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Assunção Cristas: “Parece evidente que o Estado falhou de novo”

16 out, 2017 - 12:32

A líder do CDS diz à Renascença que um drama com esta dimensão humana "tem que nos fazer reflectir muito". Partido pediu uma audiência com carácter de urgência a Marcelo.

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A líder do CDS fala numa “noite dramática” e considera que "há alguma coisa que está a correr muito mal no sistema de protecção civil no combate inicial aos fogos". É a reacção de Assunção Cristas em entrevista à Renascença.

Cristas começa por manifestar um "profundo pesar, solidariedade e condolências aos familiares e amigos das vítimas" e diz depois que "um drama desta dimensão tem de nos fazer de novo reflectir muito."

"Estamos ainda agora a olhar e analisar o relatório sobre o incêndio de Pedrógão e, de repente, parece que estamos a revisitar este assunto e voltamos a ter uma noite dramática – neste caso até porventura pior, porque muito polarizado em muitas zonas diferentes do país e certamente situações de dramas enormes", refere.

"Parece-me evidente que o Estado falhou de novo" e "falhou com grande gravidade", conclui.

Assunção Cristas diz-se “desarmada" e "perplexa" porque "não achávamos possível voltar a ter uma tragédia desta dimensão humana depois de tudo o que se passou e foi dito”, pelo que "temos certamente que reflectir muito" e "olhar para outros aspectos que, porventura, não estão a ser analisados até agora sobre as causas dos incêndios".

"É preciso campanhas de sensibilização", defende a líder centrista. "Há sempre uma causa humana, que pode ser negligente ou dolosa. A informação que é dada é que de a maioria das causas são negligentes, mas também as há dolosas" e, por isso, "é preciso analisar isto com todo o detalhe", afirma.

Assunção Cristas admite mesmo um cenário de convergência política entre os diferentes partidos para responder ao problema. "Não quero pensar que não temos solução, porque temos de ter solução para estes dramas. Já vamos tarde, já muito pouco foi feito entre uma coisa e outra [Pedrógão Grande e os últimos incêndios], mas temos certamente de nos unir para construtivamente debelar este problema, sabendo que o clima vai ser tendencialmente mais adverso, portanto temos de trabalhar melhor".

No que toca a Pedrógão Grande, a presidente do CDS não tem dúvidas de que "está comprovada uma falha grave do Estado no combate e na protecção das pessoas" e por isso tem defendido, no Parlamento, que o Estado deve, "quanto mais não seja nesta fase, por indemnizar as famílias das vítimas".

Sobre a manutenção de Constança Urbano de Sousa na tutela da Administração Interna, Assunção Cristas não se alongou em comentários, afirmando apenas que "já dissemos tudo o que tínhamos para dizer e, infelizmente, não temos motivo para mudar de opinião".

Já depois da entrevista à Renascença, o CDS-PP anunciou ter pedido uma audiência com carácter de urgência ao Presidente da República para abordar a situação dos incêndios do fim-de-semana.

Na reunião, os centristas pretendem também abordar as conclusões da comissão técnica independente sobre os fogos de Junho que começaram em Pedrógão Grande.

Pelo menos 27 pessoas morreram nos mais de 500 incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia do ano em fogos, revelou a Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC).

Portugal accionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no Verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

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  • ana nunes
    19 out, 2017 póvoa 22:03
    Passos Coelho também devia pedir desculpa aos portugueses, pelo dinheiro que andou a "roubar" e que se não o tivesse feito, provavelmente haveria mais dinheiro disponível para limpar os terrenos, tarefa essa que é cara e as tragédias dos incêndios talvez não tivessem acontecido.
  • JOTA
    19 out, 2017 LEIRIA 20:52
    essa senhora que passa a vida a criticar, haja alguem que lhe pergunte o que fez quando esteve no governo, e que propostas apresentou pos-pedrogão
  • mendes
    18 out, 2017 moita 14:46
    Ninguém esquece https://www.rtp.pt/noticias/ambiente/nos-nao-comemos-papel-lembra-ambientalista-a-ministra-assuncao-cristas_a626064 ou http://www.tvi24.iol.pt/politica/videos/sou-uma-pessoa-de-fe-esperarei-que-chova. pra quem tem pouca memória.
  • Não parece!
    17 out, 2017 pt 12:45
    É mais do que evidente que esta líder, a cavalgar a onda, tem a responsabilidade das causas remotas de ser responsável pelo que fez e deixou, quando foi "Estado". Deixe-se de tentar passar culpas, lavando as mãos como Pilatos!...
  • Esta mulherzinha
    17 out, 2017 Lx 08:36
    Até parece que não foi Estado durante 5 anos com responsabilidade na area da floresta e o que ela fez, senão deixar o que já estava mal, muito pior? Só pode tentar enganar os seus apaniguados ou os incautos que infelizmente ainda vão dando credito a esta gente hipócrita!
  • António Santos
    17 out, 2017 Coimbra 00:45
    Se é mulher? Responda publicamente o que fez nos governos, em que participou, nesta área? Os lideres políticos e seus correlegionários (onde está incluída), só sabem ladrar uns contra os outros e não fazem nada por Portugal!!!!
  • sergio santos
    16 out, 2017 Oeiras 23:55
    O País está a ser assolado por uma enorme catástrofe. São muitos mortos e feridos e bens destruídos que nos preocupam a todos nós. Todas as forças politicas deviam unir-se para tentarem encontrar as melhores soluções para se evitar tamanha desgraça e não somente fazerem criticas para tirarem vantagens politicas. De salientar a abnegação dos bombeiros por todo o país...
  • Marco Visan
    16 out, 2017 Lisboa 21:56
    É de muito baixo nível político à Senhora Assunção Cristas fazer aproveitamento político desta matéria. Por favor, tenha respeito pelos que estão a sofrer, devido aos fogos e ao combate aos fogos.
  • Rui
    16 out, 2017 Lisboa 19:41
    Sinceramente a cristas fez um reset ao cérebro desde que passou a liderar o cds e tudo o que ficou para trás nunca existiu que latosa doutro mundo.
  • Pedro Silva
    16 out, 2017 Lisboa 18:31
    Acho estranho como é que a ex-ministra tenha tanta pressa em dar uma entrevista e culpar o governo de uma situação que parece estar fora do controlo e que mais parece ter alguma origem política rasteira e baixa, para continuar numa campanha onde os alvos são o primeiro-ministro e a ministra da administração interna. O que saberá a ex-ministra Cristas sobre pessoas afectas ao seu partido que estão a pagar a terceiros para dar origem a incêndios (cerca de 500 em todo o país só neste mês de Outubro)? Cristas pode parecer «santa» nestas entrevistas, mas a política baixa do seu partido é muito conhecida pelo país.

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