20 set, 2017 - 14:35
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou, esta quarta-feira, que o seu partido vai apresentar na Assembleia da República uma proposta para revogar as alterações introduzidas pelo Governo à lei da imigração.
“Dei hoje mesmo indicação ao líder parlamentar para que o PSD viesse a apresentar na Assembleia da República uma proposta para revogar as alterações introduzidas por este Governo na lei da imigração”, afirmou Passos Coelho, no final de uma acção de campanha autárquica em Amares.
Por outro lado, o líder social-democrata desafiou o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, que esta quarta-feira estará presente na comissão parlamentar, a esclarecer qual a proposta que Portugal irá apresentar este mês na Comissão Europeia em relação ao mecanismo de cooperação reforçada de segurança e defesa.
“Eu acho que o ministro não pode ir ao parlamento e não responder, seria uma falta de ética republicana total que ocultasse dos portugueses e do parlamento o que pretende apresentar na Comissão Europeia. O Governo pode ser liderado pelo PS, mas o país não é do PS, temos o direito a saber o que está a preparar nesta matéria”, disse.
Passos Coelho, que já fez este desafio ao Governo por várias vezes, lamentou o “silêncio arrogante” do executivo e alertou que esta matéria também tem consequências orçamentais.
“O Governo tem dado imensas informações em matéria orçamental. E em relação à defesa? Há compromissos, eles estão salvaguardados com PCP e BE?”, questionou.
Sobre a matéria de imigração, Passos Coelho reiterou às críticas às alterações introduzidas – por proposta do BE e aprovadas em Julho no Parlamento –, e que prevêem por exemplo, que sejam concedidos visto de residência com base em promessas de contratos de trabalho.
“Parece-me muito claro, perante sinais que já existem, que a quebra de consenso que foi estabelecida pela esquerda mais radical com o apoio do Governo nesta matéria não é boa para o futuro do país e para a nossa segurança”, disse.
PS diz que Passos deve estar mal informado
A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, condenou esta quarta-feira o que diz ser o modo “perigoso” de o PSD ver a lei da imigração, reiterando que o líder do partido “deve estar mal informado” sobre a mesma.
“O doutor Pedro Passos Coelho escolheu este modo de campanha, um modo perigoso. Não podemos considerar que os imigrantes são um perigo”, vincou a socialista, falando numa acção de campanha autárquica em Vila Viçosa, distrito de Évora.
Passos Coelho, disse a “número dois” do PS, “deve estar mal informado” sobre a lei da imigração e as suas alterações, sublinhando Ana Catarina Mendes que em causa está a regularização de “um conjunto de pessoas que já se encontrava em Portugal”.
Em Vila Viçosa, o actual presidente da câmara, Manuel Condenado, vai recandidatar-se ao cargo, pela CDU, nas eleições autárquicas de 1 de Outubro.
O PS avança no concelho com a candidatura de Anabela Consolado, que hoje recebeu Ana Catarina Mendes e com quem esteve a visitar o mercado local, contactando com alguns comerciantes e habitantes de Vila Viçosa.
No distrito de Évora, com 14 concelhos, a CDU lidera em seis (Alandroal, Arraiolos, Évora, Montemor-o-Novo, Mora e Vila Viçosa), o PS em cinco (Mourão, Portel, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Viana do Alentejo) e os outros três (Borba, Estremoz e Redondo) são presididos por movimentos independentes.