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Governo de António Costa remodelado pela quarta vez

18 out, 2017 - 10:18

Ministra da Administração Interna apresenta a demissão na sequência da tragédia dos incêndios, depois de meses sob pressão para abandonar o cargo.

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A composição do XXI Governo constitucional, liderado pelo socialista António Costa, vai ser alterada pela quarta vez desde que entrou em funções, em Novembro de 2015.

A remodelação surge na sequência do pedido de demissão da ministra da Administração Interna, nesta quarta-feira.

Constança Urbano de Sousa deixa o executivo depois de meses de polémica em torno da responsabilidade política em torno dos incêndios de Junho que começaram em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e de domingo, dia 15, nos distritos de Viseu, Coimbra, Leiria.

No total, as duas tragédias fizeram mais de 100 mortos, além de milhares de hectares de floresta ardidos e muita destruição.

A carta de demissão da ministra, que na sexta-feira afirmou que não sairia do Governo, surge horas depois de uma comunicação ao país do Presidente da República, a partir de Oliveira do Hospital, na terça-feira à noite.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ser preciso "abrir um novo ciclo", na sequência dos incêndios de junho e de domingo passado, e que isso "inevitavelmente obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, como e quando melhor serve esse ciclo".

Desde os incêndios de domingo, que causaram 42 mortos, por duas vezes o primeiro-ministro, António Costa, manifestou a sua confiança política na ministra da Administração Interna. Mas na sua carta de demissão, Constança Urbana de Sousa admite ter pedido para deixar o cargo depois dos acontecimentos de Pedrógão.

A anterior mudança no Governo aconteceu a 9 de Julho, com a saída dos secretários de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira (Ministério dos Negócios Estrangeiros), dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade (Finanças), e da Indústria, João Vasconcelos (Ministério da Economia).

Os três afirmaram que ter pedido a exoneração após terem solicitado ao Ministério Público a sua constituição como arguidos no inquérito relativo às viagens para assistir a jogos do Euro 2016.

A primeira remodelação do Governo ocorreu em 8 de Abril de 2016, menos de cinco meses depois de ter tomado posse, quando o então ministro da Cultura, João Soares, se demitiu – o que também implicou a substituição da secretária de Estado da Cultura, Isabel Botelho Leal.

A demissão de João Soares aconteceu na sequência de um polémico comentário do governante na sua rede social Facebook, no qual prometia "salutares bofetadas" ao colunista Augusto M. Seabra e ao colunista Vasco Pulido Valente.

João Soares viria a ser substituído por Luís Filipe de Castro Mendes e Isabel Botelho Leal por Miguel Honrado, que tomaram posse a 14 de Abril.

Na semana em que foram conhecidas estas demissões, foi também divulgado que o então secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Wengorovius Meneses, seria substituído por João Paulo de Loureiro Rebelo.

João Wengorovius Meneses saiu "em profundo desacordo" com o ministro da Educação em relação às políticas seguidas e "ao modo de estar" no exercício de cargos públicos.

A composição do executivo de António Costa viria ainda a ser alterada, em Fevereiro passado, com a entrada de Álvaro Novo, como secretário de Estado do Tesouro, no Ministério das Finanças. Ricardo Mourinho Félix ficou como secretário de Estado Adjunto e das Finanças.

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