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Greve dos enfermeiros. CDS chama ao Parlamento ordens e directores clínicos

12 set, 2017 - 14:22

O ministro da Saúde vai reunir-se ainda hoje com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. CDS garante que não está a posicionar-se relativamente ao protesto.

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O CDS-PP anunciou esta terça-feira que vai chamar ao parlamento as ordens dos médicos e dos enfermeiros, directores clínicos e enfermeiros-directores de 11 centros hospitalares para explicarem o "real impacto" dos protestos dos enfermeiros.

"Entende o grupo parlamentar que toda esta situação é consequência da manifesta incapacidade do senhor ministro da Saúde para negociar com as classes profissionais do sector", argumentam os centristas no requerimento apresentado na comissão parlamentar de Saúde.

Em conferência de imprensa no parlamento, a deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto disse que o partido não está a posicionar-se relativamente ao protesto dos enfermeiros ou à legalidade da sua greve, mas a "chamar a atenção para aquilo que ela revela".

"Mal seria se o CDS não estivesse preocupado com as questões de saúde. Há consistência e congruência em acompanhar o estado de saúde dos portugueses", afirmou Isabel Galriça Neto.

A deputada reiterou a posição dos centristas de que "as condições da saúde têm-se agravado, relativamente ao período em que o país estava em assistência financeira" e que o CDS tem vindo a fazer a denúncia dessa degradação, não se limitando a abordar hoje o protesto dos enfermeiros.

"Não é uma coisa extemporânea estar aqui hoje", declarou, defendendo que foram criadas expectativas nos profissionais de saúde com medidas como a reposição das 35 horas e a ideia de que "acabara a austeridade".

De acordo com a argumentação exposta no requerimento, o impacto do protesto dos enfermeiros "estará a ser fortíssimo em todo o país", apontando que, segundo os sindicatos, no primeiro dia de greve, na segunda-feira, verificou-se 85% de adesão.

Além da bastonária da Ordem dos Enfermeiros e do bastonário da Ordem dos Médicos, o CDS quer ouvir no parlamento os directores clínicos e enfermeiros-directores dos conselhos de administração dos centros hospitalares do Porto, de São João, da Universidade de Coimbra, do Oeste, Lisboa Norte, Lisboa Central e Médio Tejo.

O hospital de Santarém, a unidade de saúde local do Norte Alentejano, hospital Espírito Santo e do Algarve, são outras unidades de saúde relativamente às quais os centristas requerem presença na comissão parlamentar de saúde.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, vai reunir-se ainda hoje com o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). A reunião estava prevista para as 15h00 desta terça-feira, mas, segundo apurou a Renascença, terá sido adiada para as 17h00.

Esta madrugada, a adesão à greve dos enfermeiros foi de 86% no primeiro turno, segundo o sindicalista José de Azevedo, que disse esperar que o número venha a subir ao longo do dia.

A greve, marcada Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros, é um protesto contra a recusa do Ministério da Saúde em aceitar a proposta de atualização gradual dos salários e de integração da categoria de especialista na carreira, que começou às 00:00 de segunda-feira e decorre até às 24:00 de sexta-feira.

Comentários
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  • Pinto
    12 set, 2017 Porto 19:16
    Os enfermeiros estão mal? Que onde dizerem motoristas, serralheiros, carpinteiros e outras profissões especializadas que não ultrapassam os 600.00€ ? Gente que tem os contractos congelados desde 1997 como é o caso dos motoristas. Funcionários públicos ( os escravos do estado) que trabalham numa escola à 23 anos por 579.00€ e com a entrega das escolas às câmaras, quem entrar agora vão ganhar tanto como esses funcionários que trabalham à mais de 23 anos. Neste país quem mais trabalha menos ganha, impressionante é os portugueses irem votar em quem os prejudica.
  • Luis
    12 set, 2017 Lisboa 19:01
    Muita gente chama o grupelho CDS ao Parlamento. A boyada azul cueca deve pensar que o Parlamento é o Jardim Zoológico. Muitas vezes, de facto, ouvem-se grunhos, zurradelas, coices, berros histericos, mas tanto também é exagero.
  • É pena!
    12 set, 2017 lx 18:09
    Que se tivessem calados nos 4 anos de governo Passos e Portas e tenham aceite o mandante Passos para saírem da zona de conforto e emigrarem! não é a bastonaria militante e dirigente do PSD e grande defensora Passista?...Afinal os que criticam o PCP e as suas estruturas sindicais, adotam procedimentos e estratégias idênticas de ataque e neste caso chantagem, ao governo!

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