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Governo aprova indemnizações para famílias de todas as vítimas dos fogos

21 out, 2017 - 09:06 • Susana Madureira Martins , Eunice Lourenço

Reforma da Proteção Civil, reforço do papel das Forças Armadas e dos meios aéreos vão estar na mesa do Conselho de Ministros deste sábado.

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O Governo vai colocar em plano de igualdade as vítimas mortais dos fogos de Pedrógão Grande e dos dias 15 e 16 deste mês e avança com um mecanismo extrajudicial para atribuição de indemnizações aos familiares e herdeiros dos mais de 100 mortos causados por esses incêndios.

Esse mecanismo deve tornar o processo simples e rápido e vai ser uma das decisões do Conselho de Ministros extraordinário deste sábado, que vai também aprovar várias alterações na prevenção e combate a incêndios.

Ao que foi avançado à Renascença por fonte governamental, o Estado irá assumir “com carácter prioritário” a responsabilidade pela indemnização resultante das mortes ocorridas.

As condições para as mortes de Pedrógão vão ser as mesmas que para as mortes dos vários incêndios que assolaram sobretudo a zona Centro no domingo e na segunda-feira (dias 15 e 16).

O mecanismo extrajudicial para as indemnizações decorrentes do incêndio de Pedrógão foi anunciado na quarta-feira, depois do encontro entre a associação de familiares das vítimas e o primeiro-ministro. Mas, na tarde desse mesmo dia, questionado do Parlamento sobre se o mecanismo extrajudicial se aplicaria também às vítimas de 15 e 16 de Outubro, António Costa não respondeu.

Na sexta-feira, em Seia, o Presidente da República defendeu que fosse feito assim e assim será aprovado este sábado pelo Governo.

“Revolução” na prevenção e socorro

Além das indemnizações, o Conselho de Ministros deste sábado aprova aquilo que é anunciado como uma “revolução” no sistema de prevenção e socorro em matéria de incêndios. Essa “revolução” pretende dar corpo jurídico às recomendações feitas no relatório da comissão técnica independente (CTI) e que foram divulgadas no dia 12.

Por um lado, a Protecção Civil vai concentrar-se mais na defesa das pessoas e das povoações, enquanto o Ministério da Agricultura, através do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, terá um maior papel na prevenção estrutural e no apoio ao combate aos incêndios rurais.

Essa divisão é sugerida pela CTI, que também defende uma maior profissionalização da Protecção Civil e maior independência do poder político, que deve passar pela escolha dos comandantes por concurso público e não por nomeação política.

A CTI defende ainda um maior envolvimento das Forças Armadas no sistema de Protecção Civil e o Governo vai aprovar esse reforço, que pode passar pela criação de um grupo de apoio e socorro em caso de catástrofe, assim como o reforço na gestão de meios aéreos de combate a incêndios.

O Conselho de Ministros tem início marcado para as 10h30, na residência oficial do primeiro-ministro. Antes, no Palácio de Belém, o Presidente da República dá posse a Eduardo Cabrita como novo ministro da Administração Interna, em substituição de Constança Urbano de Sousa, e a Pedro Siza Vieira, como ministro Adjunto, em substituição do próprio Cabrita.

Marcelo vai dar posse também a quatro secretários de Estado: Isabel Oneto (Adjunta e da Administração Interna) e Carlos Miguel (autárquicas Locais), que são reconduzidos; e Artur Neves, o novo secretário de Estado da Protecção Civil, e Rosa Monteiro, que substitui Catarina Marcelino na secretária de Estado da Igualdade e Cidadania.

Comentários
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  • José Proença
    21 out, 2017 Castelo Branco 12:45
    É tempo de enterrar os machados de índole politica e deixar de fazer aproveitamento politico de uma calamidade que a todos afectou. É tempo de por de lado o populismo barato, de andar a beijar e abraçar aqueles que mais sofreram, inclusive com perca de familiares. É tempo de apurar as causas, que os efeitos já todos conhecemos, que conduziram a esta enorme anormalidade. Não é credível que tudo isto tenha ocorrido por mero acaso. Há crime organizado. Não é um bêbado, um piromaníaco, ou outro qualquer que provoca toda esta calamidade. Os incendiários são pagos para activarem os fogos. E não pode ser um só: Com a simultaneidade dos mesmos, em locais distintos, e com várias frentes no mesmo local, é obra de gente organizada e com objectivos específicos. Quem manda sabe mandar. Sabe onde queimar e o que queimar. Oxalá que não sejam abandonadas as averiguações em curso. Oxalá que os responsáveis sejam identificado e penalizados. Que não se fiquem pela arraia miúda.
  • 21 out, 2017 12:43
    A culpa e dos velhos que fazem queimadas ja deviam ter morrido todos a muito tempo! Entretanto como temos uma carrada de velhos a governar deviam seguir o mesmo caminho e dar o lugar aos novos !
  • Cidadao
    21 out, 2017 Lisboa 10:43
    Sabem porque é que as matas da Costa da Caparica, apesar de frequentadas por centenas de milhares de pessoas nunca ardem? Porque não dá lucro elas arderem. Tirem os privados e seus interesses da equação, ou seja tirem o lucro, ao fogo, e verão como a partir daí, fogos só os de causas naturais, ou os pirómanos e tontinhos habituais de caixa de fósforos na mão.
  • Indignado
    21 out, 2017 Portugal 10:18
    É Território Nacional e a proteção do Território tal como dos cidadãos compete ao Estado. Os privados só procuram o lucro e portanto quanto mais fogos houver, maior é o lucro deles. Acabem com os jobs for the boys e os postos-chave preenchidos não por boys mas por gente competente vinda de concurso publico onde têm de fazer prova das habilitações. Criem equipas profissionais altamente moveis, ponham a Força Aérea a combater incêndios - queixam-se os pilotos que não voam e só estão atrás de secretarias, aqui está um bom pretexto para voarem - e sobretudo tirem o combate aos fogos das mãos ávidas dos Privados. Estudos já há, levem-nos à pratica e deixem lá os recordes de defices baixos: os graúdos violam sistematicamente as regras de defice e depois aparecem Junckers a dizer "... mas é a França". Ou comem todos ou há moralidade e precisamos reconstruir o País e reinvestir. E se isso tiver de ser feito à custa do defice... Paciência. E se algum Schauble vier com ameaças de sanções levem o caso a Tribunal Europeu

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