04 out, 2017 - 06:46 • Paula Caeiro Varela
Pedro Santana Lopes, Luís Montenegro, Rui Rio e Paulo Rangel são alguns dos nomes que se perfilam à substituição de Pedro Passos Coelho à frente do PSD.
O presidente do partido apresentou a sua retirada na reunião do Conselho Nacional que começou na terça-feira e só terminou nesta quarta-feira de madrugada, na sequência dos resultados obtidos pelo PSD nas eleições autárquicas de domingo.
A noite foi de despedidas e de elogios para Passos Coelho, mas já se trata do futuro. E, se Rui Rio está decidido a avançar, ainda há muitas dúvidas sobre se terá um ou mais adversários.
Quem esteve com Passos até agora, e até mesmo alguns críticos, recusam entregar o partido ao ex-autarca do Porto sem dar luta.
A pressão sobre Luís Montenegro começou ainda na noite das eleições e cresceu na terça-feira, depois da confirmação de que Passos não voltaria a ser candidato. O ex-líder parlamentar tem resistido e parece pouco inclinado a avançar, mas a Renascença sabe que ainda não tomou uma decisão definitiva.
Paulo Rangel, por seu lado, deixou todas as portas abertas e mereceu elogios, quer de Passos Coelho, quer de Marco António Costa.
Passos Coelho prometeu que não vai tomar posição, mas na intervenção ao Conselho Nacional fez questão de mencionar um nome: Paulo Rangel, “um rosto importante do nosso partido”.
Rangel foi, de resto, o único a falar aos jornalistas, ainda que sem abrir o jogo. “Há tempo para falar e tempo para estar calado. O tempo para falar foi lá dentro e o tempo para estar calado é cá fora”, referiu.
No tempo para falar, lá dentro, Paulo Rangel aproveitou para lançar recados para Rui Rio. Segundo os relatos feitos à Renascença, avisou que não acredita em soluções de bloco central, uma ideia cara a Rio, e fez um discurso muito aplaudido que alguns conselheiros leram já como o futuro programa para o PSD.
Ainda falta saber se Santana Lopes avança mesmo ou fica só a ponderar, como o próprio já disse. As movimentações no partido são todas no sentido de apresentar uma alternativa a Rui Rio e todos dizem que é preciso avançar já.
Quanto a Passos, promete lealdade à próxima liderança e garante que não vai andar por aí “a rondar”. Mas também não vai calar-se para sempre.
O social-democrata Nuno Morais Sarmento já se manifestou disponível para voltar a cargos partidários, mas exclui-se da corrida à liderança. No programa Falar Claro, da Renascença, o ex-ministro diz que agora importa ouvir, antes de mais, o que pensam Rui Rio, Santana Lopes e Luís Marques Mendes.
Na próxima semana, o Conselho Nacional vai voltar a reunir para antecipar o calendário da corrida interna, como Passos Coelho sugeriu na reunião de terça-feira à noite.
As diretas, inicialmente previstas para o fim de Janeiro, devem ser marcadas para o início de Dezembro.