estado de 2018.
Entre as medidas que a presidente do CDS quer que o governo acolha é a redução do IRS em todos os escalões e não apenas num ou dois. Falando para as “esquerdas unidas”, Assunção Cristas desafiou: “se há margem para mexer nos impostos, então olhe-se para toda a carga fiscal, se há margem para baixar o IRS então que se baixe em todos os escalões”.
Depois a líder do CDS apresentou alguns números: “52% das pessoas não pagam IRS, 11% dos contribuintes pagam 70% do IRS arrecadado, é injusto e imoral defender baixas apenas para alguns, continuando a carregar nos outros”, rematando que “não há portugueses de primeira e de segunda”.
Nesta convenção autárquica, Assunção Cristas regressou ainda a um tema caro ao CDS de Paulo Portas: o Rendimento Social de Inserção (RSI). Aqui apelou à fiscalização desta prestação social, acusando que “voltaremos a renovações automáticas sem qualquer fiscalização”, considerando que é “inadmissível”, referindo que o CDS é “a favor de prestações sociais pagas a quem delas necessita, mas somos absolutamente contra prestações sociais dadas a quem delas não precisa”.
Também em matéria fiscal, Assunção Cristas promete voltar a propor a redução do IRC até aos 19%, desafiando o primeiro-ministro a cumprir aquilo que o PS de António José Seguro acordou com o anterior Governo.
Embalada pela aproximação da entrega e discussão do Orçamento de Estado na Assembleia da República, Assunção Cristas fez questão de levar à Convenção Autárquica a questão das cativações, anunciando a apresentação da proposta de “acrescentar limites às cativações, porque não achamos admissível que um primeiro-ministro nos diga que 30% de cativações é normal e desejável”, exigindo “transparência nesta matéria.
Antes, Assunção Cristas voltou a insistir no pedido de apuramento de responsabilidades sobre o que se passou em Pedrógão Grande e Tancos, que considera que “ não podem ficar esquecidos e nós não deixaremos que fiquem esquecidos, até que tudo seja claro, até que todas as responsabilidades sejam assumidas”.
Acusando depois o Governo de fugir “às responsabilidades pelas falhas de coordenação da protecção civil, um Governo que foge às responsabilidades em Tancos, um Governo para quem todos são responsáveis tirando ele próprio e os que a ele pertencem”.
As autárquicas vão “correr bem”
No encerramento da Convenção Autárquica, que contou com uma sala cheia no Centro de Congressos de Lisboa, Assunção Cristas, ela própria candidata à Câmara de Lisboa, deixou uma mensagem de optimismo às centenas de autarcas presentes.
Por diversas vezes repetiu “vai correr bem”, argumentando que “trabalhámos intensamente, ouvindo as pessoas, estando próximo, e construindo com elas os nossos programas” , ou ainda “vai correr bem porque trabalhámos única e exclusivamente para servir os nossos munícipes, os nossos fregueses”.
No final da intervenção, a sucessora de Paulo Portas fez um pedido. Que os autarcas que se candidatam às eleições de 1 de Outubro tenham “empenho máximo, empenho total neste nosso desafio autárquico”.
Num esforço de mobilização do partido, Assunção Cristas acrescentou que “todos são necessários e todos estão convocados, mesmo aqueles que por razões diversas não conseguiram abraçar este desafio na primeira linha”.
Falando já como candidata à câmara municipal de Lisboa, a líder do CDS disse que “eu estou muito motivada, muito animada, em todos os locais recebo sinais de confiança e de apreço, seja nas ruas de Lisboa, seja por todo o país”.
E o final da intervenção foi rematado com um “Vamos a isto, com ânimo, com motivação, com confiança, com ambição máxima porque o caminho é em frente”.
A Convenção Autárquica terminou com o habitual hino do partido cantado pela compositora portuguesa Dina, após mais de seis horas de intervenções dos autarcas-candidatos do CDS.